Depois de 20 anos tramitando no Congresso Nacional, finalmente foi sancionada em 2 de agosto a lei que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O tema passou quase despercebido na agenda midiática nacional. Foi encoberto pelo desfecho das impugnações de candidaturas ao pleito eleitoral de 2010.
Em tese, a nova legislação responsabiliza a sociedade pelo desfecho do lixo. Poder público, empresas privadas e os cidadãos passam a “gerenciar” os resíduos a partir da nova legislação.
Um dos impactos será a extinção dos lixões, principalmente nas capitais e cidades médias, substituindo-os por aterros sanitários, num prazo de dois anos.
Sem os lixões, a meta é acabar com a figura bisonha do catador de lixo e transformá-lo em trabalhador de materiais recicláveis.
As novas denominações chegam à ponta da cadeia do lixo. Resíduo é tudo aquilo que pode ser reciclado ou reaproveitado. E rejeito é a escória imprestável.
A lei obriga empresas de agrotóxicos a criar mecanismos de recolhimento das embalagens vazias, cujo efeito danoso ao meio ambiente prolonga-se mesmo após a utilização dos produtos.
Pelo exposto, percebe-se uma legislação de primeiro mundo para o Brasil, onde a prática mais comum (do pobre à classe média) é jogar lixo pelas janelas dos carros e dos ônibus em qualquer rua.
Em São Luís, a coleta de lixo é um luxuoso objeto de desejo nas negociações entre as empresas coletoras e a Prefeitura.
O esquema com a Limpel/Limpfort montado na gestão de Tadeu Palácio tem cheiro de chorume.
ENQUANTO ISSO, NO REINO DA DINAMARCA....
Lixo vira energia limpa na Dinamarca
No bairro de Horsholm: uma grande usina energética que queima milhares de toneladas de lixo doméstico e industrial 24 horas por dia.
Bem mais limpo que os incineradores convencionais, esse novo tipo de usina transforma o lixo local em calor e eletricidade. Dezenas de filtros retêm poluentes, do mercúrio à dioxina, que há uma década sairiam pela chaminé.
Desde então, essas usinas se tornaram cruciais no tratamento do lixo e como fonte de combustível em toda a Dinamarca.
Seu uso não só reduziu o gasto energético do país e sua dependência em relação ao gás e ao petróleo, como também beneficiou o meio ambiente, minimizando o uso de aterros sanitários e diminuindo as emissões de dióxido de carbono.
O país, de 5,5 milhões de habitantes, tem 29 usinas dessas, atendendo 98 municípios, e outras dez estão em fase de planejamento ou construção. O gasto menor com aquecimento agrada aos moradores.
A queima do lixo gera 80% da calefação e 20% da eletricidade em Horsholm. Em Horsholm de todo o lixo da cidade, 61% é reciclado, e 34% queima em usinas energéticas.
(Folha de São Paulo - 03.04.2010)
O tema passou quase despercebido na agenda midiática nacional. Foi encoberto pelo desfecho das impugnações de candidaturas ao pleito eleitoral de 2010.
Em tese, a nova legislação responsabiliza a sociedade pelo desfecho do lixo. Poder público, empresas privadas e os cidadãos passam a “gerenciar” os resíduos a partir da nova legislação.
Um dos impactos será a extinção dos lixões, principalmente nas capitais e cidades médias, substituindo-os por aterros sanitários, num prazo de dois anos.
Sem os lixões, a meta é acabar com a figura bisonha do catador de lixo e transformá-lo em trabalhador de materiais recicláveis.
As novas denominações chegam à ponta da cadeia do lixo. Resíduo é tudo aquilo que pode ser reciclado ou reaproveitado. E rejeito é a escória imprestável.
A lei obriga empresas de agrotóxicos a criar mecanismos de recolhimento das embalagens vazias, cujo efeito danoso ao meio ambiente prolonga-se mesmo após a utilização dos produtos.
Pelo exposto, percebe-se uma legislação de primeiro mundo para o Brasil, onde a prática mais comum (do pobre à classe média) é jogar lixo pelas janelas dos carros e dos ônibus em qualquer rua.
Em São Luís, a coleta de lixo é um luxuoso objeto de desejo nas negociações entre as empresas coletoras e a Prefeitura.
O esquema com a Limpel/Limpfort montado na gestão de Tadeu Palácio tem cheiro de chorume.
ENQUANTO ISSO, NO REINO DA DINAMARCA....
Lixo vira energia limpa na Dinamarca
No bairro de Horsholm: uma grande usina energética que queima milhares de toneladas de lixo doméstico e industrial 24 horas por dia.
Bem mais limpo que os incineradores convencionais, esse novo tipo de usina transforma o lixo local em calor e eletricidade. Dezenas de filtros retêm poluentes, do mercúrio à dioxina, que há uma década sairiam pela chaminé.
Desde então, essas usinas se tornaram cruciais no tratamento do lixo e como fonte de combustível em toda a Dinamarca.
Seu uso não só reduziu o gasto energético do país e sua dependência em relação ao gás e ao petróleo, como também beneficiou o meio ambiente, minimizando o uso de aterros sanitários e diminuindo as emissões de dióxido de carbono.
O país, de 5,5 milhões de habitantes, tem 29 usinas dessas, atendendo 98 municípios, e outras dez estão em fase de planejamento ou construção. O gasto menor com aquecimento agrada aos moradores.
A queima do lixo gera 80% da calefação e 20% da eletricidade em Horsholm. Em Horsholm de todo o lixo da cidade, 61% é reciclado, e 34% queima em usinas energéticas.
(Folha de São Paulo - 03.04.2010)
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