12 meses antes do aniversário de 400 anos de São Luís, a governadora Roseana Sarney (PMDB) anunciou que entregaria duas grandes obras viárias na capital: a Via Expressa e a avenida 4º Centenário.
Os 400 anos passaram, já estamos próximos de 401 e as obras estão inacabadas. A via Expressa ficou pela metade e o trecho inaugurado só serve para ligar dois engarrafamentos. A 4º Centenário sequer tem previsão de entrega da primeira etapa.
Enquanto as obras públicas ficam paralisadas, os shoppings São Luís e Rio Anil seguem em aceleradas metas de expansão, sem contar com o gigantesco complexo comercial-habitacional do shopping da Ilha.
O contraste segue a lógica dos interesses da oligarquia Sarney, sempre pondo em primeiro lugar os negócios privados e em último plano a coletividade.
À proporção que os shoppings crescem, diminuem os espaços que deveriam ser praças e parques ambientais, que também cedem terrenos às grandes empreiteiras para a construção de condomínios de luxo.
Com um dos metros quadrados mais caros do Brasil, São Luís é o eldorado das corporações imobiliárias, que atropelam as leis ambientais, destroem reservas biológicas e ignoram o plano diretor.
Os negócios das empreiteiras nos shoppings e nos condomínios de R$ 5 milhões têm sempre prioridade sobre as obras de mobilidade urbana, por exemplo.
Na cidade sem parques ambientais, com as praças destruídas e praias poluídas, os moradores são obrigados a frequentar os shoppings controlados pelas empreiteiras.
Em São Luís, os espaços públicos são inversamente proporcionais aos negócios privados. Somos a antítese da cidade.
Para ter uma sensação térmica boa, caminhar e conversar temos de ir para o ar condicionado e as praças de alimentação dos shoppings, porque a cidade é desprovida de equipamentos urbanos que proporcionem o encontro e o lazer das pessoas.
Soma-se a isso o fato de que a cidade é insalubre. Lixeiros e esgotos, mato pra todos os lados, lama fétida e bichos escrotos são a paisagem comum em São Luís. Até na área nobre!
Com grandes shoppings, sem praças nem parques ambientais, São Luís parece uma cidade daqueles filmes americanos da corrida do ouro: cheia de caminhonetes tocando forró, atravessando ruas esburacadas cheias de lama no inverno. Quando chega a estiagem, tudo seca e vira poeira.
A governadora Roseana prometeu muita coisa e deixou tudo pela metade. O prefeito Edivaldo Holanda Junior (PSC) ainda está no plano das ideias.
E São Luís segue erguendo shoppings e apartamentos de R$ 5 milhões, mas não tem um metro de ciclovia. Coisa de lugar subdesenvolvido.
2 comentários:
Sem Falar do maior pinico a céu aberto do mundo que se chama lagoa da Jansen (e é na área nobre viu. José Filho
Ed, expressaste com precisão o meu sentimento e, certamente, o de centenas de moradores de São Luís.Parabéns!Perdi as esperanças de voltar a ter alguma qualidade de vida na minha cidade e de ver uma conduta correta dos governantes. Nem o grito do povo nas ruas dará jeito, diante de tanta cara de pau dos políticos. Um abraço
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