Marcelo
Badaró Mattos
Três questões para introduzir a discussão:
Três questões para introduzir a discussão:
1) Há alguma relação entre as
manifestações de direita deste ano de 2015 e as “jornadas de junho”?
2) Junho de 2013 teve repercussões
nos movimentos da classe trabalhadora?
3) Quais os impactos das jornadas
sobre o quadro político brasileiro desde então?
Não apresento respostas prontas, mas
pistas para reflexão.
Comparando o número de manifestantes
nas ruas, especialmente no caso paulistano, ou recordando aqueles momentos de
junho de 2013, em que se ouvia os gritos de “sem partido”, o veto às bandeiras
vermelhas e se via militantes de esquerda sendo agredidos nas ruas, aqui e ali
aparecem associações diretas entre junho de 2013 e março/abril de 2015.
Começo
apontando equívocos nessa associação. Em primeiro lugar, porque desconsideram
as diferenças no perfil social dos manifestantes. Embora heterogêneas do ponto
de vista da composição social, como todas as grandes manifestações
multitudinárias, as “jornadas de junho” representaram a ida às ruas de uma
maioria de trabalhadores (jovens) com renda na faixa de um a cinco salários
mínimos. Já
as manifestações de direita, como as de 15 de março, segundo as pesquisas de
opinião, foram protagonizadas por uma maioria de assalariados médios e
“empreendedores capitalistas” (nova denominação para a velha pequena burguesia)
de uma faixa etária superior.
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