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sexta-feira, 19 de abril de 2013

PT: TRÊS VIAS EM DISPUTA PARA 2014


Já são intensas as movimentações nos bastidores do PT, visando ao Processo de Eleições Diretas (PED), que será realizado em novembro de 2013 e vai definir a composição dos novos diretórios municipais, estaduais e o nacional.

No início uma boa experiência de democracia interna, o PED transformou-se em um balcão de negócios com as filiações em massa de novos petistas, sem qualquer critério, apenas para fazer número e votar mediante favores de todos os tipos.

Em meio a esse cenário de degeneração, poucos petistas ainda se distinguem, tentando fazer do PED algum momento de debate sobre o partido.

No Maranhão, onde tudo é possível, três vias disputam o PT.  Vejamos:

WO & Sarney
 
WO, Roseana e Monteiro: a imagem da decadência do PT no Maranhão
O grupo de Roseana Sarney (PMDB), liderado pelo vice-governador Washington Oliveira (WO), terá como candidato a presidente do diretório estadual Raimundo Monteiro, que concorre à reeleição.

A candidatura de Monteiro representa a reedição da aliança com a oligarquia Sarney em 2014.

Existem vários subgrupos em torno de WO, alguns muito insatisfeitos com o fracasso da aliança com o PMDB, que só serviu para desmoralizar o PT.

A situação piorou depois que WO abandonou as candidaturas do partido nas eleições de 2012 e concentrou-se em São Luís, mendigando um quarto lugar.

Os subgrupos insatisfeitos podem dar um revés na candidatura de Monteiro, contrariando os interesses de WO, que só pensa na vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Augusto Lobato e a Resistência Petista
 
Prestígio nacional: Augusto Lobato cumprimenta Paulo Teixeira, no Encontro Nacional da Mensagem
As tendências que formam a Resistência Petista dialogam para uma convergência à candidatura de Augusto Lobato, atual vice-presidente do PT estadual.

Bem situado no campo progressista, Lobato participou recentemente do encontro nacional da tendência Mensagem ao Partido e foi bem recebido pelas lideranças nacionais como o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

É predominante na candidatura de Augusto Lobato a proposta de alinhamento do PT com a candidatura de Flavio Dino (PCdoB) ao governo do Maranhão.

O trânsito nacional de Lobato, combinado com a capilaridade da Resistência Petista, podem levá-lo à cadeira principal do PT.

Henrique e o gabinete de Zé Carlos
Zé Carlos: mandato atuante e candidatura de Henrique ameaçam Monteiro
O gabinete do deputado estadual Zé Carlos apresenta a candidatura do jornalista Henrique Silva. Ele integra a mesma tendência de WO (Construindo um Novo Brasil), mas diverge do vice-governador sobre os rumos do PT em 2014.

Chefe do gabinete de Zé Carlos, Henrique defende uma candidatura própria do PT para o governo do Maranhão e vem sensibilizando o deputado estadual Bira do Pindaré para liderar a chapa petista em 2014.

Bira não topa. Está focado na renovação do mandato, mas Henrique insiste na candidatura própria do PT e tem outros nomes a propor.

O gabinete de Zé Carlos vive dilemas. O deputado é da base de Roseana Sarney, mas nem sempre vota com o governo. E também não está alinhado à reedição da aliança com o PMDB.

No segundo turno...
 
O diagnóstico das três candidaturas aponta WO alinhado à oligarquia Sarney e duas posições contrárias: Augusto Lobato pregando aliança com o PCdoB e Henrique Silva na defesa de candidatura própria do PT.

O PED estabelece dois turnos na eleição de presidente do diretório estadual. Está implícito um acordo entre Henrique Silva e Augusto Lobato. O nome que passar ao segundo turno terá o apoio do outro.

Nesse cenário, dificilmente Monteiro será o presidente do PT, configurando mais uma derrota a WO.

Presidentes e chapas

Raimundo Monteiro, Augusto Lobato e Henrique Silva são as principais candidaturas à presidência do diretório estadual. Podem surgir outras de menor peso político, mas com poder de barganha nas negociações de bastidores.

Além das candidaturas presidenciais, o PED também é disputado por chapas. A votação proporcional de cada chapa compõe o quadro de vagas nos diretórios.

Portanto, não é somente a eleição de presidente que garante a hegemonia no PT. Terá maioria o grupo ou frente que conseguir eleger o presidente e ter maior representatividade nas chapas aliadas.

Intervenção

No final de tudo o vencedor ou vencedores podem acabar derrotados pela intervenção do diretório nacional, como ocorreu em 2010.

Não há nenhuma segurança de que as decisões tomadas no PT do Maranhão sejam mantidas. Sarney telefona para Lula/Zé Dirceu e fabrica outro resultado.

E ponto final!

3 comentários:

Anônimo disse...

insatisfeitos com o fracasso da aliança com o PMDB, que só serviu para desmoralizar o PT?

A insatisfação não seria por não terem conseguido mais "boquinhas" para os "Companheiros PeTralhas"?

Guto disse...

O comentarista anterior tocou em um ponto importante: até que ponto as candidaturas de WO e Zé Carlos (e seus indicados) não são apenas briga pelo poder aliado a Dilma/Roseana?
A impressão que dá é que as duas candidaturas representam uma disputa interna no mesmo campo, o dos apoiadores do governo, e assim se manterão após a eleição, mesmo que maqueiem o discurso antes da disputa partidária. Mais poder, mais influência no diretório nacional, mais cargos localmente...uma roda-viva.

Anônimo disse...

Democracia.