Em entrevista ao blogue, o relações públicas e ex-candidato a vereador Marlon Botão analisa os movimentos da política maranhense. Integrante da Resistência Petista, agrupamento não alinhado à oligarquia Sarney, Botão afirma que o momento mais importante da conjuntura é o Processo de Eleição Direta (PED) do PT, em novembro, que vai definir o novo comando do partido. Marlon apoia Augusto Lobato para a presidência do diretório estadual e Paulo Serra para o municipal de São Luís. Confira a entrevista:
Blogue – Qual a sua avaliação do processo eleitoral de 2012?
Marlon Botão – Avalio de forma
positiva, pois o grupo político do qual faço parte, o Reage PT, me determinou a
tarefa de ser candidato a vereador de São Luís, alcançamos 1.391 votos, com uma
militância aguerrida, de posição firme e compondo o campo da resistência
petista. Cabe ressaltar também a nossa luta contra a perseguição política que
sofremos, quando através de um golpe com cumplicidade judicial a banda
conservadora do PT me tirou do programa de rádio e televisão no horário
eleitoral. Por outro lado, no segundo turno apoiamos as propostas do prefeito
eleito Edvaldo Holanda Junior, que também assumiu o compromisso de marchar
junto com a oposição rumo à conquista do governo do Estado em 2014.
Blogue – O prefeito Edivaldo
Holanda Junior está correspondendo às expectativas e necessidades de São Luís?
Marlon Botão – Ainda é cedo para
uma avaliação mais profunda, considerando que os problemas da cidade são de uma
abrangência muito complexa e custos financeiros elevadíssimos, pois vai desde a
necessidade urgente de pelo menos mudar quase toda a malha asfáltica deteriorada
nos últimos 30 anos, revitalizar e ampliar o sistema de saúde com politicas
preventivas de atenção básica, construção de mais um hospital de referência
para urgência e emergência, universalizar o sistema de escolas em tempo
integral, incrementar políticas de resgate, fomento e fortalecimento da nossa
cultura, investir em grandes obras estruturantes no setor de mobilidade
urbana(viadutos, alargamento de avenidas, ciclovias, corredor de ônibus,
outros) até implementar políticas sociais que estimulem a criação de um outro
formato de cidade, pautado em uma nova cultura de gestão, com participação
popular, transparência e centralidade no combate a pobreza e a miséria, o que
vai muito além do tradicional “choque de gestão”.
Blogue – Você ainda acredita no PT? Considera Lula, Zé
Dirceu e Dilma representantes de um campo ético no Brasil?
Marlon Botão – O PT foi o único
partido que militei desde que adquirir consciência de classe e resolvi me
filiar. Há mais de duas décadas tenho contribuído coletivamente na luta pela
construção de uma nova sociedade, justa, fraterna e de oportunidades para todos
e participei de todas as campanhas eleitorais do PT. Tenho muitas críticas aos
rumos tomados pelo partido desde que conquistamos a presidência da república,
com o Lula e agora com a Dilma, pois o recuo ideológico extremado nos afastou
de princípios fundamentais para a construção de uma sociedade diferente e o
pragmatismo político descaracterizou a nossa essência. Mas é preciso reconhecer
que o Brasil também avançou nos últimos 12 anos, para buscar outro caminho cada
vez mais distante do neoliberalismo, de ascensão para consolidação de políticas
públicas inclusivas e de sustentabilidade ambiental, programas de combate a
pobreza e miséria muito além da transferência de renda assistencialista, pelo
redesenho do modelo educacional e do sistema de saúde, na ampliação da
democracia no país; hoje podemos vê o povo na rua reafirmando direitos e
cobrando mais ações de interesse coletivo, embora este continente tão
controverso chamado Brasil ainda precise de muita agitação popular e novos
atores políticos com disposição para não deixar o país retroagir, principalmente
no enfrentamento com a direita elitista que tenta se reagrupar no sentido de
ganhar as eleições em 2014.
Blogue – Como o seu grupo se posiciona no PT do Maranhão?
Marlon Botão – Nós sempre lutamos
pela superação deste modelo político que historicamente vem se perpetuando à
custa do mau uso do erário público, principalmente através da corrupção, que
empobrece cada vez mais o nosso Estado e deixa a maioria da população em
situação de quase total abandono. Defendemos um modelo de gestão da coisa
pública com transparência, participação popular, planejamento e determinação de
prioridades que atendam às necessidades
da maioria, que possibilite o desenvolvimento e efetivamente reverta o processo
de desigualdade social, impodere o povo com políticas consistentes de geração
de emprego e renda, com extremismo na defesa e pela sustentabilidade do nosso
ambiente .
