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terça-feira, 7 de outubro de 2014

VOTAÇÃO DE ELIZIANE GAMA ANTECIPA A SUCESSÃO DE HOLANDINHA

É no tempo de paz que se prepara a guerra.

Divulgados os números das eleições de 2014, começam as articulações para 2016.

Campeã de votos à Câmara Federal, a deputada eleita Eliziane Gama (PPS) vai crescer os olhos de novo na Prefeitura de São Luís.

É candidata “natural” à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC), cujo mandato, até agora, tem sido igual ou até pior que o antecessor João Castelo (PSDB).

ÁGUAS PASSADAS

Para entender o jogo da sucessão de 2016, é preciso recuar um pouco.

Em 2012, Flavio Dino (PCdoB) montou o chamado “consórcio” de candidatos à Prefeitura de São Luís, formado por Edivaldo Holanda Junior (PTC), Eliziane Gama (PPS), Tadeu Palácio (PP) e Roberto Rocha (PSB).

O escolhido, e eleito, foi Edivaldo, mas Eliziane teve um ótimo desempenho, ficando em terceiro lugar.

A performance de Eliziane na capital impulsionou uma possível candidatura ao governo em 2014, podendo implodir a unidade das oposições.

Se Eliziane fosse candidata a governadora, inevitavelmente haveria segundo turno, colocando em risco a eleição de Flavio Dino frente ao poderio financeiro da oligarquia Sarney.

ESTRATÉGIA DA UNIDADE

Para manter o grupo unido, Eliziane foi pressionada a desistir do governo, com a garantia do mandato de deputada federal.

O acordo foi mantido. Ela superou os 130 mil votos.

Parte dessa votação é mérito. O complemento vem das operações com prefeitos, dentro da estratégia montada pelo ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), que conhece bem os trâmites eleitorais e também se elegeu deputado federal.

Do consórcio montado por Flavio Dino, apenas o ex-prefeito Tadeu Palácio ficou sem mandato.

Roberto Rocha (PSB) ganhou o Senado.

UNIDADE ROMPIDA?

A sucessão em São Luís será o primeiro desafio do governador eleito Flavio Dino.

Ele pode turbinar a péssima gestão de Holandinha e garantir-lhe a reeleição. Basta tapar uns buracos e pintar as calçadas destruídas de cal virgem.

Dino tem ainda a opção Eliziane Gama, dentro da lógica de renovação pregada pelos comunistas.

Afinal, a família Holanda está no poder desde os tempos do governador Luiz Rocha (1982), pai do senador eleito Roberto Rocha.

Nesse tempo, todos se locupletavam na oligarquia e ninguém reclamava de Sarney.

Um comentário:

Lícia disse...

Acho que esta sua análise política, ajuda compreender a peça do xadrez que se mexia. Afinal, todos queriam saber o porquê de Holandinha não se colocar na campanha de Dino.Esta questão apareceu no debate várias vezes. Holandinha é representação de que a velha política se renova com força, a exemplo de Andrea Murad, Marcelo, Neto Evangelista entre outros.