Prof. Dr. Rogério de Mesquita Teles*
No próximo dia 16 de janeiro, o estado do Maranhão comemorará 105
anos de implantação da Rede Federal de Educação Profissional e
Tecnológica em seu território. Essa comemoração poderá vir acompanhada
de um grande reforço para formação tecnológica e científica da população
de nosso estado.
Mesmo se considerando o marco inicial dessa rede federal a assinatura
do Decreto 7.566, de 23 de setembro de 1909, o qual cria as “Escolas de
Aprendizes Artífices” nas 19 capitais, incluindo São Luís, a escola dos
Artífices do Maranhão só fora implantada em 16 de janeiro de 1910,
recebendo, na segunda metade da década de 1930, a denominação de Liceu
Industrial de São Luís e tendo seu funcionamento no Bairro do Monte
Castelo – onde atualmente funciona o Campus São Luís Monte Castelo do
IFMA.
Em 1942, foram transformadas em Escolas Industriais e Técnicas,
momento em que o Liceu Industrial de São Luís passou a ser a Escola
Técnica Federal de São Luís, permanecendo com essa denominação até
agosto de 1965, quando foi transformada em Escola Técnica Federal do
Maranhão. Esta última foi transformada em Centro Federal de Educação
Tecnológica do Maranhão, CEFET-MA, em 1989, tendo suas atribuições
ampliadas para graduação e pós-graduação.
Com a sanção da Lei 11.892, em 29 de dezembro de 2008, foram criados
38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia os quais passam
a constituir, juntamente com os CEFETsRJ e MG; as Escolas Técnicas
vinculadas às Universidades Federais e a Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão –
IFMA, foi criado pela mesma lei, mediante integração do CEFET-MA e das
Escolas Agrotécnicas Federais de Codó, de São Luís e de São Raimundo das
Mangabeiras. A partir daí o IFMA sofreu ampla expansão, chegando a 30
campi em todo o Maranhão, atingindo, em 2014, o expressivo número de,
aproximadamente, 32 mil alunos em cursos técnicos de nível médio, de
graduação e pós graduação. Sem dúvida isso representa grande impacto no
desenvolvimento regional, haja vista que se leva educação pública
gratuita e de qualidade a diversas regiões do estado, incluído ensino,
pesquisa e extensão.
Recentemente, tanto o governador eleito do Maranhão, Flávio Dino,
quanto seu secretário de Ciência e Tecnologia, anunciaram a criação do
Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IEMA,
o que será, possivelmente, a grande cartada do novo governo, caso venha
a se concretizar no modelo dos institutos federais.
Dessa forma, será possível levar ensino, pesquisa e extensão, com
qualidade, de acordo com a realidade local, na perspectiva de formar
técnicos, formar, capacitar e pós-graduar professores e demais
profissionais de um estado pobre como o nosso, desde a capital até os
mais longínquos municípios. Isso é possível, é proporcionar crescimento,
transferir conhecimento e tecnologia com cidadania.
E não há porque se falar em concorrência do IEMA com outras
instituições, como UEMA, por exemplo, pois não há sobreposição de
interesses, assim como não há concorrência de IFMA com UFMA, ambos
federais, oferecendo cursos de graduação e pós graduação. Muito pelo
contrário, essas instituições se complementam e, juntas não têm vencido a
demanda reprimida do estado.
Basta observar que em algumas cidades do Maranhão se tem IFMA, UFMA,
UEMA e faculdades particulares e, ainda assim, se tem falta de
professores de muitas disciplinas da educação básica, dentre outros
profissionais.
Nesse sentido, é louvável a iniciativa do governador eleito Flávio
Dino de criar o IEMA, nos moldes dos IF’s, como uma grande ferramenta de
desenvolvimento rápido e eficaz desse estado que tanto precisa de
conhecimento e qualificação de sua população.
* Diretor de Ensino Técnico do IFMA – Monte Castelo
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