“Sr. José de Ribamar e Outras Praias” é o 23º trabalho do
percussionista maranhense e será lançado no Teatro Arthur Azevedo, nos dias 26
e 27 de setembro de 2013, com participações especiais de Dicy Rocha, Criolina,
Luiz Claudio, Preto Nando, Alberto Trabulsi, Ticiana Valente e Milla Camões.
Depois de cinco anos sem gravar inéditas, o percussionista
Papete lança um cd duplo, Sr. José... de Ribamar e Outras Praias..., gravado
com músicos maranhenses e paulistanos, entre março e maio deste ano. O projeto
gráfico é do próprio Papete, em parceria com Nathanael Gonçalves. O
percussionista toca bateria em todas as faixas. “Fiz questão de dar a minha
cara rítmica ao trabalho. Contei com músicos fantásticos como Israel Dantas (Violões
e guitarra), Sergio Murilo Rego (piano), Rui Mário (teclados) Assis
(contrabaixo) (contrabaixista), Adonias Junior (trombone) e Toninho Ferragutti
(acordeon)”, além do Jair Torres com violões e arranjos da música ttulo de
Alberto Trabulsi SR. JOSÉ.
A grande inspiração para o 23º trabalho de Papete foi o CD Live
for Change – United Musicians Around the World, que já vendeu 45 milhões de
cópias no mundo inteiro. “Quando ouvi esse disco, que mistura Marley e Lennon,
entre outros, com artistas de rua de várias cidades em todo o mundo, disse a
mim mesmo: “Eu quero gravar algo assim, com essa sonoridade única e que
transmite paz, essência e universalidade” – daí, ouvir “Amigo”, de Godão e Bulcão”,
“Last train home” de Pat Metheney e “Mãe Natureza” de Carlos Pial é somente
partir pro abraço...
Sr. José ... de Ribamar e Outras Praias... é todo permeado
pelo som do berimbau, presentemente
grave e uníssono na maioria das faixas, principalmente aquelas instrumentais.
Vem para fechar um ciclo e reiniciar outro. “Sempre fui mais conhecido como
percussionista, mas abdiquei disso em função do meu trabalho de pesquisa,
registro e divulgação da música maranhense. Nesse disco volto às minhas
origens, do músico premiado internacionalmente, que viajou o mundo, tocando com
grandes artistas e aprendendo que o universo tem seus sons e a nós foi dada a
dádiva de interpretá-los e fazer com que as pessoas se aproximem mais do
sagrado”.
Papete resgata alguns momentos de 35 anos atrás e encerra um
ciclo em relação à música maranhense. O que não quer dizer que vá parar de
fazer, tocar ou cantar nossa música. “Começo a me dedicar a um outro tipo de
música daqui, descobrindo novos compositores com uma vertente mais “pop”, além
de manter no repertório artistas que sempre gravei e admiro, como Josias Sobrinho. É um disco que vem me cobrir
de satisfação e de amor por mim mesmo. Eu me amo com esse disco, sem
restrições, e talvez seja meu melhor álbum” afirma.
O título do disco, Sr. José... de Ribamar e Outras Praias...
surgiu depois que o percussionista recebeu um convite do compositor Alberto Trabulsi. “Ele pediu que eu cantasse
no disco dele uma música chamada Sr. José, que ele acabara de fazer em
homenagem ao pai. Aí eu pensei: Eu me chamo José, e mais ainda “de Ribamar” e
já sou um senhor. E por que não uma alusão à praia “de Ribamar”?, nessa
identidade mística com nosso santo padroeiro. O restante do título, “E outras
praias...”, simbolizam as outras vertentes e águas que bebi pelo mundo afora”.
No disco 1, Papete gravou além de Alberto Trabulsi, quatro
outros compositores maranhenses: Josias Sobrinho (O Biltre), Erasmo Dibel (Navegantes),
Godão (Amigo) e Carlos Piau (Mãe Natureza), além de velhos parceiros como Almir
Sater e Paulo Simões (Cubanita) e Capenga e Patinhas (Um Sinal de Amor e de
Perigo). O CD traz ainda cinco números instrumentais: Last Train Home (Pat
Metheny), Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso), After Sunrise (Oscar Castro
Neves), Era uma vez (Stênio Matos) e Mãe Natureza (Carlos Pial).
Além da nova sonoridade, descoberta a partir do Live for
Change, Papete também se entusiasma ao ver que o disco tem também uma
preocupação com a questão ambiental: “Isso vem de minha espiritualidade... Todo
ser humano quando descobre sua espiritualidade, começa a se preocupar com sua
casa, que é seu planeta, o que se nota bem presente nas faixas “Um sinal de
amor e de perigo” (com um discurso hip-hop no final da mesma) e “Mãe Natureza”.
Não sou um ambientalista praticante, mas sou um colaborador das grandes causas:
Green Peace, SOS Mata Atlântica, Médicos sem Fronteiras, etc. Eu nunca quis ser
rico e com certeza nunca serei, mas o que tenho dá pra viver com dignidade. E
essa dignidade é que me faz deitar com a cabeça leve no meu travesseiro todas
as noites elaborando ideias e olhando o mundo com outro foco. Mais sutil, mais
cabível dentro da minha consciência e dentro daquilo que considero obrigação de
todo ser humano, com base no amor, na observação e compreensão das coisas da
vida, das pessoas e do mundo como um todo.... “Isso está bem presente nesse trabalho”, afirma o instrumentista.
(Ascom / Papete)
Um comentário:
Papete (1978) - Bandeira de Aço [320 Kbps]
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