Marizélia Ribeiro, professora da
UFMA e doutora em Políticas Públicas
Sem uma proposta eficiente e
eficaz para melhorar as condições de saúde e de vida da população maranhense, o
que deve ser finalidade das Políticas Públicas de Saúde, o atual Governo do
Maranhão decidiu investir especialmente na construção de Unidades de Pronto
Atendimento (UPA), aproveitando-se do financiamento fácil do PAC de Dilma e
sabedor que a assistência em serviços de urgência/emergência causa mais impacto
no eleitorado porque mexe com o risco iminente de vida, com a possibilidade de
realizar e entregar exames em prazo curto e com o alívio da dor e de outros
sintomas através de medicamentos.
Segundo o Governo Federal, “As
UPAs fazem parte da Política Nacional de Urgência e Emergência, lançada pelo
Ministério da Saúde em 2003, que estrutura e organiza a rede de urgência e
emergência no país, com o objetivo de integrar a atenção às urgências.”.
As UPAs foram transformadas em um
dos “carros-chefe” da próxima campanha para Governador do Maranhão. Em seu dia
de “fico”, a Governadora alardeou que vai construir mais hospitais, aumentando
o número de leitos.
Alguns municípios precisarão
escolher se investirão em Unidades Básicas de Saúde ou com os altos custos de
hospitais. É fato notório que doentes crônicos, como os renais, cardíacos e
diabéticos, “rodam” pelas emergências e não têm seus problemas resolvidos, mas
apenas o alívio das agudizações.
Nas UPAs de São Luís, enquanto
não criam a Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares, o contrato com
profissionais é de “boca”. O dinheiro pago a eles passa por empresas tipo
“cooperativas”. Alguns profissionais já foram demitidos quando se preparavam
para assumir o plantão. Não se discute, aqui, o que justificou uma demissão,
mas como ela acontece e a falta de contratos de trabalho. É a precarização do
trabalhador e a prevaricação de gestores. Fim do servidor público estadual nas
unidades de saúde, uma luta para o Conselho Regional de Medicina e o Tribunal
Regional do Trabalho do Maranhão.
Fica a pergunta: o que de tão bom
tem feito o gestor maior da Saúde de nosso estado para ter sido presenteado com
o cargo de secretário de Segurança Pública? Certamente não foi pelos
indicadores de saúde que já vinham melhorando, uma exigência do Governo Federal
e de financiadores internacionais.
No caos que se instalou nos
últimos anos no setor de Segurança Pública no Maranhão, para dar conta dos
inúmeros problemas, seria preciso mais que um político obediente a pretensões
eleitoreiras de um grupo que deseja se eternizar como dono do Maranhão.
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