Marizélia Ribeiro
Professora do Departamento de Medicina III
UFMA
Concursos sob suspeita na Universidade Federal do Maranhão geram questionamentos |
Nos últimos dois anos, docentes recém-contratados, com a
arbitragem da Administração Superior da UFMA, deram a impressão de estar
participando de competições olímpicas de saltos ornamentais.
Em vez de assumirem nos locais objetos de concursos,
professores que fizeram seletivos para cursos em campi do continente foram
nomeados para Departamentos do campus do Bacanga, em São Luís. Trampolim no
continente com mergulho no Bacanga!
Subiram ao podium ocupando o 1º lugar até três competidores,
embora não tenha havido empate em concursos cujas vagas foram abertas para
unidades do interior maranhense. Digo assim porque, em um dos casos, foram
contratados três aprovados quando havia 1 vaga disponível, segundo o edital.
Chegou ao ponto de o ingresso docente ser diretamente em Departamentos do CCBS,
CCSo e CCH, sem trabalho na unidade do continente para a qual foi aberta a
vaga. E me pergunto: houve prévia aprovação dos Departamentos envolvidos em
reuniões das Assembleias Departamentais?
Chegou ao ponto de o salto ter como destino uma Unidade
Suplementar recém-construída que não funciona a contento, apesar dos milhões de
reais investidos. A maior premiação para o ingresso: estágio doutoral no
exterior, sem um dia de experiência docente na Universidade e sem cumprimento
do estágio probatório.
Parece que esqueceram algumas condições estabelecidas em
artigo que é comum nos editais: “A habilitação do candidato não lhe assegura a
nomeação automática, mas lhe garante a expectativa de direito à nomeação,
respeitada a ordem de classificação, o número de vagas deste Edital e o prazo
de validade do certame, ficando a concretização do ato de nomeação condicionada
à observância de legislação pertinente e à conveniência da Instituição.” Ah! A
conveniência...
No CCBS, o podium de um 1º lugar de um concurso teve 5
premiados. No CCSo, se fez concurso para uma área e se foi contratado para
outra.
As vagas não são mais definidas pelas necessidades
departamentais? É de se atentar que, nesses saltos, alguns cursos continuarão
sem ofertar disciplinas por causa dessa situação esdrúxula, que parece indicar
a priorização de interesses e acordos pessoais em detrimento das atividades de
Ensino, Pesquisa e Extensão.
Universidade pública de qualidade não se faz com saltos
desse tipo.
Um comentário:
REITOR PROPINEIRO DÁ NISSO.
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