Este domingo foi de despedida para os amigos e familiares do jornalista e educador Vito Gianotti, um italiano que escolheu o Brasil para viver e trabalhar.
Giannotti era, acima de tudo, um militante. Chegou no Brasil ainda jovem, trabalhou como metalúrgico, foi sindicalista e enfrentou a ditadura militar.
Gianotti e sua esposa, a jornalista Claudia Santiago, fundaram o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), entidade especializada em comunicação popular e sindical.
Era também proprietário da livraria Antonio Gramsci e escreveu vários livros sobre mídia, política e linguagem jornalística.
Vito e Claudia idealizaram e ministraram, durante muitos anos, os cursos de formação para centenas de jornalistas dos movimentos sociais em todo o Brasil.
Eles vieram ao Maranhão várias vezes, convidados pelos sindicatos, para realizar cursos de capacitação sobre comunicação.
Vito preocupava-se com a linguagem hermética dos sindicalistas. Sempre dizia que era preciso falar e escrever de forma objetiva e clara, sem os vícios do "sindicalês" e do "juridiquês".
Eu aprendi muito com Vito e Claudia. Devo a eles parte da minha formação de jornalista e militante.
Diferente da maioria dos militantes de esquerda, que estão sempre carrancudos, Vito era alegre.
Talvez por isso tenha morrido de causas naturais.
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