A Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Roseana Sarney (PMDB) tem bons profissionais de midia, mas não há marqueteiro que dê jeito na falência do sistema de segurança do Maranhão.
Se o leitor me permite o pleonasmo, o governo virou uma fábrica de notas oficiais, tentando esclarecer o que todo mundo já sabe.
As notas da Secretaria de Administração Penitenciária (Sejap) e da Secretaria de Segurança cansam pela obviedade. Qualquer incauto sabe que a ordem para queimar ônibus saiu de dentro dos presídios e os líderes serão facilmente identificados.
O governo dá esse tipo de informação como se fosse um trunfo, quando na verdade é um paliativo que nada altera o clima de violência na cidade.
As notas governamentais repetem o conteúdo, não apontam ações e só mudam o nome do defunto achado em Pedrinhas.
A cada nota de esclarecimento o governo vai dando sucessivos atestados de incompetência para resolver os mesmos problemas, recorrentes desde a rebelião de 2010, quando 18 presos foram assassinados, sendo três decapitados.
MEDIDAS CONCRETAS
Se o governo Roseana tivesse algo a dizer, reuniria os chefes do Judiciário e do Ministério Público para anunciar uma força tarefa de combate ao crime organizado no Maranhão.
Se o governo tivesse interesse, anunciaria o prazo de entrega de pelo menos um novo presídio, dos 11 prometidos.
Se quisesse de fato combater o crime organizado, o governo começava expurgando os seus próprios corruptos. Neste caso, teria de construir mais uma dezena de presídios.
Caso houvesse vontade política, a governadora e o senador José Sarney, tão prestigiados com Lula e Dilma, pediriam ajuda ao governo federal para atenuar a barbárie nos presídios do Maranhão.
A população está cansada de notas de esclarecimento anunciando o óbvio. Queremos medidas concretas. Menos notas e mais ação.
Nesse governo de propaganda enganosa ninguém acredita mais. Faz tempo!
Um comentário:
Caso a polícia do Maranhão realmente fosse composta por diabéticos, hipertensos e idosos, a situação caótica atual de São Luís seria vista com frequência em Imperatriz, Timon, Caxias, Presidente Dutra, dentre outras cidades populosas e violentas. De fato, o efetivo policial sempre foi inferior ao necessário para garantir a segurança da população e para investigar os crimes. Para realizar concursos públicos com frequência, a polícia depende da Governadora e o Ministério Público se omite, pois ele é o fiscal da lei e a ele cabe ingressar com ações civis públicas para exigir um contingente mínimo em cada cidade do Estado do Maranhão.
Ao aspirante a jornalista, mais respeito com a classe dos policiais!
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