Blogue – Sendo minoria no PT nacional e estadual, você
acredita que seu grupo pode inverter a pauta pragmática de Lula e Zé Dirceu?
Marlon Botão – O PT sempre foi um
partido em permanente disputa em busca de hegemonia de concepção, que envolve
todas as contradições inerentes ao sistema que fazemos parte, portanto,
acredito que temos chances de surpreender, principalmente depois que o povo foi
às ruas dizer que chega de pragmatismo e
acomodação – o Brasil precisa ser mais radical e firme nas mudanças,
principalmente na economia e no social. O governo não pode ficar fazendo jogo
duplo na implementação das políticas estruturantes, tem que ter lado, pois
foi a luta da classe trabalhadora
brasileira que levou pela primeira vez na nossa
história um operário ao poder central do
país, elegeu um presidente da república e fez com que a elite recuasse no
processo de consolidação de um sistema escravocrata mais “moderno”, porém não
menos explorador, que vinha acentuando as desigualdades sociais, com destaque
nas regiões norte/nordeste.
Blogue – Como você analisa a conjuntura atual do Maranhão?
Marlon Botão – O Maranhão é um Estado marcado pelo aprofundamento das desigualdades
sociais; aqui 93% da população não têm sistema de saneamento básico adequado,
segundo estudo da Fundação Getúlio
Vargas tem o pior índice de desenvolvimento social do país relacionado a saúde,
educação, habitação, renda, trabalho e segurança; vítima ao longo da sua
história de um modelo oligárquico, com apenas um grupo político se reversando
no poder, que nas últimas décadas vem comandando a maioria da população a ferro e fogo, com muita miséria e pobreza
em todas as regiões do Estado.
Blogue – Flavio Dino é a melhor opção para 2014?
Marlon Botão – O companheiro
Flávio Dino tem uma história de militância política que o credencia para
disputar o Governo do Estado. Atualmente é o nome em maior evidência entre nós
que compomos o campo de esquerda e de oposição no Maranhão. Mas é importante
frisar que não existe “salvador da pátria”, pois a reconstrução do Estado do
Maranhão só acontecerá de verdade se for coletivamente, com a participação
efetiva da população, dos diversos segmentos sociais organizados e o governo do
Estado como agente indutor desta nova construção social.
Blogue – Se a gestão de Edivaldo Holanda Junior fracassar
até 2014, você considera que esse fator pode prejudicar Flavio Dino?
Marlon Botão – Com certeza,
porque Flávio Dino abriu mão da própria candidatura, que era a melhor avaliada
durante a pré-campanha e apontava para uma vitória ainda no primeiro turno,
segundo pesquisas de opinião realizadas na época, para ser o principal avalista
da candidatura de Edivaldo em 2012, inclusive influenciando uma parcela do
eleitorado que jamais votaria num candidato de perfil político tradicional.
Blogue – O que falta para Edivaldo Holanda Junior avançar?
Marlon Botão – Neste início de
gestão é perceptível a boa vontade do prefeito em fazer as coisas acontecerem,
mas é necessário desde agora Edvaldo assumir um posicionamento mais proativo e
estreitar o relacionamento do poder público municipal com a população de São
Luís. É relevante fazer publicidade das realizações do governo municipal, mas é
imprescindível também dialogar com a população nos bairros e prestar contas do
que ainda não estar sendo feito. Por outro, o prefeito é quem suscita as
discussões sobre a concretização das suas principais propostas de campanha,
caso contrário, fortalece o discurso da oposição. Por exemplo, quando é que vai
sair o bilhete único, o hospital de referência, a recuperação da malha
asfáltica, a construção dos viadutos, os corredores de ônibus e outras decisões
estratégicas em relação aos problemas críticos que a população reclama e
precisa de respostas logo, pois há décadas o caos vem se estabelecendo pela
ausência de políticas públicas. Num governo democrático e popular é preciso
muito entendimento entre o poder público e o cidadão, assim é possível fazer
uma gestão transparente, com participação, planejamento e comprometimento com a construção de um
formato de cidade que atenda aos interesses dos diversos segmentos sociais, que
representam a maioria da população que ainda espera ter acesso a transportes
coletivos de qualidade, hospitais públicos decentes, urbanização dos bairros
com asfalto, saneamento básico, áreas para esporte e lazer, ciclovias, espaços
para cultura, parques ambientais etc...
