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segunda-feira, 22 de junho de 2015

CERCADA NA LAVA JATO, ODEBRECHT PRIVATIZA ÁGUA NO MARANHÃO

Enquanto a operação Lava Jato fecha o cerco na Odebrecht, a empresa esbalda-se em contratos de privatização da água no Maranhão.

A privatização vem sendo operada pela subsidiária Odebrecht Ambiental, mediante contratos viciados com as prefeituras, segundo denúncias do Sindicato dos Urbanitários.

Na região metropolitana de São Luís, os municípios de São José de Ribamar e Paço do Lumiar celebraram contratos com a Odebrecht Ambiental, atropelando os rituais básicos de elaboração dos planos de saneamento.

As licitações também foram viciadas, “praticamente sem concorrência”, denunciou o presidente do sindicato, José do Carmo Castro.

COLABORADORES E PENALIZADOS

Os vícios nos contratos têm a conivência das prefeituras e câmaras de vereadores, que operam os interesses do negócio bilionário da água no Maranhão.

O principal impacto da privatização é o aumento da conta de água dos usuários e ampliação da quantidade de serviços cobrados da população.

As contas de água já tiveram aumentos. Em São José de Ribamar e Paço do Lumiar, por exemplo, a população começou a reclamar das tarifas abusivas, majoradas em até 48,2% e 96,5%, respectivamente.

O bilionário comércio de água no Maranhão já chegou também nos municípios de Santa Inês e Timon.

Os contratos de privatização estendem-se por até 30 anos e miram apenas a zona urbana dos grandes municípios, ou seja, o “filé” do mercado da água.

As áreas pobres da zona rural não interessam à privatização.

CAEMA EM RECONSTRUÇÃO
Nova direção da Caema promete reduzir o racionamento e solucionar a falta de água
Sobrevivente de sucessivos processos de sucateamento e corrupção, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) está sob a direção do advogado Davi Telles, nomeado pelo governador Flávio Dino (PCdoB).

Telles recebeu a missão de resolver o caótico sistema de abastecimento de água no Maranhão, que penaliza a população com um racionamento histórico e falta total de água.

Aos poucos, a nova direção da Caema vai reestruturando o abastecimento, com a perfuração de poços emergenciais e a previsão de grandes obras estruturantes, anunciadas no programa “Agua para todos”.

Diante do desmonte da Caema, as empresas interessadas na privatização atacam o mercado maranhense.

Mas, no caso da Odebrecht Ambiental, há um risco duplo que derruba o mantra de eficácia da privatização.

A população está pagando muito mais caro pela água e as promessas de melhoria dos serviços não virão, porque a devassa da Lava Jato vai inibir o financiamento da Odebrecht com recursos do BNDES, por exemplo.

Sem limites de perversidade, o capital sedento pelo negócio da água vai aumentar a conta e prestar um serviço ruim. No momento, este é o curso do rio.

Um comentário:

Anônimo disse...

Depois que os prefeitos Gilmar Cutrim e Josemar trouxeram essa empresa pra cá, a conta de água dos consumidores de Paço do Lumiar mais que dobrou. Quem pagava 30 reais, agora tem que desembolsar 80 reais. Eles mandam cartas ameaçadoras para os moradores deixando bem claro que se cortarem o fornecimento de água de uma residência, o custo da religação será de quase noventa reais. Onde estão nossas autoridades? Esses preços são abusivos. alguém tem que tomar providências contra essa empresa e investigar a fundo esses contratos de licitação.