Com 90% das urnas apuradas, o professor Roberto Brandão é o
vencedor da consulta prévia à comunidade do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia (IFMA). Brandão obteve 49,24% dos votos contra 7,31 de Antonio
Xaruto. Votos nulos somam 3,09% e brancos 2,16%. Ausentes/não apurados são 38,20%
Roberto Brandão vai substituir o professor José Ferreira
Costa, que esteve no comando do IFMA por dois mandatos.
Maranhense de Tutóia, Roberto Brandão, 47 anos, é doutor em
Geografia ("Análise espacial aplicada ao geoprocessamento") pela
Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp) e professor do IFMA
há 22 anos. Foi coordenador nacional do Fórum de pró-Reitores de Planejamento e
Administração do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica (FORPLAN/CONIF) nos últimos quatro anos.
Atualmente é pró-Reitor de Planejamento e Administração, função
que exerce desde 2008, após ter sido coordenador de Planejamento do CEFET
(2004/2008) e chefe do Núcleo de Planejamento e Desenvolvimento do CEFET
(98/99). A sua experiência gerencial iniciou-se na então Unidade
Descentralizada de Imperatriz, como chefe do Departamento de Administração
(94/95) e diretor de Administração (95/97).
No campo político, participou, aos 15 anos de idade, do
movimento pela meia-passagem em São Luís (MA) e foi eleito, aos 22 anos,
presidente do Diretório Acadêmico de Geografia da UFMA.
A sua campanha para reitor do IFMA teve como lema central a
participação coletiva e o desenvolvimento como forma de engajar a instituição
para implementar ações para melhorar os indicadores sociais do estado.
LEIA A ENTREVISTA COM O NOVO REITOR DO IFMA
Blogue - O que mudou na transformação das
instituições Cefet e Escola Agrotécnica em Instituto Federal?
Roberto Brandão - A partir dessa nova institucionalidade, a sociedade
conquistou a possibilidade do incremento da educação profissional, da
graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão para todo o Maranhão, com
observância dos arranjos produtivos locais.
Blogue - Quais os números do Instituto Federal
no Maranhão? Quantas unidades, estudantes, número de cursos, professores e
técnicos administrativos?
Roberto Brandão - O IFMA possui hoje 18 campi, 08 em implantação, 03 núcleos
avançados, 59 cursos de técnicos distintos, 18 diferentes cursos superiores, 12
especializações, 02 mestrados e 05 doutorados. Ofertamos 330 bolsas de
iniciação científica em 2011, detemos 03 registros de patentes, 06 prêmios
Fapema, 31 grupos de pesquisa, 222 mestres, 102 doutores e cerca de 2.200
servidores. No final de 2011, tínhamos 15.531 alunos matriculados em
contraponto a 8.092 em 2009. Em 2011 havia 365 matriculados em 05
licenciaturas pelo Parfor (Plano Nacional de Formação de Professores),
2.500 matrículas no Pronatec, 600 alunos na UAB (Universidade Aberta) e 1.600
no e-Tec Brasil. Em 2014, devemos chegar ao quantitativo de 30 mil alunos.
Blogue - Como é feito o processo de
definição dos cursos para os campi no interior do Maranhão?
Roberto Brandão - A definição dos eixos educacionais nos campi é feito a
partir dos arranjos produtivos locais, com levantamento científico do potencial
do município. Em nossa futura gestão iremos prosseguir com o mesmo modelo,
ampliando a realização das audiências públicas, para que as entidades
organizadas e gestores públicos possam dar a sua contribuição e melhorar a
proposta.”
Blogue - Qual a contribuição do Instituto
Federal na formação profissional do Maranhão?
Roberto Brandão - Temos que gerar mentes empreendedoras e não apenas formar
mão de obra. O egresso deve ser empreendedor na sua forma de agir, pensar e
executar as suas ações. Ele precisa dar retorno social. E se ele conseguir
exercer a sua participação no mundo do trabalho dessa forma,com consciência
crítica, começamos a cumprir a nossa missão. Temos, também, que gerar a cultura
de preparar o Maranhão não só para receber grandes projetos, mas também para
criá-los. Precisamos trabalhar em consonância com esse processo de implantação
dos grandes projetos para não revivermos a história da década de 70 com a
exclusão do maranhense. Porém é preciso ter claro que o Maranhão precisa se
desenvolver e não inchar. De nada adianta ter um processo maravilhoso com a
refinaria, petróleo e gás, papel e celulose e energia térmica com um bolsão de
miséria no entorno. Precisamos mudar o vetor do projeto de consolidação da
economia maranhense.
Blogue - O projeto de expansão é questionado
por alguns setores no Instituto Federal, que acusam a falta de estrutura para
atender à demanda. Como o senhor vê essa questão?
Roberto Brandão - A fase 3 da expansão, com a implantação de oito novos campi,
vai começar diferente das fases anteriores. Agora, primeiro vai haver a
disponibilização de recursos para o início das obras e só num segundo momento
ocorrerá a liberação de vagas para funcionamento dos novos campi. Mas temos que
observar que uma obra de expansão não se consolida da noite para o dia. Leva
cerca de três anos entre a autorização de funcionamento e a dotação de
condições para a chegada do servidor para as demandas iniciais. Porém, o IFMA
deve buscar a excelência da qualidade no atendimento e na prestação do
serviço. A sociedade deve ter orgulho de usufruir do padrão IFMA. E por isso
iremos estruturar todos os pontos de presença da instituição.
Blogue - Quais os avanços na gestão
administrativa do Instituto a partir da implantação do estatuto?
Roberto Brandão - Ainda precisamos melhorar muito. O nosso modelo de gestão
precisa ser dinâmico para tornar os nossos programas e ações mais condizentes
com o cenário de crescimento e consolidação do IFMA. Precisamos e iremos buscar
a agilidade.O grande mérito do estatuto foi o seu próprio processo de construção
de forma participativa. E precisamos,agora fortalece os órgãos colegiados da
instituição.
Blogue - Em relação à autonomia administrativa,
que medidas estão sendo tomadas nas unidades de expansão?
Roberto Brandão - Temos como lema de vida adotar ações descentralizadas. Quando
se dota as instituições de um processo de descentralização, consegue-se tornar
essa instituição participativa, envolvendo as pessoas nesse processo. Na atual
gestão, como pró-reitor de Planejamento e Administração, trabalhei com a
descentralização nessa esfera. E, agora,vamos iniciar um processo de
diálogo, com ética e transparência, mediante encontros com a comunidade de
todos os campi, para que possamos, de imediato, dar a tônica que pretendemos
oferecer à nossa administração: a participação coletiva e a descentralização
Blogue - Quais as suas três propostas
prioritárias a serem implantadas no Instituto, caso seja eleito reitor?
Roberto Brandão - Na realidade, temos 10 eixos para o nosso plano de gestão:
administração integrada, realista e de consenso; fortalecimento dos órgãos
colegiados; reestruturação da reitoria; transparência; maior atuação do CONIF
(Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica); salários dignos; expansão do IFMA com visão
sistêmica; captação de recursos e convênios externos; qualidade dos cursos de
graduação e pós-graduação e relação direta, franca e aberta com as entidades
estudantis.
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