Dilma está um pote até aqui de mágoas com o PCdoB nacional, cobrando a aplicação do centralismo democrático |
A neutralidade é constrangedora.
Dilma fez todos os movimentos para ajudar
Flávio a ganhar as eleições contra a oligarquia Sarney.
Primeiro: nomeou o comunista para
presidir a Embratur.
Segundo: não gravou depoimento em apoio
ao candidato Edinho Lobão (PMDB).
Terceiro: evitou a participação em
comícios no Maranhão, onde seria obrigada a subir no palanque de Sarney.
Quarto: fez coro com uma parte da direção
nacional do PT, impedindo o partido de indicar o candidato a vice-governador na
chapa de Edinho Lobão.
Em meio a uma disputa acirradíssima,
Dilma esperava a reciprocidade mínima do governador eleito.
Não obteve.
Enquanto Dino silencia, seus principais
aliados na coligação vitoriosa nas eleições fazem campanha ostensiva para Aécio
Neves (PSDB).
Para atenuar o constrangimento do
silêncio, Flávio orientou o PCdoB do Maranhão a engajar-se na campanha de Dilma,
mas não surte o mesmo efeito que uma declaração pública do governador eleito.
Dino calou e aguarda o desfecho da
disputa. A vitória do PT ou do PSDB no plano nacional vai influenciar,
inclusive, a nomeação do secretariado no Maranhão.
O tucano Carlos Brandão, Aécio e Dino: interlocução garantida em um eventual governo do PSDB |
Se Aécio vencer, Dino terá um staff de
interlocutores junto ao governo federal: o vice-governador Carlos Brandão
(PSDB), o deputado federal José Reinaldo (PSB), o senador Roberto Rocha (PSB),
o prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira (PSDB) e tantos outros.
O silêncio de Flávio estremeceu as
relações entre o PT e o PCdoB no plano nacional.
Se Dilma ganhar, não há garantias de que os
comunistas preservem um ministério e cargos federais em áreas importantes.
O dilema de Flávio reflete a contradição
do Comitê Central do PCdoB. Nos documentos oficiais, a formulação dos
comunistas demoniza o PSDB e Aécio Neves.
Na política real, o primeiro governador
eleito dos comunistas está cercado de tucanos e nega Dilma.
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