O MODO CASTELISTA DE AGRADECER
Paulo Romão Meireles Neto *
Um grande governo se notabiliza pelos seus feitos e, sobretudo, pelos seus efeitos. Ante a isso, ninguém duvida que o prefeito de São Luís, o tucano João Castelo, começou a fazer uma gestão de muitos efeitos.
Não uma "Nova Era", como apregoam os cassa-cargos-bajuladores que o cercam, mas uma administração tão corrupta que fará inveja aos melhores anos da oligarquia do PDT à frente do município.
Pois bem, isso não é rogar praga e nem roubar a cereja do bolo de ninguém, mas um dos primeiros erros do governo tucano na ilha foi a escolha de um secretariado técnico-fisiológico-bajulador, não necessariamente nessa ordem, muito aparecido com aquele montado pelo governador Jackson Lago, quando do loteamento dos cargos entre aliados históricos e financiadores de sua campanha em 2006, quando uma decadente oligarquia Sarney passa o cetro do poder para uma então vívida oligarquia municipal comandada pelo médico Jackson, político periférico dos Sarney.
Mas voltando ao assunto principal, no secretariado empossado tem muita gente boa, mas também tem gente que não se sabe bem qual o critério adotado na escolha, haja vista que alguns não se encaixam nem na categoria de técnicos-fisiológicos, nem de bajuladores oficiais do pretenso prefeito.
Mas algo não se pode negar nesse secretariado: todos têm a "ixpiriência" que Castelo tanto valoriza. Seja a de saquear os cofres públicos em situações e tempos não muitos distantes, seja a de ter ganhado a vida à sombra palaciana dos diferentes governos que se sucederam sob a tutela do Senador José Sarney.
O importante mesmo é que cada um carrega a "ixpiriência" necessária para fazer do governo João Castelo a "ixpiriência" mais mal sucedida da recente história de redemocratização.
Isso não é um cânone. Posso estar enganado, mas os primeiros atos de governo demonstram bem o que se avizinha. Em recente visita ao conjunto Maiobão, não pude deixar de ver em minha passagem pela Estrada de Ribamar, o quão diferente está o visual da Qumicanorte, de propriedade de João Castelo, adquirida nos "gloriosos" anos em que ele operava a política suja da ditadura militar no Maranhão.
De uma velha fábrica endividada e abandonada durante longos anos (coincidentemente os mesmo anos em que ele esteve fora de cargos do executivo), a Quimicanorte foi lembrada exatamente quando o seu dono consegue de encastelar no antigo palácio de Tadeu.
Capina, alguma pintura, gente circulando. Parece que a velha fábrica voltará a viver anos gloriosos. Caso persista a dúvida, recomendo que o arguto leitor dê uma passadela em frente à referida fábrica e a constatação lhe será óbvia.
O nosso prefeito tem uma outra particularidade que sempre gosta de acentuar. Além de sua comprovada e advogada "ixpiriência", ele diz um homem não rancoroso, que não persegue inimigos da política. Entretanto, não é bem isso que tem acontecido.
Na Vila Cascavel, onde Castelo teve muitos cabos eleitorais, tem uma escola chamada Dom José Delgado que foi construída na gestão de Tadeu Palácio e onde funciona uma Cozinha Industrial Comunitária do Programa SESI Cozinha Brasil.
Fruto de parceria firmada entre a Prefeitura e o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), com recursos da Caixa, o repasse no valor de R$ 120 mil garantiu a construção da primeira cozinha.
Pois bem, muito determinado a acabar com toda e qualquer lembrança e lambança de Tadeu Palácio, o prefeito João Castelo já deu a entender que a escola que ensina a população a como preparar e comer seus alimentos vai ser fechada.
À epóca, o diário governista, vulgo Jornal Pequeno propagandeava de forma exaustiva os feitos o prefeito trabalhador, dizia que muitos cursos de capacitação viriam, que o sustento do povo da Vila Cascavel estaria garantido etc.
Bom, que Castelo e todo o tucanato adorem as políticas de contenção de gastos, principalmente às que se referem aos investimentos sociais, isso não configura novidade.
O que é mais engraçado, para não dizer trágico, é o fato que as mesmas ditas lideranças comunitárias que matavam e morriam por Castelo durante a campanha, agora estão organizando um abaixo-assinado para que a escola-cozinha não seja fechada.
A vontade de rir é das maiores. A gozação política é das boas. Porém, a notícia tem assustado quem mais precisa desta iniciativa. Aqui fica um apelo: a população não tem culpa se no seio da nobreza política da capital os castelos e palácios não se entendem mais.
A iniciativa é muita boa para ser refém dessa briga de comadres. A população precisa disso para de certa forma "encher o seu buchinho", "preparar melhor seu feijãozinho".
Mas quero ter a certeza que nosso prefeito é um homem consciente, sabe da importância de um projeto como esse na vida de uma comunidade carente, sabe da importância da segurança alimentar, embora não tenha indicado o titular para a pasta criada por Tadeu.
Sabe disso muito bem que resolveu reeditar na campanha o seu maior programa social o "Bom Preço", sob a pecha de "Novo Bom Preço", que seus cassadores de voto e hoje organizadores abaixo-assinado, tanto alardeavam como "Castelo vai dar supermercado de graça pra gente".
Não espero muito desse governo, mas vou cobrar todas as promessas, ou melhor, propostas, no dizer de João Castelo.
* Paulo Romão é militante do PT, estudante de Publicidade e Propaganda e de Sociologia e Ciência Política.
