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sexta-feira, 6 de junho de 2014

PROTESTOS DA COPA: HORA DA PRESSÃO PELA REFORMA POLÍTICA

Estado lastimável das escolas municipais de São Luís. Imagens: Sindeducação
A pesquisa DataFolha divulgada hoje aponta um dado forte: cerca de 30% do eleitorado mostra total desinteresse pelos candidatos a presidente da República.

O número é preocupante porque aponta 1/3 dos pesquisados mostrando desprezo pela eleição ao cargo máximo do país.

Somado ao desinteresse pela Copa da Fifa, a indiferença pelos candidatos demonstra a rejeição de 1/3 dos brasileiros por um fracassado modelo do futebol bilionário com a política corrupta.

O antiga euforia pela seleção brasileira acabou. O povo gosta de futebol, mas detesta o luxo da Fifa e o lixo dos hospitais, o abandono das escolas e a corrupção generalizada.

A seis dias do início da Copa, começam a pipocar os protestos que podem novamente levar às ruas milhões de brasileiros.

Voltamos a repetir: a pauta central dos protestos deve ser a reforma política.

Enquanto não houver mudanças profundas no sistema eleitoral e partidário, acabando com a lavagem de dinheiro no financiamento das campanhas, o Brasil não muda.

É preciso matar a fonte da corrupção que reproduz nos parlamentos (municipais, estaduais e federais) o financiamento sujo que elege os piores tipos de vereadores, deputados e senadores.

No Maranhão, por exemplo, bem antes da eleição, já se sabe quem vai ocupar as vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal: agiotas, empresários com lucros duvidosos, donos disso e donos daquilo, empreiteiros, filhos de coronéis, descendentes de famílias tradicionais etc.

Esse ciclo vicioso é alimentado geralmente pelo abuso de poder econômico que financia as campanhas.

É a mão invisível do mercado contaminando a política e transformando os parlamentos em balcões de negócios, bolsas de valores e até mercados de secos e molhados.

O dinheiro farto nas eleições e nos parlamentos falta nas escolas e hospitais públicos, nos salários dos professores e dos profissionais de saúde.

O dinheiro abusivo da corrupção na política faz falta nas estradas, na agricultura, nos arranjos produtivos, na pesquisa científica que poderia melhorar a vida de milhões de pessoas.

A política como negócio e o voto mercadoria são os principais males do Brasil. Se não houver uma reforma profunda, nada muda.

Os protestos da Copa precisam ter um foco: a reforma política.

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