"Pacovan", um dos alvos da investigação, vai permanecer na cadeia |
Todos os presos nas Operações “Maharaja” e “Morta-Viva”,
desencadeadas pela Polícia Civil no último dia 4 de maio, e que investiga
crimes de agiotagem no Maranhão, tiveram suas prisões temporárias prorrogadas
pela Justiça. Com isso, permanecem presos os prefeitos de Bacuri, Richard Nixon
dos Santos; de Marajá do Sena, Edvan Costa; o ex-prefeito de Zé Doca, Raimundo
Nonato Sampaio, o Natim; e o ex-prefeito de Marajá do Sena, Perachi Farias.
Josival Cavalcanti, o Pacovan, apontado nas investigações como agiota, teve
prisão prorrogada e ainda cerca de R$ 7 milhões apreendidos. O contador da
prefeitura de Marajá do Sena, José Epitácio Muniz, o Cafeteira, também vai
continuar preso.
A prorrogação das prisões temporárias vale por mais dez
dias. Conforme explicou o delegado Augusto Barros, a renovação se deu a partir
de nova representação via Polícia Civil e Ministério Público. “Desta forma
asseguramos produção da prova sem interferência negativa dos investigados,
permitindo novas reinquirições à medida que os interrogatórios são confrontados
com outras provas apreendidas e com as informações obtidas a partir da quebra
de sigilos”, afirmou o delegado geral Augusto Barros.
Delegados que integram a Comissão de Combate à Agiotagem
criada em fevereiro passado por determinação do Governador Flávio Dino passaram
a semana analisando a documentação apreendida nos escritórios e residências dos
investigados, assim como os dados obtidos por conta da quebra dos sigilos
fiscais e bancários. “A movimentação financeira dessa organização é tão
intensa, que, somente na casa do Pacovan, foi aprendido um cheque no valor de
R$ 800 mil, sem contar o montante em torno de R$ 7 milhões depositados nas
contas de pessoa física e jurídica do agiota”, informou o delegado Roberto
Fortes.
As investigações sobre Josival Cavalcanti, o Pacovan,
apontam que ele utilizava empresas em nomes de terceiros para se favorecer com
negócios em diversas atividades nas prefeituras, como fornecimento de merenda
escolar, de medicamentos e material escolar e também em obras. Nas buscas no
escritório de Pacovan, na Ceasa, foram apreendidos cartões e declarações de
imposto de renda das pessoas utilizadas para abertura de empresas. Um detalhe é
que o endereço dessas pessoas informado à Receita Federal é o mesmo de Josival
Cavalcanti.
O depoimento do contador José Epitácio Muniz reforça a
atuação do esquema criminoso por meio de “empresas laranjas” em contratos com
as prefeituras. Muniz confessou ter criado pelo menos quatro empresas para o
esquema. Dependendo da área de atuação, existiam “pastas” prontas para serem
utilizadas nos negócios, como merenda escolar na Educação, medicamentos na
Saúde e Obras.
Rui Clemêncio Barbosa e Francisco Jesus Silva Soares, que
haviam sido conduzidos coercitivamente no dia 4 de maio, foram liberados após
prestarem depoimentos. As investigações apontam que Rui Clemêncio e o irmão
dele, Fábio Muniz, atuavam juntamente com Francisco Soares. Este é dono de uma
distribuidora de medicamentos, a Disprofar, aberta em nome de pessoa já falecida. Os
irmãos, Rui e Fábio, são também donos das empresas Terra Maranhão e JS Silva
que, conforme as investigações, foram abertas em nome de Marly Nascimento,
falecida em 2009, vítima de um câncer.
As operações Maharaja e Morta-Viva são coordenadas pela
Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) que efetuou
mandados de prisão temporária e conduções coercitivas nas cidades de Zé Doca,
Marajá do Sena e também em São Luís no último dia 4 de maio. As operações fazem
parte de uma nova etapa de ações da Polícia Civil contra agiotagem.
Agência Secom
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