O petista e sindicalista Bombeiro, sob ataque de vários lados na barbárie de Pedrinhas |
O petista Cezar Bombeiro, controlador do Sindicato dos Agentes Penitenciários
(Sindspem), precisa se manifestar sobre duas publicações envolvendo o nome dele
nos episódios recentes de Pedrinhas.
Bombeiro é o vice-presidente do sindicato, presidido por
Antonio Benigno Portela, mas quem dá as cartas é o petista.
A primeira citação foi no blog do jornalista Marco D’Eça,
alertando para o vazamento das imagens de presos degolados, feitas por celular
e entregues ao jornal Folha de São Paulo. (reveja aqui)
A Folha informa inclusive que o vídeo foi cedido pelo sindicato comandado por
Bombeiro, cujo nome de batismo é Cezar Castro Lopes.
As imagens são a principal peça de acusação contra o governo
Roseana Sarney (PMDB), deflagrando o gigantesco desgaste do Maranhão frente à
opinião pública internacional.
Marco D’Eça questiona: “como Cezar Bombeiro teve acesso a um vídeo feito por
detentos? E quem deu o celular aos detentos para fazer a filmagem?”
O blogueiro só exagera quando insinua ligações entre
Bombeiro e Flávio Dino (PCdoB), dentro de uma linha de interpretação do governo Roseana que vê em Dino um manipulador da midia nacional contra os Sarney.
BONS COMPANHEIROS
Cezar Bombeiro foi candidato a vereador pelo PT, em 2012, na chapa liderada
pelo ex-vice-governador petista Washington Oliveira (WO), derrotado em quarto
lugar na disputa pela Prefeitura de São Luis.
A ligação de Bombeiro é com WO, que ganhou de Roseana Sarney o cargo de
conselheiro vitalício no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ainda é mal
agradecido.
Se WO fosse solidário à sua companheira Roseana, teria aconselhado o petista
Bombeiro a não fazer oposição ao secretário de Administração Penitenciária, delegado
Sebastião Uchôa, e recomendaria ao sindicato que não entregasse as imagens dos degolados à
Folha.
Cezar Bombeiro é um dos principais opositores do secretário Uchôa, criticado
pelo Sindspem desde que assumiu o cargo, em março
de 2013.
SINDICATO DEFENDE A TORTURA
Mas o ataque direto ao sindicato veio do advogado Luis Pedrosa,
presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB no Maranhão, em entrevista ao
jornal O Estado de São Paulo, feita pela jornalista Mônica Manir, republicada
no blog do jornalista Raimundo Garrone.
Ao ser indagado sobre o caos em Pedrinhas, Pedrosa afirma
que o sindicato “defende a tortura” e levanta a hipótese de que as mortes no
presídio começaram após as trocas de comando feitas por Uchôa, afastando os
elementos supostamente corruptos ligados ao Sindspem.
Pedrosa refere-se também ao vídeo "fajuto" entregue pelo sindicato ao juiz Douglas de Melo Martins contendo imagens falsificadas que induziam a tortura em Pedrinhas.
Veja as perguntas e respostas, com edição da
jornalista Mônica Manir, do Estadão:
A partir de quando a violência fugiu de controle? Houve um
estopim?
Luis Pedrosa - Como o método de trabalho deste governo é sempre jogar a
responsabilidade em alguém, nessa mesma entrevista a governadora
responsabilizou, entre outros setores, um segmento corrupto dos agentes
penitenciários, cujo presidente de sindicato na verdade está ligado ao grupo
Sarney. É um sindicato que defende a tortura e foi ele quem entregou, em
dezembro, um vídeo fajuto ao CNJ de um homem agonizando com uma perna esfolada,
após suposta sessão de tortura em Pedrinhas.
A troco de quê o sindicato teria feito isso?
Luis Pedrosa - Com o intuito de derrubar o titular da pasta da
administração penitenciária, Sebastião Uchôa, que defende a metodologia de
presídio da Apaq (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados),
entidade católica que propõe a gestão das penitenciárias pelos próprios presos.
A Apaq foi testada em São Paulo e Minas Gerais e diminuiu muito a violência e o
índice de fuga. Essa visão de ressocialização entrou em confronto com esse
segmento dos agentes penitenciários, ainda mais quando se descobriu a corrupção
endêmica que havia dentro dos presídios. Uchôa substituiu os diretores ligados
aos sindicatos e aí, coincidentemente, começaram as mortes. Claro que, se não
houvesse facções, elas não tinham começado. Mas as facções foram organizadas
com o apoio desses segmentos de agentes.
Trata-se de um ataque frontal ao sindicato. O que Bombeiro e
seus companheiros têm a dizer?
Marco D’Eça é jornalista fiel do Sistema Mirante.
Pedrosa é pré-candidato a governador pelo PSOL, oposição radical a Sarney.
Apanhando dos dois lados, o sindicato e Bombeiro precisam apagar esse incêndio.
2 comentários:
Muito bom o post gostei muito !
otimo blog, gostei do post, parabéns !
Postar um comentário