Pelo nome do homem pairava a
desconfiava que era “só agá”, como se diz na farta ironia dos maranhenses.
A falácia da Kao I consistia
em transformar centenas de trabalhadores rurais e donas de casa da região do
Munim em cooperativados empreendedores.
Só agá: Chhai Kwo Chheng e Roseana durante a inauguração da fábrica |
Anunciado com todo o espetáculo
pirotécnico que caracteriza as mirabolantes empreitadas do Maranhão, o pólo de
confecções foi inaugurado com pompa por Roseana Sarney e o presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB).
Nessa época os Sarney odiavam
Lula e amavam os tucanos.
Como sempre, na propaganda, a
fábrica iria gerar “milhares de empregos” e fazer mais uma revolução na economia do
Maranhão.
Resultado: os cooperativados
endividaram-se com empréstimos junto ao BNB, a fábrica nunca produziu uma
camisa e centenas de pais e mães de família ficaram inadimplentes no Serasa.
O pólo de confecções foi
orçado em U$ 84 milhões.
A contrapartida do Governo do
Estado seria na área de assistência técnica, treinamento e arranjo produtivo
para viabilizar a confecção das peças produzidas na fábrica.
Nada foi cumprido.
Os cooperativados foram
induzidos a contrair empréstimos, inicialmente de R$ 35 mil, depois acrescidos
de juros que transformaram em um inferno a vida de centenas de trabalhadores
humildes da região do Munim.
A Kao I entrou para a lista
de engodos do Maranhão. Da fábrica de confecções só restaram os galpões
abandonados e as dívidas dos cooperativados.
Chhai Kwo Chheng sumiu e
assim concretizou-se mais um negócio da China no Maranhão.
Um comentário:
Salve camarada
O meu TCC foi sobre isso
Na época o MAklouf Carvalho fez uma matéria para a Folha, numa edição dominical com chamada de capa,a partir do material que coletamos e enviamos.
Abraço, Rogério
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