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quarta-feira, 25 de junho de 2014

NO TERREIRO DE MARIA FALTARAM OS TAMBORES DE CRIOULA DO MARANHÃO EM 2014

José Antonio Pinheiro Junior (Catatau) *

Se devemos considerar que a FUNC avançou quando se propôs a elaborar sua programação de São João por meio de edital que selecionou as brincadeiras juninas, o mesmo não aconteceu com a distribuição dos 30 grupos de tambor de crioula na grade de programação do arraial da Maria Aragão em 2014.

Se em anos anteriores se via pelo menos um tambor de crioula por noite e no Dia Nacional do Tambor de Crioula vários grupos na praça, este ano para nossa surpresa apenas alguns grupos compuseram a programa cultural do evento batizado de Terreiro da Maria. 

O mais contraditório é um terreiro sem tambor de crioula, mas já não sabemos o que se passa pela cabeça dos nossos atuais produtores culturais. E claro para quem acha que talvez isso não seja nada, vejamos o seguinte: muitos grupos de tambor de crioula têm às vezes a oportunidade única de mostrar o seu trabalho exatamente no São João que acontece apenas uma vez no ano.

A concorrência frente a outras brincadeiras chega a ser desleal, enquanto vemos por exemplo a ascensão cada vez mais de grupos alternativos, os grupos tradicionais tanto de tambor de crioula como de boi de zabumba dependem em muito das ações do poder público já que não possuem um poder midiático e muito menos estão atrelados aos grandes padrinhos políticos coronéis da produção cultural no Maranhão.

Não manter pelo menos 15 grupos na grade oficial de apresentação na Maria Aragão foi um ato de desrespeito de quem não conhece a cultura popular e o pior desconsidera que hoje o tambor de crioula é patrimônio imaterial do Brasil. Neste sentido, fazemos um pedido ao atual presidente da FUNC que reveja em sua equipe que está a fazer isso com o tambor de crioula.

Caso isso continue a acontecer teremos sérios problemas em dialogar com o poder público municipal, nós não acreditamos que as mudanças venham exatamente acontecer para prejudicar os segmentos da cultura popular historicamente excluídos como o tambor de crioula. Por tudo isso, torno público aqui a minha indignação como a falta de transparência e diálogo da FUNC com o comitê gestor de salva guarda do Tambor de Crioula que este ano em momento nenhum foi chamado para dialogar e contribuir já que possui experiência, talvez assim poderíamos evitar mais este desgaste que gera na mente de muitos e muitos tambozeiros a imagem de que está em execução mais uma forma de exclusão cultural e social, afinal também temos o direito de participar da festança municipal no Terreiro da Maria Aragão.

Neste sentido alertamos: Acorda Chico Gonçalves! Acorda Prefeito! Respeitem o Tambor de Crioula do Maranhão! Respeitem a Cultura Popular!

* José Antonio Pinheiro Junior (Catatau) é tambozeiro, músico, coreiro e boiero, professor do IFMA, mestrando em Cultura e Sociedade na UFMA, membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura do Brasil e do Comitê de Salva Guarda do Tambor de Crioula do Maranhão.

8 comentários:

Robson Froz disse...

Ed, acho que você está equivocado... pois olhando a programação eu vi que hoje mesmo tem tambor de crioula no arraial terreiro de maria

Silas disse...

O Maranhão é rico é manifestações culturais, e apesar do nome em homenagem ser Terreiro de Maria, acredito que é preciso dar espaço para as outras atrações.

Anônimo disse...

Acompanhei alguns dias de programação do terreiro. Acho interessante ter o tambor de crioula, é peça integrante e de suma importância do nosso folclore e cultura, mas ele não está tão extinto ou esquecido assim. Pode ser visto com muito mais frequência do que as danças do coco, do Lelê e tantas outras danças que eu vi se apresentarem no terreiro. O tambor de crioula é bonito, é bom, gostoso de se ver e dançar, mas é preciso dar também, visibilidade às outras brincadeiras, pois, elas sim, podem ser extintas. Parabéns prefeitura pela boa temporada junina.

Ed Wilson Ferreira Araújo disse...

Oi Robson, o artigo é do Catatau. Opinião dele. Se a FUNC quiser publicar resposta, o blogue está aberto.

Ed Wilson Ferreira Araújo disse...

Também acho bonito o tambor de crioula, no Carnaval e no São João. Não conheço os detalhes da organização das festas juninas. O artigo é de autoria de Catatau. Se vocês leitores ou a direção da FUNC quiserem contestar o artigo de Catatau, fiquem à vontade. Publico com prazer os artigos ou notas.

Anônimo disse...

Querido vc está equivocado, pois já presenciei algumas apresentações de Tambores de Crioulas lá no Terreiro de Maria. O nome do arraial já diz tudo e lógico q a FUNC ñ deixaria um patrimônio da cultura fora de sua programação.

Socorro Dias disse...

Eu aprecio muito o tambor de crioula e nos dias que visitei o arraial assisti a apresentações de tambor. Então não entendo a crítica, embora o arraial leve o nome de terreiro, lógico tem que dar espaços para todas as atrações no período de festas juninas. Aliás a programação está de parabéns!

Paulinha Brito disse...

Me desculpe pela opinião, mas o arraial está tendo sim tambor de crioula. Tenho ido muito lá e todas as vezes que fui teve apresentação de tambor. E fora isso, é o único arraial com maior diversidades de brincadeiras juninas esse ano em São Luís. É muito grupo que tem por ali, não teria mesmo como colocar todos no arraial.