Em recente visita ao Maranhão, o ministro-chefe da
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva,
passou boa parte do tempo falando no fortalecimento da Empresa Brasil de
Comunicação (EBC).
Em São Luís, ele visitou a sede do órgão e discursou em uma
audiência pública no Palácio dos Leões, reiterando o interesse do governo Dilma em
impulsionar a produção de conteúdo regional, através da TV Brasil.
Duas semanas após o discurso de Edinho Silva, caíram o
presidente da EBC, Américo Martins; e o diretor geral, Asdrúbal Figueiró. O
primeiro alegou questões pessoais para pedir demissão. Ele havia sido nomeado diretor-presidente
em agosto de 2015 e não completou nem um semestre no comando da EBC.
A retórica do ministro Edinho Silva não corresponde ao jogo
político e ao mercado de cargos para compor a governabilidade, onde a EBC parece ter virado moeda de troca no balcão do PT.
Uma empresa como
a EBC, dotada de um quadro técnico formidável, talentoso e criativo, não merece esse tratamento. A sazonalidade de
diretores não é saudável para a consolidação de um projeto de comunicação
pública.
Não há como seguir um plano de trabalho e manter a equipe motivada se ocorrem constantes mudanças na cúpula da instituição. A cada novo presidente e diretor-geral, indicado por interesses políticos, novas intervenções são realizadas, ao sabor dos padrinhos dos cargos.
Além do uso político da EBC para beneficiar o mercado dos partidos políticos, o governo trata a comunicação pública com desprezo.
Em vez de fortalecer a EBC, o governo prefere sangrar os
cofres públicos alimentando as Organizações Globo com a maior derrama de verbas
publicitárias dos últimos 20 anos. Apenas a Globo, de 2002 a 2012, abocanhou,
na média, 54,7% de todo o bolo publicitário brasileiro.
Em segundo lugar fica o SBT, com apenas 15,3%, seguido da
Record: 14,7%. Esses números foram compilados pelo jornalista Fernando
Rodrigues, com base no levantamento disponibilizado pela própria Secretaria de
Comunicação da Presidência da República (veja quadro).
Questionado sobre essa discrepância, durante a audiência
pública em São Luís, o ministro Edinho Silva disse com todas as letras que tudo
vai ficar como está, ou seja: o governo segue em frente no projeto de
prestigiar a mídia que os petistas abnegados chamam de “golpista”.
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