Flavio Dino (PCdoB) já percebeu que só ganhará a eleição para o governo do Maranhão se formar uma aliança ampla, sem distinção de perfis ou coloração ideológica.
As questões programáticas já ficaram para trás. Eram palavras-de-ordem nos tempos do movimento estudantil da UFMA.
Se fizer aliança apenas com os companheiros, Dino agrada parte do eleitorado simpático a ele, mas não ganha a eleição.
Agora é o pragmatismo político que leva o comunista a elogiar aquele que mais atacou, João Castelo (PSDB), fazendo com que a máxima do senso comum ganhe o status de verdade: "todos os políticos são iguais" ou "é tudo farinha do mesmo saco".
Para além do óbvio, Dino está à busca do que não tem - o PSDB. A procura pelos tucanos tem duas justificativas: o tempo de propaganda e a candidatura de João Castelo a senador.
Flavio quer capturar Castelo antes de Sarney, que também está de olho no PSDB, podendo até oferecer a candidatura do Senado aos tucanos. Ou a vice-governadoria.
Nessa matemática eleitoral, Castelo, que era o símbolo do atraso, virou uma liderança destacada e de uma importância fundamental na vitória das oposições.
Com esses elogios a Castelo, Dino segue o caminho de Jackson Lago (PDT) quando formou a Frente de Libertação: reuniu todos os partidos, pessoas e resíduos que se opunham a Sarney para ganhar a eleição.
Observa-se também que a lógica eleitoral de Flavio, aproximando-se do PSDB, é a opção que restou. A cada dia que passa, o comunista vê mais distante o apoio do governo federal.
É quase certeza que Dilma e Lula estarão com Luis Fernando Silva (PMDB) no Maranhão. Sem o palanque nacional dos petistas, Dino terá que se arrumar com Eduardo Campos (PSB) ou Aécio Neves (PSDB).
PERDAS E DANOS
A tendência de Flavio é buscar mais apoios no refugo de Sarney, fazendo um jogo perigoso.
As alianças com Waldir Maranhão (PP), Zé Vieira (Pros), Raimundo Cutrim (PCdoB) e outras figuras estigmatizadas como atraso, agora tidas como honra, podem levar Dino a anistiar os adversários.
Daqui a pouco, com tantos aliados retrógrados, Dino vai ficar a cara do continuísmo. E Luis Fernando pode até se apresentar como a renovação.
Na propaganda eleitoral de televisão, se for bem trabalhado, esse mote corre o risco de pegar.
E a imagem de Flavio Dino com João Castelo pode ser o pior retrato da mudança no Maranhão.
3 comentários:
ED, Belíssimo texto.. tanto pela qualidade analítica como pelo trato da língua mãe.
O governo Jackson era um condomínio político, SEM SÍNDICO ! Essa é a grande diferença, basta lembrar que o secretariado se reunia na varanda do Aziz. O ex-governador chegou a convocar o secretariado com frequência de apenas 60%, coisas impensáveis com o Flávio Dino que eu e tu conhecemos.
E melhor flavio proucurar. Penfdurar a chuteira. Porque aqui ta complicado. e principalmente com CASTELO
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