Representantes dos movimentos sociais chamados ao diálogo para o combate à pobreza |
No primeiro diálogo com os movimentos sociais, sindicais e
trabalhadores rurais, o governador Flávio Dino apresentou o Plano de Ações
‘Mais IDH’, além de ouvir os pleitos e sugestões do setor. Ele pediu a
contribuição dos trabalhadores para melhorar a qualidade de vida nos 30
municípios com mais baixo IDH no estado.
Durante o encontro, o governador demonstrou a urgência do
Maranhão alterar a realidade social vigente. “Enquanto o PIB cresce, o IDH
ainda é o mais baixo do país”, frisou. Aliar desenvolvimento econômico e social
e democratização de renda é o desafio assumido pelo governador, que defende a
participação popular como peça fundamental para a implantação deste novo modelo
de gestão.
“Nessas cidades nós iremos implementar uma série de ações
práticas concretas com metas, prazos, em articulação com o poder público
municipal, mas também com toda a sociedade civil, com os sindicatos,
conselheiros tutelares, agentes comunitários, igrejas, visando garantir que
essas ações possam alterar não apenas as estatísticas, mas, sobretudo, alterar
a condição de vida do povo maranhense”, explicou Flávio Dino.
Segundo o governador, o objetivo da reunião foi construir um
pacto político entre o Governo do Estado e a sociedade civil, representada pelos
trabalhadores rurais. Além de ser interlocutor e articulador, junto à
comunidade, os movimentos sociais terão acento no Comitê Gestor do Plano ‘Mais
IDH’. Nos 30 municípios serão realizadas assembleias, em que as entidades irão
escolher os representantes para compor o Comitê.
“A Fetaema e todos os movimentos sociais sempre cobraram
essa postura dos governantes, é a primeira ação de um governador nesse sentindo.
Acredito que a gente possa, num prazo bem pequeno, tirar todas essas cidades da
extrema pobreza e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem no campo”,
explicou o presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na
Agricultura do Estado do Maranhão (Fetaema), Francisco de Jesus Silva, conhecido
como Chico Miguel.
O presidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST), Jonas Borges, defende que o papel dos movimentos sociais, tendo um governo
aliado, é contribuir para que os instrumentos de controle possam ser realmente
funcionais.
“A iniciativa é de extrema importância, sabendo que estamos
num estado onde temos a cultura da política centralizadora, e que dá sinais de
que as mudanças que estão vindo são boas, principalmente para a classe
trabalhadora. Então, esse espaço de diálogo, de discutir políticas públicas,
discutir projetos, que possam superar os priores índices sociais desse estado é
um sinal de grande importância”, avaliou Jonas.
O diagnóstico sobre os benefícios de uma gestão
participativa é compartilhado por Adriana Oliveira, da Central Única dos
Trabalhadores (CUT). “Nós, que somos trabalhadores rurais, sabemos o que passa
na comunidade, sabemos a necessidade deste diálogo. Se muitas vezes o
presidente de uma entidade não tem chance de conversar com uma autoridade,
imagine a comunidade que está lá na ponta. Quando Flávio começa seu governo em primeira
mão já fazendo esse diálogo, ele dá uma resposta para a população e,
principalmente, para os trabalhadores rurais. Ele mostra que quer fazer
diferente”, disse.
Maria José, da Associação das Comunidades Negras Rurais
Quilombolas do Maranhão (Aconeruq), acredita que esta é uma oportunidade para
as comunidades quilombolas serem ouvidas pelo poder público. “Avalio como um
diálogo importante e necessário. Tem para mais de 40 comunidades quilombolas só
nesses 30 municípios e são comunidades que necessitam de assistência técnica,
porque a gente acredita que dá para dar uma alavancada na agricultura familiar,
que é o ponto das comunidades quilombolas”, relatou.
Agência Secom / Foto: Nael Reis
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