Dos jornalistas áulicos aos críticos, todos defendem a
instalação de uma CPI da Pistolagem, proposta pelo deputado estadual Bira do
Pindaré (PT).
O raciocínio é simples. Se executaram Décio Sá, um jornalista
privilegiado no Sistema Mirante e no governo, imagine o que pode acontecer às
pessoas comuns e desprotegidas dos mantos políticos oficiais!?
Ou melhor, o que já vem acontecendo aos quilombolas e
trabalhadores rurais, em diversas oportunidades acampados no Incra e no Palácio
dos Leões, para denunciar assassinatos e ameaças no campo.
Proposta com o nome de “CPI da Pistolagem”, caso aprovada na
Assembléia Legislativa, a comissão deve ampliar seus horizontes de apuração.
Pistolagem, corrupção, latifúndio e agiotagem andam juntas
no Maranhão. Impossível investigar um crime de encomenda sem chegar aos
mandantes, ao dinheiro que paga o atirador, às razões que motivaram, às origens
dos atos anti-éticos.
O Maranhão precisa de uma nova limpeza, a exemplo da CPI do
Crime Organizado, que levou à cadeia deputados envolvidos diretamente em
organizações milicianas, responsáveis pela execução do delegado Stênio Mendonça.
CONTRA-MÃO
O Palácio dos Leões opera na contra-mão da CPI da
Pistolagem, temendo a construção de uma agenda negativa ao governo Roseana
Sarney (PMDB).
Ora, o governo Roseana não precisa de CPI para ser “bombardeado”.
Pela enésima vez é o governo das mesmas pessoas e nada muda no Maranhão. Os
indicadores sociais estão aí para provar cientificamente a degradação econômica
e social do estado.
Uma CPI, por mais politizada que seja, não vai conseguir
produzir fatos negativos além dos já vistos, ditos e repetidos fartamente na
mídia nacional sobre o Maranhão atrasado e decadente.
Enquanto o governo tenta esvaziar a CPI da Pistolagem, o
crime ganha mais força, ameaça e intimida as instituições, silencia
jornalistas, mata a democracia.
A atitude do governo Roseana é covarde e conivente. O
silêncio, neste momento, é o maior inimigo do Maranhão.
Queremos uma CPI atuante, ampla e de resultados.
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