Condomínio Jardins finaliza a construção de torres |
As crianças que frequentam o parquinho da avenida Litorânea
ainda não têm ideia do futuro das praias de São Luís.
Ao lado do parquinho, embaixo da ponte, desemboca o rio
Calhau, um dos candidatos a ser transformado em esgoto a céu aberto da cidade.
Enquanto as crianças brincam, sob o olhar vigilante dos
pais, a Prefeitura de São Luís vem realizando audiências públicas para revisar
a Lei de Zoneamento, um dos principais instrumentos do Plano Diretor.
As audiências são acompanhadas atentamente pelas
empreiteiras do ramo imobiliário, interessadas na ocupação do solo urbano para
a construção de condomínios.
Ao fundo do terreno, canalizações preocupam os moradores do Alto do Calhau. |
Ocorre, porém, que a revisão da Lei de Zoneamento está
ocorrendo sem diálogo entre a Prefeitura e a Companhia de Saneamento Ambiental
(Caema).
A cidade vai ser tomada por novos prédios comerciais e de
moradia sem um plano de saneamento.
Traduzindo: não se sabe onde despejar o esgoto dos novos
imóveis concluídos ou em construção, principalmente nas proximidades das praias
de São Luís.
JARDINS É DÚVIDA
Os grandes empreendimentos imobiliários na capital, vendidos
como sonho de consumo, são facas de dois gumes.
Se por um lado atendem ao desejo de moradia, podem esconder
graves impactos na vida de todos os moradores da cidade.
O condomínio Jardins, da construtora Cyrella, pode ser um
exemplo.
Construído às margens das avenidas Jerônimo de Albuquerque e
Luís Eduardo Magalhães, o Jardins impacta não só porque inviabilizou os
pedestres e ciclistas.
...que passa por dentro do condomínio Park La Ravardière.... |
Nos fundos da obra, as imagens colhidas pelo blogue
registraram canalizações que apontam indícios de despejo dos efluentes do
Jardins no rio Calhau.
Os indícios preocupam, especialmente, os moradores de um
outro condomínio – o Park La Ravardière, localizado no Alto do Calhau, formado
por 63 casas, vizinhas do sítio Rangedor.
A linha dos canos ao fundo das torres do Jardins segue em
direção ao rio Calhau, que atravessa o Park La Ravardière, a Vila Conceição, a
avenida dos Holandeses e desemboca na Litorânea, ao lado do parquinho.
...atravessa a avenida dos Holandeses |
O condomínio Jardins tem previsão final de 17 torres de
apartamentos, onde vão morar 4.700 pessoas, aproximadamente.
Apreensivos com o risco de esgoto no rio, moradores do Park
La Ravardière solicitaram audiências com as secretarias municipal e estadual do
Meio Ambiente, mas não foram atendidos até agora.
Os moradores também acionaram o Ministério Público (MP) para
solicitar esclarecimento e ações sobre o risco de derramamento de esgoto no rio
Calhau.
...e desemboca embaixo da ponte, ao lado do parquinho, na avenida Litorânea |
.... onde a água escurecida já recebe esgotos de outros empreendimentos... |
O MP já havia aberto inquérito civil para apurar denúncias
contra o condomínio Jardins, desde 2010. Existe ainda uma ação cautelar,
pendente de agravo no Tribunal de Justiça (TJ) do Maranhão.
Nesta segunda-feira (3) foi protocolada mais uma ação
cautelar, desta vez em relação aos problemas de drenagem no condomínio Jardins.
Em 26 de julho, este blogue enviou email à Assessoria de
Comunicação da Cyrela, solicitando informações sobre o despejo de esgoto do
condomínio Jardins.
Até o fechamento dessa postagem (5/8), não obtivemos
resposta.
2 comentários:
Este e outros processos de degradação estão em contínua expansão e querendo continuar sob a assinatura da incid e semthturb.
Todos os projetos aprovados e de habite-se liberado, com desrespeito à legislação ou com a tal flexibilização, que ocorreram desde meados dos anos 90, permitiram ocupações em nascentes, beira de rio e córregos, beira-mar, falésias, dunas e todas as feições citadas nas leis ( 12651, 12727 e tantas outras anteriores). Especialmente entre 2004 a 2012. E essa proposta de lei, feita entre quatro paredes e sem discussão científica? Até o Silvio Santos, que é autodidata, ê mais esperto, afinal ele chama os universitários.
Este e outros processos de degradação estão em contínua expansão e querendo continuar sob a assinatura da incid e semthturb.
Todos os projetos aprovados e de habite-se liberado, com desrespeito à legislação ou com a tal flexibilização, que ocorreram desde meados dos anos 90, permitiram ocupações em nascentes, beira de rio e córregos, beira-mar, falésias, dunas e todas as feições citadas nas leis ( 12651, 12727 e tantas outras anteriores). Especialmente entre 2004 a 2012. E essa proposta de lei, feita entre quatro paredes e sem discussão científica? Até o Silvio Santos, que é autodidata, ê mais esperto, afinal ele chama os universitários.
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