É no tempo de paz que se prepara a guerra.
Divulgados os números das eleições de 2014, começam as
articulações para 2016.
Campeã de votos à Câmara Federal, a deputada eleita Eliziane
Gama (PPS) vai crescer os olhos de novo na Prefeitura de São Luís.
É candidata “natural” à sucessão do prefeito Edivaldo
Holanda Junior (PTC), cujo mandato, até agora, tem sido igual ou até pior que o
antecessor João Castelo (PSDB).
ÁGUAS PASSADAS
Para entender o jogo da sucessão de 2016, é preciso recuar
um pouco.
Em 2012, Flavio Dino (PCdoB) montou o chamado “consórcio” de
candidatos à Prefeitura de São Luís, formado por Edivaldo Holanda Junior (PTC),
Eliziane Gama (PPS), Tadeu Palácio (PP) e Roberto Rocha (PSB).
O escolhido, e eleito, foi Edivaldo, mas Eliziane teve um
ótimo desempenho, ficando em terceiro lugar.
A performance de Eliziane na capital impulsionou uma
possível candidatura ao governo em 2014, podendo implodir a unidade das oposições.
Se Eliziane fosse candidata a governadora, inevitavelmente
haveria segundo turno, colocando em risco a eleição de Flavio Dino frente ao
poderio financeiro da oligarquia Sarney.
ESTRATÉGIA DA UNIDADE
Para manter o grupo unido, Eliziane foi pressionada a
desistir do governo, com a garantia do mandato de deputada federal.
O acordo foi mantido. Ela superou os 130 mil votos.
Parte dessa votação é mérito. O complemento vem das
operações com prefeitos, dentro da estratégia montada pelo ex-governador José
Reinaldo Tavares (PSB), que conhece bem os trâmites eleitorais e também se elegeu
deputado federal.
Do consórcio montado por Flavio Dino, apenas o ex-prefeito
Tadeu Palácio ficou sem mandato.
Roberto Rocha (PSB) ganhou o Senado.
UNIDADE ROMPIDA?
A sucessão em São Luís será o primeiro desafio do governador
eleito Flavio Dino.
Ele pode turbinar a péssima gestão de Holandinha e garantir-lhe
a reeleição. Basta tapar uns buracos e pintar as calçadas destruídas de cal
virgem.
Dino tem ainda a opção Eliziane Gama, dentro da lógica de
renovação pregada pelos comunistas.
Afinal, a família Holanda está no poder desde os tempos do
governador Luiz Rocha (1982), pai do senador eleito Roberto Rocha.
Nesse tempo, todos se locupletavam na oligarquia e ninguém
reclamava de Sarney.
Um comentário:
Acho que esta sua análise política, ajuda compreender a peça do xadrez que se mexia. Afinal, todos queriam saber o porquê de Holandinha não se colocar na campanha de Dino.Esta questão apareceu no debate várias vezes. Holandinha é representação de que a velha política se renova com força, a exemplo de Andrea Murad, Marcelo, Neto Evangelista entre outros.
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