Compartilhe

quarta-feira, 4 de junho de 2008

SANDRA NÃO SAI NA PLAY BOY


Rápido como se furta. Assim foi a aparição da atriz paulistana Sandra Corveloni na mídia nacional, ao receber o prêmio de melhor atriz no 61º Festival de Cannes.



O evento é um dos mais importantes concursos do cinema mundial. Corveloni interpretou Cleuza, uma esforçada mãe de família de um bairro pobre de São Paulo.


Estreante no cinema, foi nos tablados do teatro que trabalhou duro para debutar em Cannes, no filme “Linha de Passe”, de Walter Salles e Daniela Thomas.



Ela sequer chegou a receber a promoção pessoalmente, porque acabara de perder uma filha ainda na gravidez de cinco meses.


Se fosse modelo, envolvida em um romance secreto com um jogador de futebol, seria destaque a semana inteira nos noticiários.



Mulher de político corrupto, detonadora de dossiês, era capa da revista “Caras”.


Amante de celebridade, virava ariri de festa nos fúteis programas de fofoca que impestam a televisão, especialmente se contasse as intimidades conjugais.



E se fosse pega transando em lugar indevido com um ator famoso, e engravidasse, e depois perdesse o filho, era drama para um mês no Fantástico.


Todas essas mulheres estariam cotadíssimas para tirar a roupa na Play Boy, com as devidas prévias: lipoaspiração, silicone nos peitos, cirurgias nos lábios (superiores e inferiores), escova progressiva e definitiva, clareamento dental....



Mas Corveloni é uma atriz de teatro, estreante no cinema, não tem atributos estéticos de modelo nem a futilidade convencional das celebridades.


Por tudo isso passou rápido pelas telas, quase despercebida.



Festival de Cannes só vende na mídia a exposição das celebridades.


Sandra não vai sair na Play Boy.

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu caríssimo Ed,

De fato, as mulheres que buscam se destacar pelo talento profissional, pela competência, pelo intelecto dificilmente conseguem tanta notoriedade quanto os estereótipos femininos que insistem virar um padrão e infelizmente seduzem as mulheres mais desavisadas. Parabéns pela sensibilidade e lembrança necessárias!