Duas vezes derrotado na
disputa presidencial, Serra não suporta ser atropelado pela candidatura do
mineiro Aécio Neves, em 2014.
Seria uma afronta à hegemonia
paulista no PSDB, de onde originaram-se todos os candidatos à presidência da
República desde 1994, na eleição de Fernando Henrique Cardoso (FHC).
Os tucanos sofreram o
primeiro abate com a saída do ex-prefeito Gilberto Kassab – fundador do PSD.
A exclusão de Serra amplia a
crise, mas, por outro lado, pode ajudar a formar a chapa na ensaiada
candidatura de Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco.
Os nomes de Campos e Marina
Silva (Rede Sustentabilidade) na disputa de 2014 significam a ruptura de duas
forças políticas importantes na base dos governos Lula e Dilma (PT).
Tanto o PSB quanto o espectro
político que orbita em torno de Marina sempre foram aliados e até submissos no
projeto eleitoral do PT.
Basta recordar as sucessivas
tentativas frustradas do ex-governador Ciro Gomes à presidência.
Cacique do PSB do Ceará,
Gomes sempre recuou de um projeto próprio dos socialistas, em nome da unidade
com o PT no enfrentamento aos tucanos.
Agora o cenário pode mudar. Tanto
a dissidência tucana quanto o próprio PSB podem somar em uma candidatura
liderada por Eduardo Campos.
O PPS de Roberto Freire pode ter
candidatura própria ou juntar-se a Campos e Serra.
Forma-se assim um novo
espectro de candidaturas presidenciais. Marina com o discurso ambientalista e o
PSB com algo novo a dizer podem conturbar a sucessão de Dilma.
Em nome da aliança
majoritária com o PMDB, o PT afasta-se dos partidos mais próximos do campo
democrático-popular. O petismo pode perder com esse movimento.
Por enquanto é apenas retrato
do momento, mas se for confirmado esse novo cenário a eleição de 2014 vai ficar
bem mais interessante que a surrada disputa entre petistas e tucanos.
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