O governo Lula endurece com a ministra da Casa Civil Dilma Roussef, mas perde a ternura com a demissão Marina Silva.
O conflito entre as duas traduz um dilema sobre o projeto de desenvolvimento do Brasil. Por um lado, o país precisa investir em infra-estrutura. É uma necessidade real para a retomada do crescimento econômico.
As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) compõem o eixo da retomada e da sucessão de Lula. São a alavancagem da candidatura de Dilma Roussef.
Por outro, a ministra Marina Silva era um obstáculo ou punha questionamentos à arrancada para colocar o Brasil em situação mais confortável junto ao mercado internacional.
Objetivamente, os órgãos ambientais sob a orientação de Marina Silva agiram em sintonia com uma perspectiva de desenvolvimento sustentável, protelando as grandes obras do PAC.
As hidrelétricas, a ocupação da Amazônia, o avanço da soja, a transposição do rio São Francisco e outros temas de impacto ambiental colocaram em confronto as duas ministras.
Roussef venceu de modo brilhante, silenciando com altivez e competência ideológica os verdadeiros adversários do governo Lula: democratas e tucanos.
Marina também saiu por cima, mantendo coerência e ancorada em uma expressiva lista de solidariedade internacional. Volta para o mandato, onde ficará mais confortável para defender suas concepções.
E o Brasil precisa encontrar o caminho do desenvolvimento com sustentabilidade. Que a demissão de Marina Silva seja um alerta.
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