Este
setembro de 2013 vai ficar marcado por três episódios negativos na República
brasileira.
Primeiro, a Câmara Federal manteve o mandato do deputado-presidiário Natan Donadon, que teve o direito de sair da cadeia para votar em causa própria.
Segundo,
o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a revisão do julgamento do Mensalão,
deixando margem para a redução da pena dos condenados, entre eles José Dirceu, o
chefe da quadrilha petista.
Terceiro,
o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) remeteu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE)
o processo de cassação da governadora Roseana Sarney (PMDB), onde ela será
absolvida com facilidade.
Os
episódios entram para a História como retrocessos na lenta caminhada pelo
aperfeiçoamento da democracia no Brasil.
A
sensação de impunidade e injustiça ganha mais força. A descrença nas
instituições, principalmente na Justiça, tende a dominar a opinião pública.
Do
ladrão de galinha ao traficante internacional de cocaína, o crime (organizado e
desorganizado) comemora as recentes decisões dos deputados e dos ministros do
STF.
Os
tribunais superiores e a Câmara dos Deputados vandalizaram a ética, atropelaram
a democracia e mataram a esperança de milhões de brasileiros.
Assim, o
velho e sábio senso comum, com a máxima “isso não vai dar em nada”, domina as
rodas de conversa, das barbearias aos mais altos escalões do poder.
Se as
multidões voltarem às ruas em 2014, durante a Copa do Mundo, para protestar
contra o caos no Brasil, logo o foco recairá sobre os “vândalos”.
Palavra
da moda, “vândalos” é geralmente associada à estratégia black bloc, des(organização)
anarquista que ataca com violência durante as manifestações.
Mas,
depois das votações do STF, do TSE e da Câmara, pergunta-se que tipo de
violência é mais danosa ao país: as pedras atiradas pelos black blocs ou o
massacre dos tribunais contra os brasileiros que clamam por Justiça?
Quem é
mais destrutivo? Os mascarados de preto que enfrentam com pedras as bombas da
polícia? Ou a elite de toga preta que desfaz julgamentos e alivia a culpa dos
criminosos?
No
momento em que se fala em reforma política, amadurecimento da democracia,
aperfeiçoamento das instituições, o Brasil dá um passo atrás em todo o processo
de conquistas após a ditadura militar.
O poder
de destruição de um voto no Supremo é avassalador na vida de milhões de
brasileiros. Essa violência simbólica do Estado, associada à inoperância da
política tradicional, amplia o clima de insegurança e tensão social no país.
VANDALISMO PETISTA
Beneficiário direto do julgamento no STF e indiretamente com o alívio de Roseana Sarney no TSE, o PT chega à maturidade como partícipe de um capítulo repugnante na História do Brasil: o massacre da ética.
Em que
pese ter melhorado as condições de vida dos pobres, os governos Lula e
Dilma fortaleceram o campo político mais corrupto do país, degenerando todos os
conceitos do edifício da ética – palavra tão cara à democracia.
Os
governos do PT aperfeiçoaram os mecanismos de corrupção no Brasil. E o cadáver
petista ficará no meio da sala, até a eleição de 2014, quando o povo voltará às
ruas para protestar e votar.
Enquanto
isso, a massa, sem referência dos partidos, desiludida com as “ideologias”, só
tem a rua para peticionar. Os tribunais não mais respondem pelos
anseios da sociedade.
Sem ter a quem apelar, os radicais recorrem à violência para responder ao vandalismo dos poderes formais, entre eles os tribunais.
E setembro
vai passando com a mais antiga das máximas bombando na boca do povo: violência gera
violência.
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