CLÁUDIO FARIAS E A IMAGEM DOS MANGUES DE ALCÂNTARA

Texto: Jornalista José Reinaldo Martins

Fotos: Cláudio Farias

Um dos mais criativos e completos profissionais de comunicação da atualidade, o cineasta, fotógrafo e jornalista Cláudio Farias completa, neste mês de janeiro, sete anos catando imagens nos manguezais de Alcântara, a mais bela cidade da Baia de São Marcos, no Maranhão.

Vivendo no sítio-escola Praia do Barco, às margens da Baia de São Marcos, ele circula por trilhas em busca de instantes tênues dos movimentos de vidas que brotam dos mangues em ciclos de marés, em ‘luas’, em horas das estrelas e nos movimentos siderais que embalam nosso planeta.

Os manguezais são a “maternidade do mar”. Fornecem flores, folhas, galhos secos, árvores e frutos que ventos, marés, pedras, lamas e insetos distribuem aos crustáceos, pássaros, peixes e aos homens em caminhos e descaminhos de nascimento, vida, morte e renovação.

É a casa das aves migratórias e dos guarás que se misturam ao verde e alimentam a beleza do meio ambiente da Baia de São Marcos.

Em meio a esse cenário, a presença da gente de Alcântara nos manguezais. Pescadores, crianças brincando nas lamas e nos galhos, mulheres buscando o sustento de suas casas. Eles são parte do ambiente.

Assim como a fotógrafa Claudia Andujar, que morou com os Yanomami, na Amazônia, e lutou pela preservação desse povo, Claudio Farias traduz em imagens a urgência de preservar os mangues da Baia de São Marcos, espaço vitimado pelo lixo jogado dos navios que colam e descolam do Complexo Portuário do Itaqui e da Vale.

É hora de unir força para que o desenvolvimento não seja uma ameaça, como é a lama em Mariana, em Minas. A Baia de São Marcos pode ser palco do desenvolvimento com respeito ao meio ambiente.