José Reinaldo e Flavio Dino: amigos para sempre? |
É incerto o futuro político
do ex-governador José Reinaldo Tavares. No começo a disputa de 2012 ele estava
alinhado ao projeto de Flavio Dino (PCdoB), que montou o grupo de quatro
candidatos para escolher o adversário de João Castelo (PSDB).
No meio do caminho Zé
Reinaldo abandonou o barco dinista e, subitamente, foi nomeado para um dos
cargos mais importantes na gestão de João Castelo – secretário de governo, algo
equivalente a chefe da Casa Civil nas instâncias estadual e federal.
Zé Reinaldo passou a ser
figura de proa da nau castelista, mas acabou naufragando com o tucano. E não foi só
isso. Reinaldo foi decapitado do PSB, através de uma operação meticulosa que
entregou o partido a Roberto Rocha, vice de Edivaldo Holanda Junior (PTC).
Sem o controle de nenhuma
máquina partidária e derrotado junto com Castelo, a situação de Reinaldo é delicada.
Desde que rompeu com o grupo
Sarney, em 2003, Tavares passou a ser visto como o grande estrategista que deu
a vitória a Jackson Lago (PDT) em 2006.
Mas a vingança de Sarney foi
feroz, submetendo o ex-aliado à humilhação de ser preso e algemado na Operação
Navalha, em 2008, acusado de fraude em licitações de obras públicas.
De camisa azul, José Reinaldo foi algemado pela PF na Operação Navalha |
Candidato a senador em 2010,
Reinaldo perdeu de novo, atribuindo parte da derrota à candidatura paralela de
Roberto Rocha, supostamente combinada nos subterrâneos do sarneísmo para rachar
os votos da oposição e entregar as duas vagas do Senado aos peemedebistas
Edison Lobão e João Alberto.
Para completar, o próprio
Reinaldo cometeu um erro ao ingressar no governo Castelo em 2012. Agora, sem
partido nem mandato, a ele só resta um realinhamento ao grupo de Flavio Dino,
visando à eleição de 2014 para o governo.
Nas condições atuais, Tavares
não tem cacife para ser general. Deve retornar à oposição como tenente ou
sargento, mas nunca soldado raso.
Porém, pode ser que no
desenrolar da conjuntura o ex-governador seja percebido como peça importante em
2014, na chapa majoritária, podendo ser candidato a senador novamente.
Tudo vai depender da
generosidade dos aliados. Mas como assim aliados?
Nos seus artigos das
terças-feiras, no Jornal Pequeno, Reinaldo avaliou que o melhor para Flavio
Dino seria a derrota de Edivaldo Holanda Junior.
José Reinaldo escreveu assim,
em 23 de outubro de 2012:
Flávio Dino vai enfrentar um grande risco,
principalmente se o seu candidato vencer, porque, com a paralização (sic) das
obras e atividades em execução, e sob o bombardeio do Sistema Mirante, que o
culparão de tudo de ruim... Por isso, tal a sua exposição, indesmentível junto
ao seu candidato, poderá ter que enfrentar grandes prejuízos em 2014. E ver
crescer uma grande rejeição. Talvez para ele fosse
melhor perder agora...
Edivaldo Holanda Junior
ganhou a eleição. Dois dias depois de proclamado o resultado, Reinaldo voltou à
carga em novo texto, dessa vez dando os parabéns à gestão do prefeito João
Castelo.
Assim falava José Reinaldo em
30 de outubro de 2012:
... não há
como negar que João Castelo foi um grande prefeito. Quem conhece o trabalho
realizado deve reconhecer que há muito tempo não tínhamos uma transformação tão
grande na cidade e um prefeito que lutou para modernizar a capital e fez um
trabalho tão importante...
Esses artigos devem estar
guardados nos arquivos especiais de Flavio Dino, quando 2014 chegar.
De alguma forma, depois de tantos sacrifícios pela oposição, dá pena ver
José Reinaldo como se fosse um cachorro que caiu do caminhão da mudança no meio
do caminho.
Um comentário:
Lendo o artigo do Zé Reinaldo Tavares, parece que existe uma São luis que não conheço, acho que ele quando elogia a gestão do Castelo pode esta se confundindo com outra cidade.É hilárico esse artigo. Um abraço.
Nelsinho
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