Blogue – E Flávio Dino, é apenas um nome novo ou tem um
projeto para o Maranhão?
Marlon Botão – Companheiro Flávio
Dino é um militante político histórico, que participa da luta coletiva, que
envolve milhares de homens e mulheres que buscam contribuir para a construção
de uma sociedade igualitária, fraterna, justa e de oportunidades para todos.
Quando penso num projeto para o nosso Estado me vem logo à cabeça uma
construção coletiva, com várias dimensões intrínsecas: primeiro, conhecer e
viver a realidade social; segundo, com militância e luta diária formar conceito
coletivo do que serve e do que não serve para a
maioria da população; terceiro, conquistar
espaço de poder para fazer a condução das políticas que atendam às necessidades
da maioria da população. Portanto, acredito que ainda temos um longo caminho
pela frente até vermos materializado um projeto para o Maranhão, que certamente
não será apenas de Flávio Dino, mas de todos nós!
Blogue – Quais os seus planos para 2014?
Marlon Botão – Eu não faço
previsão nem tomo decisão política sozinho. Faço política de forma coletiva,
então dependo do posicionamento do grupo. Sou mais um soldado de uma causa
maior, que perpassa também pela disputa eleitoral e no momento certo eu e os
companheiros(as) decidiremos o caminho a seguir; só sei que teremos
posição e ação no processo eleitoral de 2014.
Blogue – Você acredita que é possível ascender politicamente
sem aderir aos esquemas de corrupção partidária?
Marlon Botão – Com certeza, por isso faço parte de um grupo
político chamado “Reage PT”. Deixo claro que não sou extremista, mas defendo
que preservar os princípios que norteiam a nossa existência em todas as
dimensões da vida é fundamental. Entendo que política não pode ser meio de
sobrevivência, como se fosse a busca por um prêmio de loteria para enriquecer
de qualquer jeito e resolver as questões individuais de alguns “privilegiados”.
Blogue – Faça as suas considerações finais.
Marlon Botão – Atualmente estamos
voltados para a disputa do PED/PT, que vai acontecer agora em novembro de 2013,
apoiamos as candidaturas dos companheiros Augusto Lobato para o diretório
estadual e Paulinho para o diretório municipal de São Luís, para fazermos a
mudança que o PT do Maranhão precisa para voltar a ter condições de recuperar a
credibilidade, sair do isolamento em que se encontra. Finalizando, compartilho com todos a crença
que em 2014 o Maranhão vai passar por um grande processo de mudança nas
instâncias políticas do Estado. Será a vitória popular clamando por práticas
transformadoras na política.
2 comentários:
kkkkkkkkkkkkkkk. Dois piadistas. Dois macaxeiristas frustrados. A entrevista é mundo de contradições, frases e pensamentos vazios. Coisa de gente que está perdida, sem rumo, sem nada. Brincadeira essa entrevista. kkkkkkkkkkkkkkkkk
Respostas evasivas, holísticas. Político que se põe sobre o muro não transmite confiança. Primeiro, quanto ao rapaz que administra São Luis, esta cidade é mal gerida com um secretariado inerte e inepto. Segundo, deveria ter dito que o quadrilheiro Dirceu faz enorme mal ao país e ao PT, embora o início da sua história de vida deva ser respeitado. Terceiro, Flávio Dino não é apenas o melhor candidato que temos, talvez seja o único mas vai penar muito para agradar aos aliados políticos pela insuficiência de quadro competente a preencher os cargos públicos no Estado. Outra, os abutres sarneysistas já estão preparando a cama do próximo governador endividando ainda mais o Maranhão e, assim, as prestações dos empréstimos serão tão altas que não será possível fazer muita coisa pelo nosso combalido Maranhão. Outrossim, não podemos olvidar: a direção nacional já enquadrou uma vez o PT/MA e há, novamente, esta possibilidade. Enfim, a administração pública deve ser feita com atitudes que resultem em realizações é esta a mensagem que o povo brasileiro levou para as ruas. Portanto, esse discurso evasivo revela apenas que o orador ainda permanece afeto às práticas políticas arcaicas.
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