Em várias edições, o jornal O Estado do Maranhão vem
apontando o deputado estadual Zé Carlos do PT como a nova liderança do partido,
depois que o ex-vice-governador Washington Oliveira (PT) virou conselheiro no
Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Neste domingo (8), o editorial da principal coluna política
do Estado voltou a lembrar o nome do deputado Zé Carlos como candidato a
vice-governador na chapa liderada por Luís Fernando Silva (PMDB), candidato da
oligarquia Sarney.
Além de Zé Carlos, o jornal aponta outros petistas de nome “José”
para formar a aliança (José Costa, secretário de Ciência e Tecnologia; José Inácio,
superintendente do Incra; e José Antonio Heluy, secretário do Trabalho).
INDAGAÇÕES
Dos quatro nomes citados, o de Zé Carlos levanta uma
polêmica necessária. Vejamos:
Em primeiro lugar, o deputado não enviou uma nota ao jornal
para corrigir ou esclarecer as insinuações que o colocam na condição de
cogitado a vice-governador com o candidato da oligarquia Sarney.
Em segundo lugar, o parlamentar nunca fez qualquer
pronunciamento na Assembléia Legislativa negando peremptoriamente que esteja
disposto a compor a chapa de Luis Fernando Silva.
Em terceiro lugar, o jornalista Henrique Souza, chefe de
gabinete de Zé Carlos, foi candidato a presidente do PT pregando que o partido
faça vôo solo na eleição de 2014, ou seja, que haja um nome do petismo para
liderar a disputa ao governo do Maranhão.
FÁBIO GONDIM NA JOGADA
José Carlos vive uma situação delicada. É deputado de
primeiro mandato, vindo de uma tradição ideológica conservadora que o alçou à
condição de número 1 na Caixa Econômica Federal, onde quem manda é a oligarquia
Sarney.
Na Assembléia, não integra a base fiel da governadora
Roseana Sarney (PMDB), mas também não é da oposição.
Entre mortos e feridos, teve um mandato que o coloca na
condição de principal candidato a deputado federal do PT em 2014.
Porém, Zé Carlos deve enfrentar um nome forte: o novo
petista Fábio Gondim, secretário de Planejamento do governo Roseana Sarney.
O PT só deve alcançar votos para um federal: será o deputado
ou o secretário!
Fica óbvio que a presença constante de Zé Carlos nos
editoriais e notas da principal coluna política do jornal de Sarney visa
instigá-lo a um acordo, qual seja: a vaga de federal fica com Gondim e o
deputado será o vice de Luis Fernando.
Esse plano está nas entrelinhas do jornal porque a coluna “Estado
Maior” é a síntese do pensamento político-eleitoral do Palácio dos Leões.
GUERRA PELA PRESIDÊNCIA
Ocorre que o plano do jornal não bate com a guerra interna
do PT. No Processo de Eleição Direta (PED), que está em litígio na direção
nacional do partido, o chefe de gabinete de Zé Carlos ganhou o segundo turno e
quer o reconhecimento da vitória.
No imbróglio do PED, Henrique enfrenta o candidato da
oligarquia Sarney, Raimundo Monteiro, que perdeu no voto, mas autoproclamou-se
presidente e também quer ser declarado vencedor.
Henrique prega candidatura própria do PT em 2014, o que
inviabiliza a chance de Zé Carlos vir a ser o vice-governador na chapa de Luís
Fernando.
Porém, o gabinete de Zé Carlos nunca negou as ilações do
jornal, deixando um oceano de dúvidas na conjuntura.
A direção nacional vai bater o martelo sobre a presidência
do PT do Maranhão esta semana. Depois disso, confirmado ou não na presidência
do partido, Henrique deve se posicionar sobre as notas do jornal de Sarney.
Chegou o momento em que não pode mais haver dúvidas sobre
quem está com quem na guerra eleitoral de 2014.
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