Esta "notável" iniciativa da Caema, sob o controle do
Secretário de Saúde, Ricardo Murad, veio agregada a uma outra notícia - haverá
reajuste na tarifa de água, em média, de 58%.
No Maranhão das aberrações, a Companhia de Saneamento Ambiental
(Caema), empresa que deveria captar, tratar e distribuir água é, inversamente,
a maior responsável pela poluição dos cursos d'água na ilha, especialmente os rios
Bacanga e Anil.
Os esgotos sem tratamento são despejados pela Caema nos rios da
ilha faz tempo. Com a explosão imobiliária na região metropolitana, os poucos
mananciais sadios que restaram serão contaminados.
E o esgoto jogado nos rios vai desembocar nas praias já impróprias
para banho.
A Caema de Ricardo Murad tem um pacto demoníaco com o prefeito
João Castelo (PSDB). Este abre as crateras na cidade e a Caema joga os esgotos
dentro dos buracos.
Os carros-pipa como alternativas ao abastecimento dão a idéia
exata do atraso político e administrativo do Maranhão.
É como se revivêssemos,
no século XXI, a lendária Ana Jansen do século XIX, suposta controladora da
água de São Luís.
Estamos 200 anos defasados. E pelo menos mais uns 200 anos atrás
dos outros lugares desenvolvidos do Brasil, onde as administrações públicas estão
antenadas com práticas de sustentabilidade e qualidade de vida.
A Caema tem duas grandes fontes de coleta: o rio Itapecuru
(Sistema Italuis) e os poços do Parque Estadual do Bacanga (PEB).
O Italuis esgotou. O próprio rio Itapecuru é um esgoto a céu
aberto. Cerca de 20% da água que abastece a capital vem do Parque do Bacanga.
E o que fizeram os sucessivos governos Sarney para proteger o
parque? Nada.
Em vez de proteger o PEB, as forças políticas do Maranhão
permitiram a implantação da termelétrica de Eike Batista a menos de 5Km do
parque.
São Luís é um dos poucos lugares do mundo que aceitam termelétrica, movida a carvão mineral, uma substância altamente tóxica, nas proximidades de
um reservatório de água tão importante quanto o Parque do Bacanga.
E por aí vai...
PRIVATIZAÇÃO
As cenas de esgotos jorrando a céu aberto em qualquer lugar da
cidade, agora tomada pelos carros-pipa, podem ser o prenúncio da privatização
da Caema.
Depois de entregar a Cemar, controlando a política energética
do Maranhão, a oligarquia Sarney quer retomar os tempos de Ana Jansen, vendendo
até a água que bebemos.
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