O Painel Empresarial 2009 reuniu ontem um expressivo número de empresários, lobistas e empreiteiros para anunciar novos negócios no Maranhão.
Sob o comando da governadora Roseana Sarney e do ministro das Minas e Energia Edison Lobão, o conclave repetiu a surrada redenção dos maranhenses com a implantação de grandes projetos mínero-metalúrgicos e de celulose.
Gente como Eike Batista (EBX) e Franklin Feder (presidente da Alcoa no Brasil, América Latina e Caribe) impressiona com palavras de efeito. “Sou tido como empresário anti-puxadinho”, ironizou Batista, referindo-se aos projetos de longo prazo e sua visão empresarial de futuro.
Ao coro de Eike juntou-se Ricardo Nascimento, presidente do grupo Ferroeste, clamando as maravilhas da siderurgia no corredor Carajás. Disse que está tudo bem com as carvoarias e o controle da poluição.
Nesse consórcio não poderiam faltar a Vale a Suzano. Esta vai plantar eucalipto para produzir celulose em Imperatriz, gerando até 8 mil empregos quando 2013 chegar. Acredita?
Vai vir muito dinheiro para o Maranhão. Somando todas as propagandas feitas, vamos ter R$ 85 bilhões nos próximos seis anos. Os olhos dos empreiteiros e lobistas brilhavam, principalmente quando Eike Batista disse que ia falar em real, “que é moeda forte”.
Salvaram o painel o presidente da Petrobras Sério Gabrielli e o diretor de Inclusão Social e Crédito do BNDES Élvio Gaspar.
Gabrielli pôs os pés no chão sobre a refinaria premium de Bacabeira. O Maranhão precisa se preparar para receber um dos maiores empreendimentos do mundo, que pode demorar de sete a nove anos para entrar em operação.
O mais aplaudido, Elvio Gaspar, fez um discurso que, contraditoriamente, não interessava a quase ninguém naquele auditório lotado: desenvolvimento com inclusão social e redução da pobreza.
Nessa hora o executivo da EBX pôs a mão no rosto e o senador Edinho Lobão olhava de lado, meio atravessado com as palavras sonhadoras do diretor do banco, todo animado quando falava do rumo político e do planejamento estratégico do governo federal.
A platéia ovacionou Gaspar não pela eloqüência, mas por outro motivo. O melhor orador tem a chave do cofre. É do BNDES que virá grande parte da verba para financiar esses gigantes da iniciativa privada.
Estes estão pouco ligando para degradação ambiental, pobreza e inclusão social.
No mais, nenhuma palavra sobre produção de alimentos, modernização da agricultura e industrialização de fato no Maranhão. De província mínero-metalúrgica e corredor de exportação, vamos passar a paraíso da celulose.
O painel só serviu para montar a pré-campanha de Roseana Sarney, mostrar poder econômico no jogo político, cooptar parlamentares e reeditar um velho discurso que só se renova nas cifras para engordar as contas de Batista, Feder e companhia.
Sob o comando da governadora Roseana Sarney e do ministro das Minas e Energia Edison Lobão, o conclave repetiu a surrada redenção dos maranhenses com a implantação de grandes projetos mínero-metalúrgicos e de celulose.
Gente como Eike Batista (EBX) e Franklin Feder (presidente da Alcoa no Brasil, América Latina e Caribe) impressiona com palavras de efeito. “Sou tido como empresário anti-puxadinho”, ironizou Batista, referindo-se aos projetos de longo prazo e sua visão empresarial de futuro.
Ao coro de Eike juntou-se Ricardo Nascimento, presidente do grupo Ferroeste, clamando as maravilhas da siderurgia no corredor Carajás. Disse que está tudo bem com as carvoarias e o controle da poluição.
Nesse consórcio não poderiam faltar a Vale a Suzano. Esta vai plantar eucalipto para produzir celulose em Imperatriz, gerando até 8 mil empregos quando 2013 chegar. Acredita?
Vai vir muito dinheiro para o Maranhão. Somando todas as propagandas feitas, vamos ter R$ 85 bilhões nos próximos seis anos. Os olhos dos empreiteiros e lobistas brilhavam, principalmente quando Eike Batista disse que ia falar em real, “que é moeda forte”.
Salvaram o painel o presidente da Petrobras Sério Gabrielli e o diretor de Inclusão Social e Crédito do BNDES Élvio Gaspar.
Gabrielli pôs os pés no chão sobre a refinaria premium de Bacabeira. O Maranhão precisa se preparar para receber um dos maiores empreendimentos do mundo, que pode demorar de sete a nove anos para entrar em operação.
O mais aplaudido, Elvio Gaspar, fez um discurso que, contraditoriamente, não interessava a quase ninguém naquele auditório lotado: desenvolvimento com inclusão social e redução da pobreza.
Nessa hora o executivo da EBX pôs a mão no rosto e o senador Edinho Lobão olhava de lado, meio atravessado com as palavras sonhadoras do diretor do banco, todo animado quando falava do rumo político e do planejamento estratégico do governo federal.
A platéia ovacionou Gaspar não pela eloqüência, mas por outro motivo. O melhor orador tem a chave do cofre. É do BNDES que virá grande parte da verba para financiar esses gigantes da iniciativa privada.
Estes estão pouco ligando para degradação ambiental, pobreza e inclusão social.
No mais, nenhuma palavra sobre produção de alimentos, modernização da agricultura e industrialização de fato no Maranhão. De província mínero-metalúrgica e corredor de exportação, vamos passar a paraíso da celulose.
O painel só serviu para montar a pré-campanha de Roseana Sarney, mostrar poder econômico no jogo político, cooptar parlamentares e reeditar um velho discurso que só se renova nas cifras para engordar as contas de Batista, Feder e companhia.
Um comentário:
Bela estratégia roseanista... muito blá-blá-blá, muita publicidade e pouca preocupação com o futuro do estado. Ela só consegue perceber o próprio umbigo.
Abraço, professor.
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