O QUE OCORRE NO CONSELHO TUTELAR?

É CARNAVAL TAMBÉM NO CONSELHO TUTELAR

Jhonatan Soares *

Há um ano venho me perguntando diariamente o que é ser Conselheiro Tutelar. Quais são nossas verdadeiras atribuições? Não aquelas que estão expostas no Estatuto da Criança e do Adolescente, mas aquelas que estão nas entrelinhas de uma triste realidade. Que direitos defendemos? Qual deve ser a postura de um conselheiro que luta pela garantia dos Direitos Humanos dos nossos pequeninos?

Certa vez Napoleão Bonaparte disse que todo o homem luta com mais bravura pelos seus interesses do que pelos seus direitos. Ser conselheiro será lutar pelos seus próprios interesses?

Apesar do que tenho visto, continuo acreditando que o direito das crianças e adolescentes pelos quais me coloquei em missão para defendê-los ainda é importante, é prioridade. Continuo acreditando que não devo me aproveitar da nobreza e inocência das Marias e Josés, que me procuram no conselho para dar-lhes ao menos uma palavra de conforto, em meu próprio beneficio. Continuo querendo a utopia, querendo que a justiça reine em meu país, querendo ver os meninos e o povo no poder.

Durante esta minha caminhada participei insistentemente de todas as plenárias do CMDCA, prática não recorrente no Conselho Tutelar da Cidade Operaria, para pautar a eficiência do Conselho Tutelar e a garantia da execução de nossas propostas, independente da vontade de alguns; sou o único conselheiro de São Luís que componho o comitê de monitoramento do Plano Municipal de enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes de São Luís; fui o único conselheiro da Cidade Operaria que participei da IX Conferência municipal da Criança e do Adolescente; expus toda a problemática funcional dos Conselhos Tutelares de São Luís em todos os espaços necessários para exigir uma estrutura digna e qualidade de serviço; componho a Comissão de Fiscalização das Instituições de Acolhimento, em que focamos nesses últimos meses nossas atenções para a desumana realidade do CJE; fui às ruas e aos meios de comunicação junto com a comunidade para exigir o direito à educação; sem contar as atividades diárias de minhas atribuições enquanto conselheiro.

Nesse período não procurei fazer articulações políticas nem fazer do Conselho Tutelar curral eleitoral, ao contrário, continuei na comunidade junto das crianças, adolescentes e jovens, com quem sempre trabalhei, partilhando com todos minhas oportunidades, ajudando a construir uma comunidade mais consciente dos seus direitos e de paz.

E eis que ressurge a infâmia de um carnaval profano: a farra do conselheiro cassado, que recebe verba pública da prefeitura, de volta ao Conselho Tutelar da Cidade Operaria, através da determinação do Juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, distribuindo serpentinas eleitorais e confetes interesseiros ao povo. Só nesta terra sem leis que pode determinar tamanha asneira desmoralizando o CMDCA ao dizer que a atitude de cassá-lo foi sem fundamentos e por interesses pessoais.

Que imagem fica para a comunidade de um Conselho Tutelar diante dessa realidade? Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida, eu viver bem melhor, doido pra ver o meu sonho teimoso, um dia se realizar!

* Jhonatan Soares é conselheiro tutelar da Cidade Operária/Cidade Olímpica

É CARNAVAL TAMBÉM NO CONSELHO TUTELAR

Jhonatan Soares*

Há um ano venho me perguntando diariamente o que é ser Conselheiro Tutelar. Quais são nossas verdadeiras atribuições? Não aquelas que estão expostas no Estatuto da Criança e do Adolescente, mas aquelas que estão nas entrelinhas de uma triste realidade. Que direitos defendemos? Qual deve ser a postura de um conselheiro que luta pela garantia dos Direitos Humanos dos nossos pequeninos

Certa vez Napoleão Bonaparte disse que todo o homem luta com mais bravura pelos seus interesses do que pelos seus direitos. Ser conselheiro será lutar pelos seus próprios interesses?

Apesar do que tenho visto, continuo acreditando que o direito das crianças e adolescentes pelos quais me coloquei em missão para defendê-los ainda é importante, é prioridade. Continuo acreditando que não devo me aproveitar da nobreza e inocência das Marias e Josés, que me procuram no conselho para dar-lhes ao menos uma palavra de conforto, em meu próprio beneficio. Continuo querendo a utopia, querendo que a justiça reine em meu país, querendo ver os meninos e o povo no poder.

Durante esta minha caminhada participei insistentemente de todas as plenárias do CMDCA, prática não recorrente no Conselho Tutelar da Cidade Operaria, para pautar a eficiência do Conselho Tutelar e a garantia da execução de nossas propostas, independente da vontade de alguns; sou o único conselheiro de São Luís que componho o comitê de monitoramento do Plano Municipal de enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes de São Luís; fui o único conselheiro da Cidade Operaria que participei da IX Conferência municipal da Criança e do Adolescente; expus toda a problemática funcional dos Conselhos Tutelares de São Luís em todos os espaços necessários para exigir uma estrutura digna e qualidade de serviço; componho a Comissão de Fiscalização das Instituições de Acolhimento, em que focamos nesses últimos meses nossas atenções para a desumana realidade do CJE; fui às ruas e aos meios de comunicação junto com a comunidade para exigir o direito à educação; sem contar as atividades diárias de minhas atribuições enquanto conselheiro.

Nesse período não procurei fazer articulações políticas nem fazer do Conselho Tutelar curral eleitoral, ao contrário, continuei na comunidade junto das crianças, adolescentes e jovens, com quem sempre trabalhei, partilhando com todos minhas oportunidades, ajudando a construir uma comunidade mais consciente dos seus direitos e de paz.

E eis que ressurge a infâmia de um carnaval profano: a farra do conselheiro cassado, que recebe verba pública da prefeitura, de volta ao Conselho Tutelar da Cidade Operaria, através da determinação do Juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, distribuindo serpentinas eleitorais e confetes interesseiros ao povo. Só nesta terra sem leis que pode determinar tamanha asneira desmoralizando o CMDCA ao dizer que a atitude de cassá-lo foi sem fundamentos e por interesses pessoais.

Que imagem fica para a comunidade de um Conselho Tutelar diante dessa realidade? Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida, eu viver bem melhor, doido pra ver o meu sonho teimoso, um dia se realizar!

* Jhonatan Soares

Conselheiro tutelar da Cidade Operária/Cidade Olímpica