Desde 1965 está entre nós a
teledramaturgia global, que estreou sua primeira NOVELA com o seguinte título: ILUSÕES
PERDIDAS. Qualquer semelhança desta trama com a história do povo maranhense é
mera coincidência. Então, vou te contar... .
Neste mesmo período surge na
história política maranhense a figura de José Sarney, que fora eleito
Governador do Estado com o slogan “O Maranhão Novo”. Começa a consolidar-se,
então, a idéia do mito do SALVADOR DA PÁTRIA. Aquele que iria libertar o
Maranhão do atraso das velhas práticas do “coronelismo”, do assistencialismo e
também modernizar o Estado.
Acontece, porém, que como se
tivesse DUAS CARAS, DUAS VIDAS este ser camaleônico travestiu-se de
tal forma, que está há mais de 40 anos no poder dominando a política local,
indicando e elegendo todos os governadores do Estado até 2006. Isto só foi
possível por que Sarney esteve ao lado de todos aqueles que dominaram
a política nacional neste período.
O ASTRO maior da
política maranhense relegou o Estado aos piores índices sociais do Brasil. O
PARAÍSO anunciado ficou somente no EU PROMETO. A modernização e o
progresso não vieram. Nas PÁGINAS DA VIDA do povo maranhense estará
registrada a ânsia de poder deste clã que reina absoluto há mais de quatro décadas.
O todo poderoso faz de tudo e a qualquer preço para permanecer no poder.
No nosso Estado o nome SARNEY é
perpetuado de forma tão intensa que prédios públicos, pontes, bairros, praças,
avenidas, escolas, palácios e maternidades são inaugurados com o DNA SARNEY.
Só falta construir um
cemitério e batizar com o nome de alguém da família. Se, ao menos, fosse como
na série O BEM AMADO onde o prefeito “Odorico Paraguaçu” inaugura o
cemitério com o seu próprio enterro. Mas ainda está longe de sepultarmos de vez
a influência política deste grupo na história maranhense.
O Maranhão precisa se
reencontrar. E a população tem que ser SENHORA DO DESTINO de sua
história, descartando e desprezando aqueles que acham que o Estado é só um PARAÍSO
TROPICAL e que morar em casas de taipas e palhas é normal.
A república Maranhão
assemelha-se muito à KUBANAKAN, aquela republiqueta onde reinava a
ganância, a corrupção e os desmandos. Pobre Maranhão! DEUS NOS ACUDA da
sede insaciável desta oligarquia. A FAVORITA da família retorna ao
trono do palácio, alicerçada em uma decisão judicial de única instância que
desconsiderou a vontade popular. E onde está o meu voto?
A GATA COMEU.
O patriarca da família, como
se dissesse QUE REI SOU EU que não consigo reconduzir O CLONE meu
ao poder, faz o possível e o impossível junto aos tribunais superiores em
Brasília para recolocar o seu BEBÊ A BORDO da nau maranhense, já que
ele é “o dono do mar”.
A INDOMADA, a FERA
RADICAL e a “guerreira” estão de volta e com elas a CIRANDA, CIRANDINHA...
.
Muitas CARAS E BOCAS ainda
aparecerão no cenário político do Maranhão. Mas é preciso estar vigilante para
não permitir que estas pessoas transformem o nosso Estado, a nossa cidade em
uma SELVA DE PEDRA.
Precisamos reencontrar o CAMINHO
DAS ÍNDIAS e impedir que esta oligarquia transforme o governo em um NEGÓCIO
DA CHINA onde seus interesses particulares prevaleçam sobre os da
maioria.
Nós, o povo maranhense, temos UM
SONHO A MAIS para alimentar as nossas esperanças de dias melhores. Vamos
fazer como fizeram OS IRMÃOS CORAGEM que defenderam a sua cidade e
expulsaram, dela, aqueles que queriam roubar o seu tesouro.
O Maranhão não é uma grande
fazenda onde o seu dono, O REI DO GADO, determina o destino de suas rezes.
A luta dos Movimentos Sociais terá de continuar com homens e mulheres dispostos
a mudar a triste realidade da nossa terra.
Faremos como DONA XÊPA:
que lutou muito, trabalhando no mercado até ver o seu filho formado e autor de
livros. No universo dramatúrgico vivido por ROSEANAS, HELENAS, FLORAS,
ODETES REUTMAN, SINHOZINHO MALTA, ZECAS DIABO, LEÔNCIOS E MARIAS DE FÁTIMA o
enredo poderia abordar a volta da esperança como aconteceu em ROQUE
SANTEIRO, aquele escultor de santos, que desaparecido retorna à sua cidade e
causa um rebuliço no meio da classe dominante que explorava a sua imagem para
controlar o povo.
Ou como em TIÊTA, que ao
voltar à sua Santana do Livramento causa um furacão de invejas e despeito
dentro da sociedade medíocre.
Não precisamos de BARRIGA
DE ALUGEL para gestar a democracia. Nem de um PAI HERÓI que
trata os destinos do Maranhão em LAÇOS DE FAMÍLIA.
Vamos nos inspirar em Negro
Cosme, Mãe Firmina, João do Vale e tantos outros que lutaram por mais
dignidade. Lutaremos como a ESCRAVA ISAURA que não se submeteu aos
caprichos do coronel Leôncio e lutou até alcançar a liberdade. Não queremos
assistencialismo, clamamos para ver a nossa luta reconhecida.
Afinal CHOCOLATE COM
PIMENTA no dos outros é refresco. Queremos, sim, UM SÉTIMO CÉU,
MULHERES APAIXONADAS e principalmente a TERRA NOSTRA para
plantar o nosso FEIJÃO MARAVILHA e ter o nosso LARANJAL.
Não sabemos como terminará a
nossa novela. Espero que não tenha o tom e a dramaticidade de gosto duvidoso, como
os folhetins mexicanos. Mas, como na trama tudo é possível e já dizia uma rede
de TV, a TV COLOSSO: “ele é um colosso, ele não larga o osso”.
Podemos esperar capítulos com
ares nebulosos que nem ZAZÁ ousaria voar.
Agora voltando ao primeiro
parágrafo, Sarney como ator político principal está entre nós desde 1965 e ele
foi convidado a protagonizar UM ANJO QUE CAIU DO CÉU, mas ele preferiu
fazer ANJO MAL. Então, só nos resta VIVER A VIDA.
Pronto, TE CONTEI... .
Plim-plim.
* Hildonjackson Santana Dias é
militante do PT cheiroso e estudante do IFMA.
3 comentários:
Um belo e criativo texto que retrata bem a história do Maranhão. Além da crítica embricada em cada parágrafo feita por esse grande amigo, Ildonjackson, é possível constatar que além de amante da literatura é um grande noveleiro. Abraços
Parabéns...Belo conto...Não sou do maranhão, mas gostei demais...Conheço são luís e me apaixonei pela capital..
Parabéns pelo conto...Também admiro a capital são luís e me considero um maranhense apaixonado...
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