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sábado, 22 de novembro de 2008

PREMIADA EM CONCURSO LITERÁRIO DENUNCIA DESCASO NA FUNC

UMA DAS VENCEDORAS DO CONCURSO LITERÁRIO E ARTÍSTICO “CIDADE DE SÃO LUÍS”, Denise Paiva da Silva ainda não recebeu o dinheiro da premiação. Em carta desabafo, classifica a gestão municipal da cultura de “descaso” e “caloteira”. A Func é comandada pelo secretário Adirson Veloso. Leia abaixo:

CARTA DE REPÚDIO À FUNC

“Essa carta tem por objetivo tornar pública a falta de respeito da Func aos artistas da cidade de São Luís. Muito tempo e paciência se passaram até ela ser escrita.

“Adiei essa atitude na esperança talvez inocente de ser atendida sem que fosse preciso apelar para maiores escândalos. No entanto tamanha paciência só me fez ver de perto o tipo de cultura promovida pela FUNC: A CULTURA DO DESCASO.

Em julho de 2007, inscrevi-me no Concurso Literário e Artístico da cidade de São Luís, realizado anualmente por essa instituição.

No regulamento, constava que a premiação seria em dinheiro, além da publicação das obras literárias e exposição das obras de artes plásticas por ocasião do aniversário da cidade de São Luís.

Em setembro (2007), no aniversário da cidade, a apuração do concurso nem tinha sido feita e a comemoração do aniversário da capital maranhense foi com uma artista baiana.

Nessa época, o comentário geral que circulava era que a Func tinha gastado a verba do concurso e de outros fins com o show de Daniela Mercury.

O resultado do concurso saiu em abril de 2008, quando eu tive a notícia de ter sido contemplada, para a minha infelicidade.

Desde então, fui encaminhada para diferentes funcionários que nada sabiam e portanto nunca tinham um posicionamento claro sobre o andamento do concurso. São Luís fez aniversário novamente.

Eu liguei dias e dias para o departamento financeiro até que percebi que o departamento financeiro nunca atende telefonemas. Então estive pessoalmente na sede da Func.

No 1º dia, antes de entrar, uma cena bem simbólica: passando pela rua do Ribeirão, um copo plástico caiu na minha direção.

Olhei para cima indignada, o copo vinha da janela da própria Func. Um rapaz que observava me disse: “Eles são loucos!” e eu disse a ele: “Eles não são loucos, eles são péssimos!”, com bastante ênfase no péssimo, pois essa é a marca dessa gestão.

Todos que prestam serviço ou contam com o apoio dessa Fundação sabem bem do que eu estou falando.

A fama de caloteira da Func é grande e minha experiência com essa farsa de concurso só me fez constatar de que é verdadeira.

Das 10 vezes que estive lá para resolver essa questão junto ao departamento financeiro, 4 o responsável não estava, apesar do horário de funcionamento normal.

Duas vezes me informaram que ele não estava atendendo as pessoas naquele dia. Uma das vezes, eu mesma desisti, pois o número de pessoas para entrarem na sala do departamento financeiro era tão grande: dentro e fora do prédio da fundação.

Sim, ali na Fonte do Ribeirão, porque não cabia tanta gente lá dentro. Pessoas inclusive, ligadas à cultura popular, porque os mais humildes acabam sendo os mais oprimidos. Infelizmente.

Esse dia saí de lá com um aperto na garganta diferente da raiva com que saí nos outros dias.

Então das 10 vezes que estive lá, 6 que eu não fui atendida e uma que eu desisti, sobraram 3: depois da 3ª visita, e de esperar mais de uma hora em pé para ser atendida, o diretor do departamento financeiro finalmente me convenceu de que ele próprio nada poderia fazer.

Então ele me disse: “Concurso Literário e Artístico só falando com o ministro da fazenda ou o presidente.” Eu respondi que falaria aos jornalistas.

Um evento que deveria incentivar a produção artística da cidade é invertido pela Fundação de Cultura: o incentivo que a Func dá aos artistas É a humilhação. Func: cultura do descaso!”

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