Encerra neste domingo 27 a tradicional Festa do
Divino, em Alcântara, uma das manifestações religiosas mais expressivas do
Maranhão e influente no Brasil.
Desde 2009 os estudantes (foto acima) de
Turismo do Instituto Federal (IFMA) vêm desenvolvendo o projeto Divina
Hospitalidade. No prédio da instituição foi montado um centro de recepção aos
turistas, onde acadêmicos de vários períodos atendem os visitantes.
Especificamente sobre a Festa do
Divino, os estudantes de Turismo montaram vários banners (foto) sobre os bastidores do
evento. Pesquisaram e expuseram o trabalho das doceiras, licozeiras,
cozinheiras, decoradores e o ritual do mastro, entre outros.
Pessoas simples da sede e dos
povoados de Alcântara ganharam reconhecimento pelo trabalho digno em prol da
Festa do Divino.
Os estudantes destacaram ainda o
trabalho do estilista Fabio Serejo, exímio costureiro, responsável por boa
parte da indumentária da corte, representada pelo imperador ou imperatriz,
vassalo, mordomos e caixeiras etc.
Eles produziram também um folder
com o roteiro gastronômico de Alcântara, mapeando restaurantes e lanchonetes,
como se faz na maioria dos destinos turísticos do Brasil.
A iniciativa dos estudantes de
Turismo contrasta com a falta de políticas públicas que dotem Alcântara de
infra-estrutura para receber os visitantes.
Em 2012, nem o folder oficial da
Festa do Divino ficou pronto a tempo. Os hotéis e pousadas, além de algumas
casas particulares, foram alugadas para os trabalhadores da base ucraniana do
projeto aeroespacial.
Esse ano não houve nenhuma
divulgação oficial da festa pelo Governo do Estado. O folder disponível no
centro de recepção aos turistas ainda é de 2011.
Em Alcântara o sistema de
telefonia é péssimo. As operadoras OI e TIM não funcionam. E, para completar,
na volta para São Luís, o catamarã atraca próximo ao Iate Clube, na lama,
forçando os passageiros a manobras arriscadas para descer da embarcação.
Com os pés sujos, um casal
francês da terceira idade e dois jovens alemães encararam no final da tarde de
sábado 26 a
lama e a caminhada pela areia fofa até pegar um microônibus que leva à Praia
Grande.
Esse é o Maranhão que tem até
ministros do Turismo. Dois seguidos do bolso de José Sarney.
Apesar de tudo, a festa é feita
pelo desprendimento e religiosidade dos moradores de Alcântara. Durante a véspera
do encerramento, pela manhã, após a alvorada de foguetes, as bandinhas tomam
conta da cidade, acompanhando mordomas e mordomos nos rituais de esmoleiro.
É bonito de ver a criatividade
dos moradores e até o sacrifício para cumprir as obrigações religiosas. Como
tanta coisa no Maranhão, o povo vai fazendo por conta própria, sem contar com ninguém
do poder público, ausente na quase totalidade das vezes.
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