Migração vai colocar as AMs na frequência modulada, possibilitando a sintonia pelos aparelhos celulares |
A iniciativa do manifesto foi aprovada pelo Grupo de
Pesquisa Rádio e Mídia Sonora, durante o XXXVIII Congresso Brasileiro de
Ciências da Comunicação / Intercom 2015, realizado no Rio de Janeiro.
O manifesto defende a migração das emissoras públicas AM para
o FM, tendo em vista que a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) ainda não
fez a solicitação de migração para as rádios Nacional AM e MEC AM do Rio
de Janeiro.
O documento será enviado à Presidência da República e à EBC,
para reivindicar que tomem urgentes providências no sentido de solicitar a
migração das emissoras públicas acima citadas.
MANIFESTO DOS PESQUISADORES DE RÁDIO EM APOIO À MIGRAÇÃO DAS
EMISSORAS PÚBLICAS PARA A FREQUÊNCIA MODULADA
Nós, os abaixo-assinados, pesquisadores, professores
universitários e pós-graduandos de Comunicação Social e áreas afins, todos
tendo por objeto de estudo a radiodifusão sonora, nesta data, 12 de setembro de
2015, expressamos nossa preocupação a respeito da não migração de emissoras
públicas para a frequência modulada. Apesar de o governo federal ter
promulgado, em 7 de novembro de 2013, o decreto presidencial nº 8.139,
autorizando a transferência de outorgas de AM para FM, causa-nos estranheza que
a União não tenha tomado as medidas necessárias para que estações controladas
pelo poder público participem deste processo.
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), uma conquista da
população brasileira na direção de uma radiodifusão pública, não solicitou até
a presente data a passagem para o FM de estações históricas como Nacional AM e
MEC AM, ambas do Rio de Janeiro. Conscientes de que a escuta em ondas médias
atualmente é mínima – não atinge, conforme o Ibope Media, naquela praça, 1% da
população e representa menos de um décimo da audiência em frequência modulada
–, reivindicamos do governo federal uma atitude no sentido de assegurar a
migração. Entre as principais possibilidades de ampliação de audiência, a
medida irá franquear às emissoras públicas acesso a uma base nacional de
mais de 160 milhões aparelhos de telefones móveis equipados para sintonizar
rádio, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Emissoras de
Rádio e TV (ABERT) em novembro de 2013, quando da assinatura do decreto de
migração do AM para o FM. Em julho deste ano de 2015, de acordo com a Anatel, o
Brasil registrava 281,45 milhões de linhas ativas na telefonia móvel.
Assim, dependendo do modelo de aparelho a ser utilizado pelos usuários destas
linhas, se é dotado de rádio FM, o potencial de audiência da frequência
modulada, por meio de dispositivos móveis, vem mostrando-se crescente.
Consideramos, igualmente, que toda emissora pública,
administrada pelos governos federal, estaduais e municipais, bem como aquelas
ligadas a fundações e autarquias indiretamente vinculadas ao poder público,
deve adotar prática semelhante.
Estimativa divulgada pela Associação Brasileira de Emissoras
de Rádio e TV (ABERT), por ocasião do decreto que autorizava a migração, era de
que 90% das 1.784 emissoras em operação em ondas médias migrassem para a
frequência modulada. Neste cenário, entendemos que a sustentabilidade do rádio
AM está abalada e que deve haver um compromisso das autoridades para que,
diante da reconfiguração da indústria da radiodifusão sonora, o espaço da
radiodifusão pública esteja garantido.
Diante das incertezas em relação à recepção no chamado FM
estendido (espectro entre 76 MHz e 88 MHz, aberto com a desativação dos canais
5 e 6 da TV analógica), defendemos ainda que sejam reservadas, para estas
emissoras, frequências classe E (60 kW a 100 kW) no espectro já consolidado
para o FM, entre 88 MHz e 108 MHz, mesmo nos grandes centros urbanos,
assegurando-lhes condições de competir pela audiência equivalentes às das
grandes redes comerciais instaladas na faixa.
Ficamos à disposição para esclarecimentos pelo email pesquisadoresradio@gmail.com
3 comentários:
Qual o nome desses pesquisadores?
Segue uma resposta para esses pesquisadores do rádio:
http://www.drm-brasil.org/content/migra%C3%A7%C3%A3o-para-do-am-para-o-fm-quem-interessa
Prezad*s, quem exatamente assina este manifesto? Porque é difícil entender que pesquisadores estejam pedindo por esta migração, uma vez que na mudança para o digital isso não fará mais nenhum sentido, vide este outro texto de pesquisadores que se opõe com bastante propriedade a esta migração:
http://www.drm-brasil.org/content/migra%C3%A7%C3%A3o-para-do-am-para-o-fm-quem-interessa
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