Paulo Romão Meireles Neto *
Um grande governo se notabiliza pelos seus feitos e, sobretudo, pelos seus efeitos. Ante a isso, ninguém duvida que o prefeito de São Luís, o tucano João Castelo, começou a fazer uma gestão de muitos efeitos.
Não uma "Nova Era", como apregoam os cassa-cargos-bajuladores que o cercam, mas uma administração tão corrupta que fará inveja aos melhores anos da oligarquia do PDT à frente do município.
Pois bem, isso não é rogar praga e nem roubar a cereja do bolo de ninguém, mas um dos primeiros erros do governo tucano na ilha foi a escolha de um secretariado técnico-fisiológico-bajulador, não necessariamente nessa ordem, muito aparecido com aquele montado pelo governador Jackson Lago, quando do loteamento dos cargos entre aliados históricos e financiadores de sua campanha em 2006, quando uma decadente oligarquia Sarney passa o cetro do poder para uma então vívida oligarquia municipal comandada pelo médico Jackson, político periférico dos Sarney.
Mas voltando ao assunto principal, no secretariado empossado tem muita gente boa, mas também tem gente que não se sabe bem qual o critério adotado na escolha, haja vista que alguns não se encaixam nem na categoria de técnicos-fisiológicos, nem de bajuladores oficiais do pretenso prefeito.
Mas algo não se pode negar nesse secretariado: todos têm a "ixpiriência" que Castelo tanto valoriza. Seja a de saquear os cofres públicos em situações e tempos não muitos distantes, seja a de ter ganhado a vida à sombra palaciana dos diferentes governos que se sucederam sob a tutela do Senador José Sarney.
O importante mesmo é que cada um carrega a "ixpiriência" necessária para fazer do governo João Castelo a "ixpiriência" mais mal sucedida da recente história de redemocratização.
Isso não é um cânone. Posso estar enganado, mas os primeiros atos de governo demonstram bem o que se avizinha. Em recente visita ao conjunto Maiobão, não pude deixar de ver em minha passagem pela Estrada de Ribamar, o quão diferente está o visual da Qumicanorte, de propriedade de João Castelo, adquirida nos "gloriosos" anos em que ele operava a política suja da ditadura militar no Maranhão.
De uma velha fábrica endividada e abandonada durante longos anos (coincidentemente os mesmo anos em que ele esteve fora de cargos do executivo), a Quimicanorte foi lembrada exatamente quando o seu dono consegue de encastelar no antigo palácio de Tadeu.
Capina, alguma pintura, gente circulando. Parece que a velha fábrica voltará a viver anos gloriosos. Caso persista a dúvida, recomendo que o arguto leitor dê uma passadela em frente à referida fábrica e a constatação lhe será óbvia.
O nosso prefeito tem uma outra particularidade que sempre gosta de acentuar. Além de sua comprovada e advogada "ixpiriência", ele diz um homem não rancoroso, que não persegue inimigos da política. Entretanto, não é bem isso que tem acontecido.
Na Vila Cascavel, onde Castelo teve muitos cabos eleitorais, tem uma escola chamada Dom José Delgado que foi construída na gestão de Tadeu Palácio e onde funciona uma Cozinha Industrial Comunitária do Programa SESI Cozinha Brasil.
Fruto de parceria firmada entre a Prefeitura e o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), com recursos da Caixa, o repasse no valor de R$ 120 mil garantiu a construção da primeira cozinha.
Pois bem, muito determinado a acabar com toda e qualquer lembrança e lambança de Tadeu Palácio, o prefeito João Castelo já deu a entender que a escola que ensina a população a como preparar e comer seus alimentos vai ser fechada.
À epóca, o diário governista, vulgo Jornal Pequeno propagandeava de forma exaustiva os feitos o prefeito trabalhador, dizia que muitos cursos de capacitação viriam, que o sustento do povo da Vila Cascavel estaria garantido etc.
Bom, que Castelo e todo o tucanato adorem as políticas de contenção de gastos, principalmente às que se referem aos investimentos sociais, isso não configura novidade.
O que é mais engraçado, para não dizer trágico, é o fato que as mesmas ditas lideranças comunitárias que matavam e morriam por Castelo durante a campanha, agora estão organizando um abaixo-assinado para que a escola-cozinha não seja fechada.
A vontade de rir é das maiores. A gozação política é das boas. Porém, a notícia tem assustado quem mais precisa desta iniciativa. Aqui fica um apelo: a população não tem culpa se no seio da nobreza política da capital os castelos e palácios não se entendem mais.
A iniciativa é muita boa para ser refém dessa briga de comadres. A população precisa disso para de certa forma "encher o seu buchinho", "preparar melhor seu feijãozinho".
Mas quero ter a certeza que nosso prefeito é um homem consciente, sabe da importância de um projeto como esse na vida de uma comunidade carente, sabe da importância da segurança alimentar, embora não tenha indicado o titular para a pasta criada por Tadeu.
Sabe disso muito bem que resolveu reeditar na campanha o seu maior programa social o "Bom Preço", sob a pecha de "Novo Bom Preço", que seus cassadores de voto e hoje organizadores abaixo-assinado, tanto alardeavam como "Castelo vai dar supermercado de graça pra gente".
Não espero muito desse governo, mas vou cobrar todas as promessas, ou melhor, propostas, no dizer de João Castelo.
* Paulo Romão é militante do PT, estudante de Publicidade e Propaganda e de Sociologia e Ciência Política.
Um comentário:
Esse Paulo tem e que voltar pras aulinahs de babação de rosengana
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