Uma seringueira, uma guerrilheira e uma educadora aguerrida.
A eleição presidencial de 2010 pode ser a mais encantadora de toda a História do Brasil. Pela primeira vez teremos a oportunidade de assistir à disputa entre três perfis femininos, cada qual com a sua trajetória de vida e singularidades: Dilma Roussef (PT), Marina Silva (provavelmente no PV) e Heloísa Helena (PSOL).
O que há de mais belo em todas essas mulheres é a origem comum: todas vieram da esquerda. Têm raízes na militância revolucionária. A luta armada de Dilma, a veia ecológica de Marina e o estilo arrojado de Heloísa traduzem perfis que subverteram a regra de Atenas, quando as mulheres cuidavam da casa enquanto seus maridos iam à guerra.
Elas são produtoras e produto de milhares de outras mulheres, muitas ainda anônimas, que assumem responsabilidades além de cuidar dos filhos, da casa e dos maridos. As marinas, dilmas e heloísas incorporaram o espírito espartano da luta como forma de sobrevivência e afirmação da condição feminina.
Batalharam pelo direito ao voto, ao trabalho com carteira assinada, à jornada de trabalho justa, pela liberdade do corpo e chegaram à disputa presidencial. A caminhada das mulheres brasileiras na política e sua afirmação cidadã servem de exemplo ao mundo.
Esse é o Brasil que a esquerda, com todos os seus defeitos e virtudes, foi capaz de construir. O país que ainda é visto como rota do turismo sexual pode ser observado pela comunidade internacional diante da oportunidade de ser comandado, pela primeira vez, por uma mulher.
Considerando a carga emocional como forte componente nas campanhas midiáticas, Marina tem tudo para crescer. Sem demérito das outras.
Marina é tão parecida com Lula que carrega o mesmo sobrenome. Ela é da família dos Silva, essa teia de milhões de pessoas que superaram todos os obstáculos para vencer na vida. Do seringal Bagaço, no Acre, ao Senado, é quase uma epopéia.
Dilma, com uma história de vida radicalizada pela opção revolucionária, tem outra raiz. Comanda os ministérios do governo. É disciplinada, austera. Não poderia ser diferente para quem viveu a tortura, perdeu companheiros e companheiras, sofreu de outra forma.
Heloísa viveu um outro tipo de tortura. Foi expulsa do partido que ajudou a construir. Destilou suas mágoas e hoje segue em frente. Preserva a autenticidade dos seus ideais e por isso tudo já é uma vitoriosa.
Todas elas, de diferentes maneiras, foram capazes de superar os obstáculos e construir algo positivo, sem perder a utopia de vista. Heloísa já se consolidou em um novo partido e Marina procura seu caminho novo.
Ganhe Dilma, Marina ou Heloísa, o Brasil estará em boas mãos. Seguirá, espero, aperfeiçoando o projeto iniciado por Lula. Nosso país tem respeitabilidade internacional, economia sólida, distribuição de renda, autosuficiência energética e um dos mais ousados programas de expansão do ensino superior e tecnológico.
Muita coisa ainda precisa ser feita. Algumas das ações do governo Lula, semeadas agora, só terão resultado daqui a 10 anos ou mais. São as futuras gerações os principais beneficiários, por exemplo, da formação profissional que está em curso nas universidades e institutos federais interiorizados nas mais diversas regiões do país.
Só a vitória do projeto de esquerda em 2010 poderá continuar e melhorar o que já está sendo feito. O campo democrático-popular tem responsabilidade com o Brasil.
Em 2010 só não vale é retrocecer com o tucanato. A candidatura de José Serra representa o anti-Brasil. Está na contra-mão atrapalhando o trânsito de bons fluidos. Os homens e mulheres do Brasil vão perder muito se trocarmos uma espartana por um entreguista.
Em memória de Olga Benário, Rosa Luxemburgo, Patricia Galvão (Pagu), Elis Regina, Solange Baima, Ieda Batista e tantas outras, vale a pena colocar os destinos do Brasil nos braços de uma mulher de esquerda.
