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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O SURRADO CHAVÃO ANTI-SARNEY NÃO CONVENCE MAIS

Votei em Jackson Lago várias vezes, quando o PT não teve candidato próprio ou coligação. Mas desde 2006 estou descolado da linha imaginária que divide o mundo entre Sarney e anti-Sarney. Esse maniqueísmo formulado com muita habilidade conseguiu convencer muita gente.

Alguns estão arrependidos. Outros ainda acreditam que é possível transformar em socialista o governo da Frente de Libertação formado por ex-sarneístas, tucanos, pedetistas e tipo de gente que recebe o atestado de idoneidade moral porque diz estar contra Sarney.

Nos autos dos processos judiciais, os adversários do governador Jackson Lago tentam provar que a sua vitória em 2006 foi comprada, da mesma maneira que Jackson contestou a vitória de José Reinaldo em 2002, ainda no esquema Sarney.

Mas bem antes disso, em 2000, o próprio Jackson Lago reelegeu-se prefeito de São Luís com o apoio desse mesmo esquema Sarney. E para comemorar tomou champanhe ao lado de Roseana Sarney.

O futuro era brilhante para juntar o PDT oligarca municipal ao bloco PFL/PMDB oligarca estadual. Em 2002, Roseana seria candidata a Presidente da República e Jackson ao Governo do Estado. Tudo num só comando.

Aí veio o caso Lunnus e a candidatura de Roseana foi para o espaço. E Jackson, para a oposição. Era mais cômodo. Além disso, o PSDB nacional havia dado a ordem para turbinar os ataques anti-Sarney no Maranhão.

Por enquanto, cito só esses fatos. Nem vou mais aprofundar os detalhes sobre as parcerias e dissensos da gloriosa maranhensidade política.

Podem vir os melhores doutores da Sorbone palestrar sobre oligarquia no Maranhão. Se não incluírem nas suas teses as peripécias de Luiz Rocha até os vôos de helicóptero de José Reinaldo, não têm fundamento.

Então, esse chavão surrado sobre “combate à oligarquia” não consegue convencer mais com tanta força. Está ficando frágil como uma bolha de sabão.

Ou melhor, é que política às vezes dá azia ou má digestão. Para ter aquela sensação de bem estar depois de engolir as teses da Frente de Libertação, fabrica-se esse discurso sonrisal.

Dá um alívio...

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns.É um alivio saber que pessoas como você, Walter Rodrigues, Kenard colocam este "dogma" em discussão. Sentindo-me sempre prejudicado pela "tese", estou animado com o futuro.

Anônimo disse...

Caro Ed Wilson,

Estou nas aulas de doutorado na Faculdade Nacional de Direito de Lomas de Zamora – Argentina, mas tenho acompanhado, à distância, essa discussão. Gostaria de me congratular com você, pois tocou num ponto nefrálgico do debate.

Os que alegam serem contra Sarney esquecem de mencionar que nasceram ou já foram acalentados em seus braços ou, simplesmente, são seus reais admiradores, pois todos os tipos de condutas questionadas no comando dos sarney´s no Estado estão presentes nas hostes atuais de direção do Estado, só para exemplificar vemos que saiu Jorge Murad e entrou Aderson Lago, com as mesmas linhas e ideologias. Outrossim, ainda dizem alguns, não sei confirmar tal assertiva, que o atual chefe da casa civil seria uma mera cópia tabajara dos governos anteriores.

Fora todas as coincidências, que assemelham as formas de governar da Roseana e do Jackson, vemos que, ideologicamente, não são muitos distintos, mas pelo menos os sarney´s são honestos em demonstrar que estão mais à direita, enquanto vemos o atual governo posando de esquerda e, antagonicamente, adotando as piores práticas da velha direita.

O sempre saudoso e combativo Brizola, ou mesmo Prestes, se vivos estivessem, estariam à beira da morte pela tristeza de ver tão grande inversão dos valores de suas vidas serem simplesmente fraudados.

As práticas perversas vão desde a “invenção” de “estórias” até a mais pura e desimpedida perseguição. E, parafraseando o grande maranhense Gonçalves Dias, completaria sua manifestação almejando uma esquerda de verdade no comando do Estado:

Enfim te vejo! - enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito penei. Cruas âncias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado
A não lembrar-me de ti!

Um Grande Abraço e desculpe as imprecisões do texto, pois aqui falta tempo e sobram afazeres acadêmicos.

At. Márcio Endles

Anônimo disse...

Meu bom professor.

Estive navegando e econtrei sua embarcação. Bom revê-lo, nem que seja virtualmente. Pretendo voltar.

Sobre esquecimentos e chavões anti-sarney, isso é coisa do passado. Basta lembra-se de Lula em Imperatriz no ano 200 e em sua campanha no Maranhão em 2006. Coisass da política, para alguns, inclusive para Lula, este chavões perderam a razão de ser. Fiz um comentário sobre as duas situações no meu blog.

Um abraço fraterno

José Linhares Jr.

linharesjr.wordpress.com