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sábado, 5 de setembro de 2009

SARNEY CONVERSANDO COM O SENHOR

O poema abaixo foi publicado na coletânea "Circuito de Poesia Maranhense". Sob o patrocínio do Ceuma, a obra reúne ilustres literatos de várias gerações.

José Sarney emplacou dois poemas no circuito: "A vaca e o infinito" e "Homília do juízo final". Este, de 1930, diz assim:

TENHO um encontro com Deus:


- José! onde estão tuas mãos que eu enchi de estrelas?


- Estão aqui, neste balde de juçaras e sofrimentos.

2 comentários:

Francisco José Araujo disse...

O INCOMUM ABSOLUTO

Esse pequeno comentário é parte de uma análise do discurso com viés sociológico que venho desenvolvendo sobre o inominável senador presidente do Senado.
O poema Homília do juízo final traz uma faceta nada comum e só cabível aos incomuns. O poema simplesmente começa de forma Imperativa, com convicção da certeza: TENHO, escrito assim em caixa alta não deixa espaço para dúvidas. O narrador já definiu que vai falar com Deus. O narrador se empossa da onisciência que é peculiar ao Criador. Mas não só isso, o narrador, não anuncia sua esperança, pelo contrário, afirma categoricamente uma certeza, coloca-se na condição de quem pode definir o futuro e também estabelecer a graça, coloca-se na condição de onipotente. Deus é apenas um coadjuvante, cuja participação é servir de escada no diálogo, para que o narrador seja realçado como sujeito principal. O juízo é todo de domínio do narrador, pois não há sentença nem qualquer objeção do Criador frente a sua taxativa resposta: “Estão aqui, neste balde de juçaras e sofrimentos!” Mesmo diante da constatação que inúmeras estrelas sumiram de sua mão, o narrador responde a essa questão com “balde de juçaras e sofrimentos”, metaforicamente ele diz ao Criador o mesmo que tem dito, repetidas vezes, no plenário do Senado: “Eu não sei!” e “Ninguém pode me julgar!”
Mais incomum não poderia ser.

juventude autonoma disse...

Muito bom companheiro!
Pra caricaturar alguem tao infinitamente sujo e asqueroso como o genociada sarney, so usando a magia das belas e leves palavras... O "principe" Maquiavel ve-se em vida e cumpri seu papel, sua ideologia de poder, de morte e de dominação... Mas... todo tempo q é tempo passa companheiros... e nosso tempo, quendo temos percepçao dele, é realmente nosso e daquilo q nos dedicamos a fazer... mudar e transformar... esse é o papel do jovem constituido de presente e de futuro e como dizia Allende, da revoluçao q lhe é intrinseca.

renato moreira neto
PCdoB imp