A eleição presidencial de 2010 pode ser a mais encantadora de toda a História do Brasil. Pela primeira vez teremos a oportunidade de assistir à disputa entre três perfis femininos, cada qual com a sua trajetória de vida e singularidades: Dilma Roussef (PT), Marina Silva (provavelmente no PV) e Heloísa Helena (PSOL).
O que há de mais belo em todas essas mulheres é a origem comum: todas vieram da esquerda. Têm raízes na militância revolucionária. A luta armada de Dilma, a veia ecológica de Marina e o estilo arrojado de Heloísa traduzem perfis que subverteram a regra de Atenas, quando as mulheres cuidavam da casa enquanto seus maridos iam à guerra.
Elas são produtoras e produto de milhares de outras mulheres, muitas ainda anônimas, que assumem responsabilidades além de cuidar dos filhos, da casa e dos maridos. As marinas, dilmas e heloísas incorporaram o espírito espartano da luta como forma de sobrevivência e afirmação da condição feminina.
Batalharam pelo direito ao voto, ao trabalho com carteira assinada, à jornada de trabalho justa, pela liberdade do corpo e chegaram à disputa presidencial. A caminhada das mulheres brasileiras na política e sua afirmação cidadã servem de exemplo ao mundo.
Esse é o Brasil que a esquerda, com todos os seus defeitos e virtudes, foi capaz de construir. O país que ainda é visto como rota do turismo sexual pode ser observado pela comunidade internacional diante da oportunidade de ser comandado, pela primeira vez, por uma mulher.
Considerando a carga emocional como forte componente nas campanhas midiáticas, Marina tem tudo para crescer. Sem demérito das outras.
Marina é tão parecida com Lula que carrega o mesmo sobrenome. Ela é da família dos Silva, essa teia de milhões de pessoas que superaram todos os obstáculos para vencer na vida. Do seringal Bagaço, no Acre, ao Senado, é quase uma epopéia.
Dilma, com uma história de vida radicalizada pela opção revolucionária, tem outra raiz. Comanda os ministérios do governo. É disciplinada, austera. Não poderia ser diferente para quem viveu a tortura, perdeu companheiros e companheiras, sofreu de outra forma.
Heloísa viveu um outro tipo de tortura. Foi expulsa do partido que ajudou a construir. Destilou suas mágoas e hoje segue em frente. Preserva a autenticidade dos seus ideais e por isso tudo já é uma vitoriosa.
Todas elas, de diferentes maneiras, foram capazes de superar os obstáculos e construir algo positivo, sem perder a utopia de vista. Heloísa já se consolidou em um novo partido e Marina procura seu caminho novo.
Ganhe Dilma, Marina ou Heloísa, o Brasil estará em boas mãos. Seguirá, espero, aperfeiçoando o projeto iniciado por Lula. Nosso país tem respeitabilidade internacional, economia sólida, distribuição de renda, autosuficiência energética e um dos mais ousados programas de expansão do ensino superior e tecnológico.
Muita coisa ainda precisa ser feita. Algumas das ações do governo Lula, semeadas agora, só terão resultado daqui a 10 anos ou mais. São as futuras gerações os principais beneficiários, por exemplo, da formação profissional que está em curso nas universidades e institutos federais interiorizados nas mais diversas regiões do país.
Só a vitória do projeto de esquerda em 2010 poderá continuar e melhorar o que já está sendo feito. O campo democrático-popular tem responsabilidade com o Brasil.
Em 2010 só não vale é retrocecer com o tucanato. A candidatura de José Serra representa o anti-Brasil. Está na contra-mão atrapalhando o trânsito de bons fluidos. Os homens e mulheres do Brasil vão perder muito se trocarmos uma espartana por um entreguista.
Em memória de Olga Benário, Rosa Luxemburgo, Patricia Galvão (Pagu), Elis Regina, Solange Baima, Ieda Batista e tantas outras, vale a pena colocar os destinos do Brasil nos braços de uma mulher de esquerda.
12 comentários:
Parabéns, camarada! Belo texto.
g.i.
