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quinta-feira, 10 de maio de 2012

JOGO ARMADO PARA AUMENTAR A PASSAGEM DE ÔNIBUS

Os trabalhadores de transporte coletivo voltaram a anunciar uma paralisação. Sempre que ocorre ameaça de greve surge a hipótese de um esquema armado entre o Sindicato dos Rodoviários, filiado à CUT, e o Sindicato das Empresas de Transporte, o poderoso SET.

A tarifa de ônibus em São Luís é a mais cara entre todas as capitais do Brasil. Os ônibus são sujos, velhos, caindo aos pedaços e em quantidade insuficiente para atender à população.

No jogo combinado entre patrões e empregados, os trabalhadores paralisam o sistema de transporte, o SET atende parte das reivindicações e logo depois o preço da tarifa é reajustado.

Em meio ao conflito, a prefeitura de São Luís venda os olhos e a Câmara de Vereadores não se manifesta, salvo raras exceções.

É dito e sabido que o SET controla uma bancada de vereadores e o Sindicato dos Rodoviários virou um balcão de negócios.

A prefeitura detém o poder de arbitrar as concessões das lucrativas linhas para o SET explorar. Trata-se de um negócio fantástico oferecer ônibus caindo aos pedaços com a tarifa mais cara do Brasil.

O SET é uma força política e econômica decisiva entre as corporações que controlam a cidade de São Luís, há muito destituída do sentido de cidade e entregue a um estágio pré-político. Aqui vale a velha máxima de uma guerra de todos contra todos.

RESPEITO ÀS REIVINDICAÇÕES

São justas as reivindicações dos motoristas, cobradores e fiscais do transporte rodoviário de São Luís. Eles vendem diariamente mão-de-obra a um setor empresarial lucrativo e privilegiado no Maranhão.

Os trabalhadores do transporte rodoviário encaram jornadas excessivas, num trânsito infernal, em precárias condições operacionais, acarretando impactos na qualidade do serviço oferecido aos passageiros.

É a velha luta do capital contra o trabalho, manifestada na labuta dos motoristas e cobradores, enquanto os empresários enchem as burras de dinheiro à custa da exploração dos trabalhadores e passageiros.

Em que pesem as justas reivindicações dos motoristas e fiscais, outras circunstâncias rodeiam a greve, manifestadas nos interesses das corporações.

Na greve estão em jogo os interesses de uma elite sindical da CUT que há muito tempo perdeu a perspectiva da luta de classes e aderiu ao mais exagerado pragmatismo político.

E, do outro lado, ganha também o SET, cada vez mais poderoso no jogo de poder em São Luís.

2 comentários:

Cássia Silva disse...

Claro que tudo isso é um jogo... a paralização acontece, ninguem diz nada ou se manifesta, a população fica prejudicada, o aumento do transporte é feito e a população se sente obrigada a pagar mais caro por um serviço sujo, mal feito e que não é capaz de suprir a demanda da população. Além disso é bem provável que a Taguatur da em cima da Smtt que logo oprime os carrinhos que é uma bela ajuda às pessoas, dai os ônibus andam todos super lotados e ainda temos que pagar pra andar assim. Mas é óbvio que quanto menos ônibus e mais lotados eles andarem maior é o lucro da Taguatur. Mas uma coisa é certa, ninguém vai ficar impune de todos os atos maus que fizer diante de Deus, que é o único que aplica a Justiça Perfeita. :)

Genesio disse...

Faltou enfatizar o monopólio existente das empresas sobre as linhas de ônibus, ou seja, um bairro " X ", é pessimamente servido por uma empresa " Y", mas a empresa "Z" não pode explorar. Isso, claro, com a benevolência do Legislativo e Executivo municipal, ou não?

Genesio