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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

TURISMO: ACESSO À PRAIA DE PANAQUATIRA TEM BURACOS E ESGOTO A CÉU ABERTO

A praia de Panaquatira, no município de São José de Ribamar, acumula vários problemas que descredenciam o balneário como atrativo turístico. A cidade é administrada por Gil Cutrim (PDT), presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem).

O problema mais grave é o acesso à praia, feito pela avenida Principal, tomada por buracos e esgoto a céu aberto no trecho da entrada (confluência com a rodovia MA-201) até a “curva da morte”, próximo à rua da Granja.
Pedestres e ciclistas são os mais prejudicados com os buracos e esgotos na via sem calçadas
Nesse percurso, uma enorme feira tomou conta da via, misturando comércio formal e informal, lixo, poeira, lama, alimentos, veículos e pessoas.

As péssimas condições da avenida prejudicam os comerciantes, moradores e os poucos turistas que ainda visitam a praia. Todos reclamam, principalmente, das condições da via pública e do esgoto.
Esgoto e lixo acumulados dificultam o comércio e prejudicam as vendas
O carpinteiro João Mariano, 44 anos, morador do Sítio do Apicum, utiliza bicicleta para se deslocar diariamente. Ele disse que a estrada precária facilita os assaltos à noite, quando os motoristas têm de reduzir a velocidade para passar nas crateras.

A comerciária Sonia Coimbra, 25 anos, mora no bairro Jota Câmara e todos os dias vai ao trabalho andando, na via sem calçadas, correndo o risco de ser atropelada. A água suja empoçada nos buracos também ameaça os pedestres. Quando os carros passam, jogam lama. Coimbra já tomou “dois banhos” no seu trajeto diário e teve de voltar para casa, trocar a roupa e retornar ao trabalho.
Segundo os moradores, o trânsito lento devido à buraqueira facilita a ação dos assaltantes
Proprietário de um sacolão de frutas e verduras, Pedro Junior, 22 anos, afirmou que as vendas estão fracas e atribuiu o marasmo do comércio, em parte, à situação da avenida. “Tá ruim, muito buraco, quando chove a lama chega até as caixas de mercadorias e prejudica as vendas”, descreveu.

Junior está apreensivo com a chegada das chuvas. Ele protege os alimentos com uma lona, mas a enxurrada é impiedosa.  “Quando chove é uma lameira doida”, definiu.

A falta de iniciativas da Prefeitura levou os próprios comerciantes a tomarem providências.

Washington Maciel, 54 anos, proprietário de um depósito de bebidas, trabalha há 15 anos no mesmo ponto, localizado no cruzamento da avenida Principal com a rua São Bento. “Desde 2015 tem a buraqueira, que se agravou nos últimos seis meses e a tendência é só piorar com o inverno chegando. A gente coloca entulho nos buracos”, explicou.
Os pedestres são prejudicados pela ausência de calçadas e excesso de lixo e esgoto ao longo de vários trechos da avenida 
Mas, a solução encontrada pela comunidade acaba se transformando em dois problemas. “Quando chove o entulho vira lama e na seca é uma poeira danada. Aí molhamos o entulho para baixar a poeira, porque o comércio fica cinzento”, detalhou, passando a mão sobre o estabilizador de um computador, coberto de fuligem.

Maciel afirmou que a comunidade já denunciou a situação da avenida Principal nas redes sociais, “mas até agora não tivemos nenhuma resposta do prefeito”.
Sem guardas de trânsito, o fluxo de veículos e pessoas fica sem ordem
Há 31 anos morando na avenida Principal e 10 anos como gerente-proprietária de loja, uma comerciante que não quis se identificar declarou que o problema é antigo e as melhorias são feitas pelos próprios comerciantes. “Compro cimento e areia e peço para meu irmão tapar os buracos em frente do estabelecimento”, contou. 

A gerente disse ainda que o quebra-molas não é sinalizado e os guardas de trânsito desapareceram. Para melhorar, segundo ela, teria de fazer um trabalho completo de asfaltamento, drenagem, regularização das bancas de camelôs, sinalização e guardas para organizar o trânsito.
Crateras na "curva da morte" dificultam o fluxo de veículos

OUTRO LADO

Segundo a Assessoria de Comunicação (Ascom) da Prefeitura de São José de Ribamar, “a estrada está incluída em um cronograma de trabalho que já foi iniciado e está, neste momento, na Vila Sarney Filho, onde estão sendo executados serviços de recuperação asfáltica de vias. A previsão é de que o trabalho na referida estrada seja realizado até o fim deste mês ou começo do próximo. 

Sobre o fluxo de veículos, a Ascom disse que os agentes de trânsito atuam diariamente no local “desenvolvendo o trabalho de orientação, prevenção e fiscalização.”

O esgotamento sanitário é de responsabilidade da Odebrecht Ambiental. Por meio de nota enviada ao blogue, a empresa afirmou que a Estrada de Panaquatira e toda a sede do município de São José de Ribamar não têm rede de coleta de esgoto regular. As residências utilizam fossa. 

"Essa realidade mudará nos próximos anos, uma vez que a localidade está contemplada nos investimentos, conforme estabelecido contratualmente, e contará com implantação de rede de coleta adequada e estações de tratamento de esgoto", explicou a empreiteira.

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