Prezado(a) leitor(a), pode anotar e conferir depois.
Em breve, o Congresso Nacional vai desenterrar algum projeto para flexibilizar a compra de armas no Brasil.
Flexibilizar significa facilitar a aquisição e o comércio de armamentos, atendendo aos interesses da indústria bélica.
Será o passo seguinte à redução da maioridade penal, porta de entrada para o aumento da violência e da criminalidade precoce.
Quanto mais cedo houver adolescentes presos e envolvidos na criminalidade, maior o será o crescimento da cadeia produtiva da violência.
Consequentemente, haverá mais armas em circulação.
As duas proposições são bandeiras da "bancada da bala", uma das maiores corporações do Congresso Nacional.
A "bancada da bala" atende aos interesses da indústria de armamentos, atuante nos Estados Unidos e no circuito internacional das guerras, principalmente nos países mais pobres.
Não é de hoje que os Estados Unidos financiam grupos paramilitares e exércitos de mercenários para fomentar guerras, vender armas e uma submercadoria altamente lucrativa - as munições.
Trata-se de uma indústria tão lucrativa quanto a dos medicamentos.
Trata-se de uma indústria tão lucrativa quanto a dos medicamentos.
As grandes indústrias fabricantes de equipamentos bélicos têm total interesse na flexibilização das leis que disciplinam o comércio desses equipamentos.
Essa estratégia ocorre de forma dissimulada em diversos cantos do mundo. No Brasil, a redução da maioridade penal tem vários componentes de análise, entre eles a necessidade de tornar a sociedade mais violenta.
Na lógica da indústria bélica, é preciso dinamitar as barreiras da legislação que impedem o livre comércio de armas. Nesse jogo, entra em campo a "bancada da bala", maior defensora da redução da maioridade penal.
Quando mais violenta a sociedade for, maior será o apelo para que a população se arme, sob o argumento da falta de segurança pública.
A ideia mais profunda visa remeter a sociedade ao estagio pré-político, à guerra de todos contra todos, à barbárie. Os linchamentos são sintomas desse processo de desumanização.
Esse ambiente é propício à venda de armas e ao crescimento das milícias privadas, bem como das empresas de segurança terceirizada que movimentam bilhões de reais no Brasil, em contratos apadrinhados por políticos dentro das instituições públicas.
A redução da maioridade penal não pode ser discutida apenas sob a ótica das questões jurídicas. Há muitos outros interesses em jogo, a exemplo do comércio de armas.
A cadeia produtiva da violência tem como eixo central a indústria bélica, operadora do financiamento de campanhas eleitorais e maior interessada na redução da maioridade penal.
No Congresso Nacional, a "bancada da bala" está armada até os dentes, só aguardando o momento de colocar na agenda pública a necessidade de liberar o comércio de armas no Brasil.
Os homens da bala devem contar com o apoio de Renan Calheiros e Eduardo Cunha.
Afinal, o presidente da Câmara, evangélico, é soldado de Deus. Se precisar, será do diabo também.
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