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domingo, 16 de março de 2014

ÁGUA NA POLÍTICA: DE ANA JANSEN A RICARDO MURAD

A pré-História da Caema é contada em fatos e lendas. Uma destas, diz respeito à poderosa Ana Jansen, a Rainha do Maranhão, detentora do monopólio da água no século XIX.

Ana Jansen vendia água em carroças puxadas a burro, um lucrativo negócio tocado por um exército de escravos que transportavam o líquido pelas ruas de São Luís.

Por volta de 1850, o governo da Província autorizou a criação da Companhia de Águas do Rio Anil, concorrente no mercado de recursos hídricos controlado por Ana Jansen.

Famosa pelas perversidades contra os adversários, ela teria mandado colocar gatos mortos e apodrecidos nos depósitos da Companhia, espalhando a notícia da contaminação na água do concorrente.

A sabotagem funcionou e a empresa faliu.

Nos últimos 50 anos, atravessando os séculos XX e XXI, as companhias de água e de energia, assim como todos os outros serviços e empresas públicas e privadas no Maranhão, ficaram sob o controle da família Sarney.

A Companhia de Águas e Esgotos, transformada em Companhia de Saneamento Ambiental (Caema), serviu para enriquecer muitos políticos. Só não fez o que deveria: fornecer água tratada e livrar a população dos esgotos a céu aberto.

A gestão da família Sarney na Caema é um dos maiores atestados de desprezo pela vida. Além de negar água, expõe milhões de pessoas a todos os problemas decorrentes da falta de saneamento. Esse tipo de gestão, nocivo à saúde dos maranhenses, é o chorume da política.

Como a água virou um negócio altamente lucrativo, é óbvio que os Sarney vão lucrar com isso. A oligarquia var dar à Caema destino semelhante ao da Cemar, da Emater, Copema, Cimec e o Banco do Estado do Maranhão (BEM): a terceirização, a extinção ou a privatização.

Depois de sucatear a companhia e torná-la inviável, deixando a maioria da população sem água, a Caema está sendo preparada para a privatização.

Vai ser mais um bom negócio para os Sarney. A família que vende é a mesma que compra. E tudo é pago com os recursos do povo do Maranhão.

A água continua sem chegar nas torneiras, os esgotos transbordam nas ruas e os parasitas estão cada vez mais felizes.

2 comentários:

Anônimo disse...

Quer dizer que do Aderson Lago, aliado de Flávio Dino, nenhuma referência, né? Tomara que você volta melhor do RS.

FRANCISCO ARAUJO disse...

Belo texto. Caema foi e é fonte de todas as oligarquias, lá beberam e bebem todos as frações mais poderosas do campo político. A velha mudança quando esteve no poder não desmontou e nem retirou as empresas que lá estavam prestando serviços. Particularmente a que cuidava do corte e a da cobrança dos débitos. O que fizeram? Deram um plus de nomes na folha de pagamento...uns 800 nomes. Só isso. A fonte ficou para todos na Libertação!