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sábado, 21 de setembro de 2013

VÂNDALOS ATACAM A ÉTICA NO BRASIL

Este setembro de 2013 vai ficar marcado por três episódios negativos na República brasileira.

Primeiro, a Câmara Federal manteve o mandato do deputado-presidiário Natan Donadon, que teve o direito de sair da cadeia para votar em causa própria.

Segundo, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a revisão do julgamento do Mensalão, deixando margem para a redução da pena dos condenados, entre eles José Dirceu, o chefe da quadrilha petista.

Terceiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) remeteu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o processo de cassação da governadora Roseana Sarney (PMDB), onde ela será absolvida com facilidade.

Os episódios entram para a História como retrocessos na lenta caminhada pelo aperfeiçoamento da democracia no Brasil.

A sensação de impunidade e injustiça ganha mais força. A descrença nas instituições, principalmente na Justiça, tende a dominar a opinião pública.

Do ladrão de galinha ao traficante internacional de cocaína, o crime (organizado e desorganizado) comemora as recentes decisões dos deputados e dos ministros do STF.

Os tribunais superiores e a Câmara dos Deputados vandalizaram a ética, atropelaram a democracia e mataram a esperança de milhões de brasileiros.

Assim, o velho e sábio senso comum, com a máxima “isso não vai dar em nada”, domina as rodas de conversa, das barbearias aos mais altos escalões do poder.

Se as multidões voltarem às ruas em 2014, durante a Copa do Mundo, para protestar contra o caos no Brasil, logo o foco recairá sobre os “vândalos”.

Palavra da moda, “vândalos” é geralmente associada à estratégia black bloc, des(organização) anarquista que ataca com violência durante as manifestações.

Mas, depois das votações do STF, do TSE e da Câmara, pergunta-se que tipo de violência é mais danosa ao país: as pedras atiradas pelos black blocs ou o massacre dos tribunais contra os brasileiros que clamam por Justiça?

Quem é mais destrutivo? Os mascarados de preto que enfrentam com pedras as bombas da polícia? Ou a elite de toga preta que desfaz julgamentos e alivia a culpa dos criminosos?

No momento em que se fala em reforma política, amadurecimento da democracia, aperfeiçoamento das instituições, o Brasil dá um passo atrás em todo o processo de conquistas após a ditadura militar.

O poder de destruição de um voto no Supremo é avassalador na vida de milhões de brasileiros. Essa violência simbólica do Estado, associada à inoperância da política tradicional, amplia o clima de insegurança e tensão social no país.

VANDALISMO PETISTA

Beneficiário direto do julgamento no STF e indiretamente com o alívio de Roseana Sarney no TSE, o PT chega à maturidade como partícipe de um capítulo repugnante na História do Brasil: o massacre da ética.

Em que pese ter melhorado as condições de vida dos pobres, os governos Lula e Dilma fortaleceram o campo político mais corrupto do país, degenerando todos os conceitos do edifício da ética – palavra tão cara à democracia.

Os governos do PT aperfeiçoaram os mecanismos de corrupção no Brasil. E o cadáver petista ficará no meio da sala, até a eleição de 2014, quando o povo voltará às ruas para protestar e votar.

Enquanto isso, a massa, sem referência dos partidos, desiludida com as “ideologias”, só tem a rua para peticionar. Os tribunais não mais respondem pelos anseios da sociedade. 

Sem ter a quem apelar, os radicais recorrem à violência para responder ao vandalismo dos poderes formais, entre eles os tribunais.

E setembro vai passando com a mais antiga das máximas bombando na boca do povo: violência gera violência.

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