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terça-feira, 19 de março de 2013

PSDB DESMORONA, MAS PODE FORTALECER AS OPOSIÇÕES A DILMA

Os últimos lances da política nacional apontam uma das mais fortes crises internas do PSDB. Especula-se nos bastidores a saída de José Serra do ninho tucano a caminho do PPS de Roberto Freire.

Duas vezes derrotado na disputa presidencial, Serra não suporta ser atropelado pela candidatura do mineiro Aécio Neves, em 2014.

Seria uma afronta à hegemonia paulista no PSDB, de onde originaram-se todos os candidatos à presidência da República desde 1994, na eleição de Fernando Henrique Cardoso (FHC).

Os tucanos sofreram o primeiro abate com a saída do ex-prefeito Gilberto Kassab – fundador do PSD.

A exclusão de Serra amplia a crise, mas, por outro lado, pode ajudar a formar a chapa na ensaiada candidatura de Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco.

Os nomes de Campos e Marina Silva (Rede Sustentabilidade) na disputa de 2014 significam a ruptura de duas forças políticas importantes na base dos governos Lula e Dilma (PT).

Tanto o PSB quanto o espectro político que orbita em torno de Marina sempre foram aliados e até submissos no projeto eleitoral do PT.

Basta recordar as sucessivas tentativas frustradas do ex-governador Ciro Gomes à presidência.

Cacique do PSB do Ceará, Gomes sempre recuou de um projeto próprio dos socialistas, em nome da unidade com o PT no enfrentamento aos tucanos.

Agora o cenário pode mudar. Tanto a dissidência tucana quanto o próprio PSB podem somar em uma candidatura liderada por Eduardo Campos.

O PPS de Roberto Freire pode ter candidatura própria ou juntar-se a Campos e Serra.

Forma-se assim um novo espectro de candidaturas presidenciais. Marina com o discurso ambientalista e o PSB com algo novo a dizer podem conturbar a sucessão de Dilma.

Em nome da aliança majoritária com o PMDB, o PT afasta-se dos partidos mais próximos do campo democrático-popular. O petismo pode perder com esse movimento.

Por enquanto é apenas retrato do momento, mas se for confirmado esse novo cenário a eleição de 2014 vai ficar bem mais interessante que a surrada disputa entre petistas e tucanos.

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