Para a grande massa de eleitores, indiferente às questões
ideológicas, o voto é pessoal. Pouco importa a coerência dos partidos na
formação das alianças.
Esse é o ponto que move os políticos profissionais em
campanhas. Sabedores da natureza dos eleitores, os candidatos deslizam de um
lado e outro em busca da melhor oportunidade para vencer.
Os palpites do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) têm
sido fundamentais na eleição de 2014 no Maranhão.
Filho postiço de José Sarney, com quem rompeu devido problemas
familiares, José Reinaldo conhece a fama e a lama da política local.
Tavares sabe que apenas uma aliança ampla, sem qualquer tipo
de restrição, pode levar Flavio Dino (PCdoB) a uma vitória contra a oligarquia
Sarney.
O ex-governador sabe também que precisa atrair os palanques
nacionais para o Maranhão, porque é em Brasília que residem os maiores
tentáculos da manutenção do poder oligárquico.
Tavares foi um dos principais incentivadores da aproximação
entre o PCdoB e o PSDB para construir no Maranhão o palanque do tucano Aécio
Neves colado no líder das pesquisas: Flavio Dino.
A condição de principal candidato da oposição agrega ao
comunista não só o palanque do PSDB nacional.
Dino tem ainda a vantagem de oferecer palanque ao candidato
Eduardo Campos (PSB), até agora órfão de um nome ao governo no
Maranhão.
Diante da indecisão da deputada estadual Eliziane Gama
(PPS), é Flavio Dino o principal interlocutor de Campos.
O comunista controla também uma banda do PT, a Resistência Petista,
que recentemente realizou um encontro ovacionando Dino como candidato de Lula e
Dilma.
Dino está com Aécio Neves (PSDB), mas é tão lulista que até
já colocou na sua plataforma de campanha a versão estadual do programa Mais
Médicos, lançado pela presidente Dilma Roussef (PT).
Da aliança com o PSDB de Aécio Neves, passando pelo namoro com Eduardo Campos (PSB), até a paquera com a Resistência Petista, Flavio Dino segue costurando
uma das mais amplas alianças nacionais no Maranhão.
Ele tentou à exaustão ser o candidato oficial de Lula e Dilma. Não deu. Agora é com o PSDB, até que as urnas sejam abertas e novos realinhamentos sejam feitos.
Inclusive a volta de Flavio Dino para a base do PT, caso Dilma seja reeleita.
Foi assim em outras campanhas. Pode ser novamente. É tudo uma questão de acomodação das forças para as batalhas.
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