Ed:
Meus parabéns. Estamos diante de um texto lúcido e lúdico. A Política se permite de quando em vez um flerte com a Literatura. Pode a Política não ficar mais bela, mas de certo fica, um pouco mais encantadora e elegante.
Um abraço do camarada Dimas
Belo e emocionante.
Parabéns pelo texto e com sua permissão vou recomenda-lo no meu blogue.
Grande abraço, professor.
F A N T Á S T I C O
Já sabia que você escreve muito bem, mas agora você se superou.
Parabéns, há muito nao via um texto tão bem tecido.
Ednalva
Caro Ed,
poucos homens conseguiriam escrever um texto assim, entrelaçando as questões políticas nacionais usando do recorte de gênero com tanto respeito, coerência e sensibilidade.
Parafraseando Chico Buarque na música Mulheres de Atenas eu diria:
Mirem-se no exemplo daquelas Mulheres Espartanas...
Parabéns!!!
Lícia da Hora
Meu amigo... como sempre surpreendendo!
Texto de primeiríssima qualidade.
Parabéns!
Christian Diniz
Ed...
Que texto maravilhoso... adorei.
Vou socializá-lo na lista da juventude, ele precisa ser lido por mais pessoas.
Um grande abraço
Ana Tereza Ferreira
Eterno AMIGO ED,
Tudo que dizes embriagado pelo teu olhar masculino é belo e foi capaz de emanar poesia no árido terreno da luta eleitoral.
E nos convida a vermos nas historias de vidas dessas e das mulheres de esquerda , seus enlaces e matizes próprios de cada uma e único em todas nos.
Esse teu texto pousa em meu coração como um bálsamo de sensatez, e vou socializá-lo nas listas do movimentos sociais,especialmente de mulheres.
Um pingo de jasmim no teu coração.
Com respeito e admiração,
Laurinda Pinto
Wilson, li no blog do PHA o seu texto sobre as três ESPARTANAS.
O leitor que postou deu-lhe os créditos e com isso fiquei conhecendo o seu blog.
Pelo blog vi que vc é um dos nossos.
Parabéns pelo texto e continue firme nos seus propósitos de mostrar a sujeira dos DEMO/TUCANOS.
FERNANDO
Caro Edwilson,
Como sei que vc e um dos melhores escriba do Ma. Agora com este magnífico texto, tenho certeza que será destaque nacional.
Um abraço,
Jorge Furtado.
RODRIGO COMERCIARIO ESTÁ NO PAREO
VICE DO PT NA ELEIÇÃO DE 2008 ( CHAPA FLÁVIO DINO), ESTÁ NO PAREO.
O PT DO MARANHÃO VIVE UM ESPETÁCULO MARAVILHOSO DE DEMORACIA. VÁRIAS CHAPAS E TENDÊNCIAS INTERNAS CONCORRENDO. TODO PARTIDO POLÍTICO DEVERIA DECIDIR SEUS DIRIGENTES ASSIM, NO VOTO.
POR FALAR EM VOTO, A TENDÊNCIA É MESMO QUE O RODRIGO COMERCIARIO SEJA CONFIRMADO PARA O PRÓXIMO MANDATO. RODRIGO, TEM DEMONSTRADO QUE REUNIU TODAS AS CONDIÇÕES PARA SER PRESIDENTE DO PT DO MARANHÃO. VARIAS DÉCADAS DE MILITÂNCIA (QUASE 30 ANOS) CONFIABILIDADE, SERIEDADE, LEAL, PERSEVERANTE, É UM LIDER ESTÁVEL, PERMANENTE.
ESTA ESTRELA DO PT, O RODRIGO COMERCIÁRIO, ESTÁ PERFEITAMENTE IDENTIFICADO E EM SINTONIA COM OS OBJETIVOS DO PT MARANHENSE E AFINADO COM A CANDIDATURA PROGRESSISTA DE DILMA ROUSSEF.
RODRIGO COMERCIÁRIO É A LIDERANÇA QUE O PT DO MARANHÃO ESTÁ PRECISANDO NO DIRETÓRIO REGIONAL. É ISSO AÍ.
Caro Ed, que texto magnífico e encantador. como a histórias destas três mulheres.
Parabéns!
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