O camelo, o leão e a
criança, primeiro longa-metragem do
curitibano Paulo Blitos, foi rodado entre Paraná e Maranhão.
O lançamento do filme acontece em sessão para convidados/as nesta quinta-feira (21), às 20h, no Cine Praia Grande. Interessados/as em geral poderão ocupar vagas de convidados/as faltantes, mediante disponibilidade. A partir dessa exibição o filme entra em cartaz na sala do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho. Na mesma data o filme entra em cartaz no Cine Lume (Edifício Office Tower, Renascença), às 16h.
Como O camelo, o leão
e a criança, seu primeiro longa-metragem, a trajetória do cineasta Paulo
Blitos não é convencional. Engenheiro de formação, o teatro entrou em sua vida
quando trabalhava em uma empresa do setor energético, em Curitiba, onde se
aposentou.
“Trabalhei 30 anos, comecei como engenheiro, fui gerente,
depois de cerca de 15 anos, larguei tudo [as
atividades de engenharia e gerência], e fui trabalhar com treinamento,
dentro da própria empresa. Larguei mão da engenharia, como eu digo “eu fui
engenheiro”. Comecei a me envolver com arte, fui fazer curso de teatro para
fazer treinamento. Foi através do curso de teatro, que eu fiz com um rapaz [Mauro Zanatta], que inclusive é um dos
atores que está fazendo o trabalho [de
O camelo, o leão e a criança] agora com a gente”, conta.
O filme é baseado na tipologia nietzschiana do capítulo Das três transformações, de Assim falava Zaratustra, conhecida obra
do filósofo alemão. Blitos, que teve consultoria do psicanalista João Perci
Schiavon (USP), conta que lia o bigodudo desde a adolescência. “Sempre li
bastante. Eu lia Nietzsche com 17 anos. Não entendia nada. Mas eu adorava! [risos]. Muita gente passou por essa
experiência. Eu sempre gostei de Filosofia, mas acabei enveredando por outro
caminho. Depois eu voltei, mas queria aplicar isso, não ficar só no hobby”,
revela.
“Eu peguei a tipologia e tentei observar se isso acontecia
nas histórias de pessoas. O filme é baseado em histórias reais. Tem três
personagens centrais. Um personagem, que é a linha mestra do filme, que é um
professor [interpretado por Paulo Blitos],
a história é baseada em minha história, mesclada a de meu pai”, adianta.
“A ideia do filme é a gente conseguir enxergar essa
tipologia que o Nietzsche apresenta na história de três pessoas comuns e
perceber as fases de camelo que nós vivemos, de leão, até a fase de criança.
Nós pegamos essa tipologia específica e vamos ver como é que isso se encaixa na
minha história pessoal, na história do ator e na história dessa médica”,
resume.
Fora do trabalho na empresa, Blitos tem uma peça de teatro e
três curtas-metragens na bagagem. O quarto [cronologicamente
o primeiro realizado] não chegou a ser veiculado. “A ideia do filme foi
legal, mas o filme não chegou a ser concluído. Tem baixa resolução, a gente não
quis nem colocar no youtube. Está parado, não foi concluído”, revela, sem se
lamentar. O mais recente, Tuareg,
rodado em Barreirinhas/MA, em cinco dias, foi exibido sábado passado (16), no
Cine Praia Grande, em sessão seguida de debate com o diretor/ator. O monólogo,
que participou de festivais em Taguatinga/DF e Pinhais/PR, foi premiado no
último.
O camelo, o leão e a
criança foi rodado no Paraná (Curitiba) e Maranhão (São Luís, Morros e
Santo Amaro). “Em Curitiba nós fizemos algumas cenas internas, quase não
aparece a cidade, e algumas cenas no campo, área rural, não dá para saber que é
Curitiba. São Luís dá para saber, as cenas externas caracterizam bem a cidade”,
adianta.
Sinopse
“Três transformações do espírito vos apresento: como o
espírito se transforma em camelo, o camelo em leão, e o leão, finalmente, em
criança” (Nietzsche em Assim falava
Zaratustra). É com o espantoso, o estranho e o inusitado, tal como se
inserem, de modo geral inadvertidos, no curso da vida cotidiana, que o filme O camelo, o leão e a criança se
constrói. Um professor de filosofia da ciência, um ator e diretor de teatro,
uma médica e mística vivem diferentes fases de suas vidas (baseadas em
histórias reais e relacionadas à tipologia nietzschiana). Cada uma das
personagens se depara, em sua linha de vida, com a dimensão do estranho, seja
na experiência de discriminação e seu fundo de violência, seja na vertigem do
vício e da loucura, seja, ainda, no indizível do transe místico. O encontro com
o real e a comoção que o filme desencadeia exigirão novos modos de pensar, de
agir, de existir.
Trailer
disponível em http://vimeo.com/103024414
Ficha Técnica
Gênero: ficção
Duração: 88 minutos
Roteiro e Direção: Paulo Blitos
Codireção: Jul Leardini
Direção de Fotografia e Câmera: Evandro Martin
Som, Edição e Montagem: Edemar Miqueta
Trilha Sonora: Joaquim Santos
Direção de Produção: Élida Aragão (Maranhão) e Suzana Aragão
(Paraná)
Produção: Paulo Blitos e Sync Cultural
Direção de Arte: Dida Maranhão
Assessoria de comunicação: Zema Ribeiro
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